segunda-feira, dezembro 21, 2015
O repórter Francisco Filho fala das coisas do sertão Cearense
Já falei de
saudade
Tristeza e
ingratidão
De amor e de
prazer
E cantei de
emoção
Quero agora
cantar
E também
quero falar
Das coisas
do meu sertão
Chegando o
mês de janeiro
Caindo a
chuva no chão
Se caminha
pro roçado
Se começa a
plantação
A terra
estando molhada
Canta alegre
a passarada
Nas
quebradas do sertão
Mas se não
chove aqui
É grande a
desolação
Morre de
fome o gado
Não se faz a
plantação
Todo mundo a
correr
Na cidade
vai viver
Fica triste
o meu sertão
Quando chega
a invernada
Se renova o
meu sertão
No curral se
põe o gado
Se faz
queijo e requeijão
Tem muito
leite e coalhada
Tem festa de
vaquejada
Nas
quebradas do sertão
Quando a
seca é pesada
É triste a
situação
Pra todo
lado se corre
Só se vê
lamentação
A terra fica
rachada
Só tem casa
abandonada
Fica triste
o meu sertão
Mas quando
chega a chuva
Se alegra
todo sertão
Canta alegre
o sabiá
Ciscando as
folhas no chão
Dá comida ao
filhote
Gritam
também os coiotes
Nas
quebradas do sertão
No sertão
quando não chove
Não nasce
vegetação
Só se ouve a
mãe da lua
A coruja e o
gavião
O gemer da
juriti
A cigarra a
zumbir
Fica triste
o meu sertão
Mas quando
se ouve
O gemido do
trovão
Que cai a
chuva na terra
Fica urrando
o barbatão
A lua não
aparece
Toda
vegetação cresce
Nas
quebradas do sertão
Na seca tudo
é triste
Se abandona
o sertão
Outros fazem
promessa
Pra chuva
cair no chão
Só se ouve
canto e prece
O verde
desaparece
Como é
triste o meu sertão
Quando
termina a seca
Que a chuva
bate no chão
De longe se
ouve o grito
Do marreco e
do pavão
No campo
existe beleza
Como é bela
a natureza
Nas
quebradas do sertão
A seca acaba
com tudo
Morre a
vegetação
No campo
seca o pasto
Canta triste
o corujão
O olho
d’água secou
A ribação se
mudou
Como é
triste o meu sertão
No inverno
muda tudo
Floresce
todo o sertão
As árvores
criam folhagem
Tudo é
renovação
O mundo muda
de cor
Só se tem
paz e amor
Nas
quebradas do sertão
A seca seca
o riacho
Olho d’água
e grotão
Tudo se
torna difícil
Só se vê o
poeirão
Carniça pra
todo lado
Morrendo de
sede o gado
Como é
triste o meu sertão
Quando Deus
ouve as preces
Manda chuva
pro sertão
O caboclo
planta de tudo
Milho, arroz
e feijão.
Mandioca e
melancia.
Tudo, tudo é
alegria.
Nas
quebradas do sertão.
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