terça-feira, dezembro 29, 2015
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Vox Brasil/CUT: 90% dos trabalhadores são contra mudanças na Previdência Social
Vox Brasil/CUT: 90% dos trabalhadores são contra mudanças na Previdência Social
As mudanças
nas regras da Previdência Social, propostas pelo governo, são rejeitadas pela
grande maioria dos trabalhadores de todas as faixas de renda, etárias e níveis
de escolaridade de todas Regiões do País, segundo pesquisa Vox do Brasil
encomendada pela CUT e divulgada nesta segunda-feira, 28.
A rejeição
aos cortes nos programas sociais atingiu índices ainda maiores, especialmente
na Região Nordeste, onde 90,5% dos pesquisados são contra. Os índices
contrários aos cortes são maiores nas mais baixas faixas de renda e
escolaridade. A pesquisa mostrou, também, que os trabalhadores estão atentos e
apoiam as medidas que podem estimular a geração de emprego, como o aumento da
oferta de crédito para fortalecer o mercado consumidor, programas para
estimular as empresas a manter os empregos e para ajudar as pequenas e médias
empresas.
A CUT
decidiu testar nas ruas a agenda que propõe para o Brasil voltar a crescer gerando
mais emprego e renda e constatou que a maioria absoluta da classe trabalhadora
brasileira aprova as medidas para promover o desenvolvimento, debatidas no 12º
CONCUT realizado em outubro, e rejeitam o ajuste fiscal e medidas de retirada
de direitos conquistados.
Essa é a
primeira pesquisa de opinião feita por uma central sindical brasileira para
saber o que os trabalhadores pensam sobre as medidas que estão sendo debatidas
na área econômica do governo. “Só os empresários faziam pesquisa. Agora, isso
acabou. Também precisamos de um instrumento como esse – pesquisa de opinião –
para saber se nossas propostas são aprovadas e também para definir estratégias
de luta para defender os direitos da classe trabalhadora” diz o presidente da
CUT, Vagner Freitas.
Sobre os
resultados desta primeira pesquisa, Vagner avalia que a mais importante
conclusão é que a maioria dos brasileiros aprovam as propostas da CUT para o
Brasil sair da crise, voltar a crescer, gerar emprego e melhorar a renda. Isso,
diz ele, “é um sinal de que a prioridade do governo deve ser a substituição
imediata da atual política econômica que só tem gerado recessão e desemprego
por uma que priorize os interesses da classe trabalhadora”.
O Vox Brasil
pesquisou, entre os dias 11 e 14 de dezembro, 2000 pessoas com mais de 16 anos,
nas áreas urbanas e rurais de 125 municípios de todos os Estados e do Distrito
Federal.
Previdência
social
Entre os
interrogados, 88% responderam que o governo não deveria dificultar as regras
para aposentadorias. Do total, 87,3% são homens, e 87,7% mulheres. Apenas 9%
(9,7% homens e 8,2% mulheres) concordam com a medida que está sendo analisada
pela equipe econômica e 4% não souberam ou não responderam (3% homens e 4%
mulheres).
Dos 88%
contrários a mudanças nas regras da Previdência Social, 87,6% são jovens e
88,3% adultos; o percentual dos que têm ensino fundamental e médio foi igual
87,7%. Já entre os que têm nível superior, foi de 88,3%. Quanto a faixa de
renda, são conta a medida 87,8% dos que ganham até 2 salários mínimos (SM), o
mesmo percentual (87,8%) dos que ganham entre 2 e 5 SM e 86,4% dos que ganham
mais de 5 SM. A maioria é formada por nordestinos, 89,2%. Outros 85% vivem na
Região Central/Norte, 87,1% no Sudeste e 88,4% no Sul.
Cortes nos
programas sociais
Quanto aos
programas sociais, 75% dos trabalhadores responderam que o governo não deve
cortar recursos. O percentual entre homens (75,2%) e mulheres (75,5%), foi
praticamente igual. Outros 21% disseram que o governo deve fazer cortes.
Novamente, os percentuais entre homens (21,6%) e mulheres (20,9%) foram quase
iguais. Apenas 3% não souberam ou não responderam (NS/NR).
A maioria
dos contrários aos cortes nos programas sociais é formada por pessoas com baixa
escolaridade (81,3% têm ensino médio), ganha pouco (85,1% até 2 SM) e vive no
Nordeste (90,5%).
Aumento da
oferta de crédito
O aumento da
oferta de crédito para fortalecer o mercado consumidor, uma das propostas da
CUT pesquisadas pelo Vox Brasil, foi aprovado pela maioria dos/as
trabalhadoras/as. Para 65% dos entrevistados, a medida ajudaria o país, 14%
acham que não, 12% acham que nem ajuda nem prejudica e 10% (NS/NR).
Dos 65% que
aprovam, 66,1% são homens e 63,7% mulheres. 61,6% são jovens e 66,5% adultos. A
media de aprovação foi de 65% em todas as faixas de renda e escolaridade. O
Nordeste foi a Região onde os trabalhadores mais apoiaram a medida (75,5%),
seguido pelo Sudeste (63,5%), Sul (57%) e Centro Oeste/Norte (57%).
Programa
para dificultar demissões e incentivar empresários a manter empregos
A
preocupação com o desemprego ficou comprovada em vários momentos da pesquisa.
Quando a questão apresentada foi se ajudaria o país se o governo dificultasse
demissões e desse incentivo para os empresários manterem os empregos, 80% dos
trabalhadores responderam que a medida ajudaria o país, 7% que prejudicaria e
8% que nem ajudaria nem prejudicaria. Apenas 5% não souberam (NS) ou não responderam
(NR).
Desses 80%
que aprovam a medida, 80,7% são do sexo masculino e 79% feminino; 78,1% são
jovens e 81,8% adultos, de todos os níveis de escolaridade (79,8% do ensino
fundamental, 81,5% ensino médio e 75,9% superior) e faixas de renda (80,8%
ganham até 2 SM, 80,8% de 2 a 5 SM e 75,5% mais de 5 SM. A medida foi aprovada
em todas as Regiões do país: 83,3% no Nordeste, 79,3% Centro Oeste/Norte, 78,9%
Sudeste e 76,2% Sul.
Programa
para ajudar pequenas e médias empresas
Além da
criação de programas de incentivo para as empresas, os trabalhadores defendem a
redução de impostos. Para 86% dos entrevistados, ajudaria o país a criação de
um programa para incentivar as pequenas e médias empresas. A aprovação atinge
ambos os sexos (87,1% homens e 85,7% mulheres), em todas as faixas de renda
(85,6% entre os que ganham até 2 SM, 84,9% de 2 a 5 SM e 91,1% mais de 5 SM),
etárias (85,1% dos jovens e 89,4% dos adultos) e níveis de escolaridade (83,8%
ensino fundamental, 88% ensino médio e 90,8% superior). Os maiores índices de
aprovação foram registrados nas Regiões Nordeste (89,6%), Centro Oeste/Norte
(89,3%). No Sudeste o índice de aprovação foi de 84,1% e no Sul de 83,4%.
Propostas
para reduzir impostos sobre salários
Questionados
sobre redução de impostos sobre salários e aumento de impostos sobre os lucros
e ganhos das empresas, os trabalhadores defenderam as opções que, para eles,
ajudam a
garantir ou
aumentar os postos de trabalho. 82% responderam que diminuir impostos sobre
salários ajudaria o país. Para 7% prejudicaria. Outros 7% acham que nem ajuda
nem prejudica e 5% (NS/NR).
Dos 82%
favoráveis à redução de impostos sobre salários, 83,3% são homens e 80,4%
mulheres; 80% são jovens e 84,4% adultos. A medida é aprovada em todas as
faixas de renda (81,3% dos que ganham até 2 SM, 82% dos que ganham entre 2 e 5
SM e 82,4% dos que ganham mais de 5 SM) e níveis de escolaridade (79,6% ensino
fundamental, 85,1% ensino médio e 81,6% superior). Mais uma vez, a maior aprovação
é no Nordeste, 85,3%. No Centro Oeste/Norte, 79,3%, no Sudeste, 82,3% e no Sul,
76,2%.
Já a
pergunta sobre aumento de impostos sobre os lucros e ganhos das empresas
dividiu os entrevistados. Para 49% (49,9% homens e 47,4% mulheres; 47,6% jovens
e 49,2% adultos) a medida ajudaria o país. Para 31% (30,9% homens e 36,3
mulheres, sendo 30,2% jovens e 31,9% adultos), a medida prejudicaria. Outros
12% responderam que não ajudaria nem prejudicaria e 9% (NS/NR).
Quanto as
faixas de renda, houve uma divisão na avaliação de que a medida pode prejudicar
ou ajudar o país – ps que ganham menos aprovam mais a proposta. Para 51,1% dos
que ganham até 2 SM a medida ajudaria – 25,4% responderam que prejudicaria. Nas
faixas de 2 a 5 SM (47,1% acreditam que ajudaria e 33,5% que prejudicaria),
entre os que ganham mais de 5 SM, os percentuais foram 46,5% ajudaria e 34,9%
prejudicaria.
Ajuste
fiscal
Já o ajuste
fiscal, divide os pesquisados. Para 42% o ajuste atinge igualmente todos os
segmentos da sociedade. Outros 47% acreditam que atinge mais os trabalhadores.
Os índices são parecidos quando se analisam os dados por faixa etária e renda.
Para 44,1% dos homens e 40,8% das mulheres atinge toda a sociedade. Para 47,2%
dos homens e 46,9% das mulheres atinge mais a classe trabalhadora.
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