segunda-feira, dezembro 21, 2015
Crise fará salários perderem para inflação, diz pesquisa
Em um
cenário positivo para o mundo, o Brasil será um dos poucos países que terá
queda real no valor dos salários em 2016, segundo pesquisa da Korn Ferry Hay
Group, empresa especializada em recursos humanos e remuneração. De acordo com o
levantamento global, os salários devem ter avanço médio real (descontada a
inflação) de 2,5%. No Brasil, diante da crise econômica e também da escalada de
preços, a previsão é que os vencimentos dos trabalhadores recuem 1,2%.
A lista dos
países que terão perdas reais no salário no ano que vem é liderada pela
Venezuela, que convive com a hiperinflação há anos, onde os trabalhadores
deverão perder mais da metade de seu poder de compra. Logo depois vêm Ucrânia,
que convive com uma guerra civil, e a Rússia, onde o descontrole econômico já
dura anos (veja quadro acima). Nas principais economias globais, não há sinal
de crise: tanto na Europa quanto nos Estados Unidos os salários vão crescer em
2016.
Os
resultados do Brasil refletem os valores médios de todos os salários, de acordo
com Gustavo Tavares, diretor da Korn Ferry Hay Group. Embora a maior parte das
convenções coletivas ainda possam garantir a reposição da inflação, o corpo
executivo não costuma ser coberto pelos reajustes acertados com sindicatos. “As
convenções costumam cobrir salários mais baixos, em geral de até R$ 6 mil”, diz
o executivo da Korn Ferry Hay Group.
Para quem
tem cargo de gestão, o aperto deverá ser ainda maior em 2016. Há hoje um
movimento de substituição de executivos com redução de salários. As empresas
que, ao longo dos anos de bonança, prepararam quadros sucessórios nos níveis
gerenciais estão conseguindo economizar na hora da crise. “Quando o novo
ocupante de um cargo de gestão é escolhido internamente, esse profissional
ganha, em média, 13% a menos do que o antecessor”, explica Tavares.
Mesmo as
companhias que agora buscam executivos de mercado estão tentando economizar, de
acordo com o sócio da consultoria em recursos humanos Exec, Carlos Eduardo
Altona. “Muitas empresas estão buscando pessoas com perfil mais ‘júnior’ no
mercado para preencher posições sênior”, explica.
Em geral, as
empresas vêm oferecendo salários 15% mais baixos em comparação com o que vinham
pagando. “Diria que esse movimento é mais intenso justamente no ‘top
management’ (posições de direção e vice-presidência)”, diz Altona. “São as
substituições que fazem o mercado de contratações girar hoje.”
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Outra
tendência do “topo da pirâmide” é a ênfase em remuneração variável. Ou seja: o
executivo só vai receber o bônus caso realmente faça diferença no resultado. Ao
trocar de emprego, em agosto de 2015, o executivo Pedro Alba Bayarri, de 45
anos, aceitou um pacote que lhe permitia manter a remuneração anterior mas com
um peso maior do variável. “Hoje, o mercado está buscando um tipo de
profissional: o que pode fazer o ‘turnaround’ (reestruturação). Por sorte, eu
tenho este perfil.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
fonte:
Estadão Conteudo
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