A vacina da multinacional francesa Sanofi Pasteur já recebeu o aval de agências reguladoras no México e nas Filipinas. Aqui, a expectativa é que ela esteja disponível para o mercado privado no prazo de três meses. Com três doses, a vacina é destinada ao público entre 9 e 45 anos e tem taxa de proteção de 60% para pessoas dessa faixa etária.
A eficácia foi considerada "baixa" pelo presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa –especialistas ainda têm ressalvas quanto ao prazo das doses, aplicadas a cada seis meses. Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur, destaca que a vacina tem eficácia de 93% em casos graves e diminui em até 80% os casos de internação.
Ela ainda pondera que 70% dos casos de dengue no país ocorrem entre a população contemplada na vacina. O que ocorre é que crianças e adultos acima de 60 anos são grupos mais vulneráveis, com maior número de casos graves.
"Quando uma pessoa é picada, nem sempre ela tem sintomas, mas está com o vírus circulando no sangue. Quando um mosquito pica de novo, pega o vírus e transmite pra outra pessoa. Quando a gente vacina 20% da população, a proteção se estende para 50% da população. São modelos matemáticos de transmissão, já comprovados. E essa é uma faixa [etária] que viaja muito. Se a gente vacinar esse grupo, vamos proteger os pequenos e maiores de 60 anos", afirma.
PREÇO
A definição do preço da vacina é feita pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e, segundo ponderou Homsani, vai depender da estratégia adotada pelo governo federal para oferta do produto à população. Neste mês, o ministro Marcelo Castro (Saúde) argumentou que o custo é visto como um "problema".
"O custo é bastante elevado. Uma dose custa em torno de 20 euros (R$ 84). Com uma população de 200 milhões de habitantes, isso fica inviável", disse na ocasião. Uma ideia inicial, disse o ministro, seria oferecer a vacina para adolescentes de 10 a 14 anos, "porque é um público que se movimenta muito".
"O preço via defender da estratégia de implantação que o governo vai adotar. Se vai colocar no calendário público e para quem", diz a diretora da Sanofi Pasteur. Ela destaca que a multinacional tem uma capacidade de produção anual de 100 milhões de doses. "Não há vacina para todos."
A médica, no entanto, pondera que independente da comercialização do produto, a população deve se manter alerta ao combate do mosquito. "A vacina não protege contra zika e chikungunya, só contra dengue. Se as pessoas continuarem a manter água no vasinho, e o mosquito se proliferar, vamos continuar tendo casos de zika e chikungunya. Nossa preocupação é que as pessoas relaxem [no combate], e isso não pode".
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe Seu Comentário é Muito Importante para Nós