quarta-feira, janeiro 13, 2016
IBGE: safra de 2015 é recorde e a de 2016 crescerá 0,5%
A safra
brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas fechou 2015 com uma produção
de 209,5 milhões de toneladas, superando em 7,7% a de 2014. Já para 2016, o
terceiro prognóstico – divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, indica uma produção de 210,7
milhões de toneladas, superando em 0,5% o número de 2015.
A décima
segunda estimativa de 2015 do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do
país (algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia,
centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) fechou 2015 com uma
produção de 14,9 milhões de toneladas maior que as 194,6 milhões de toneladas
de 2014. O resultado, no entanto, é 0,4%, o equivalente a 746.519 toneladas,
menor que a avaliação de novembro.
Os dados
divulgados pelo IBGE indicam que a estimativa da área a ser colhida é de 57,7
milhões de hectares, com alta de 1,8% frente à área colhida em 2014 (56,7
milhões de hectares) e redução de 14.711 hectares em relação às previsões do
mês anterior. Juntos, os três principais produtos deste grupo (arroz, milho e
soja) representaram 93,1% da estimativa da produção e responderam por 86,3% da
área a ser colhida.
Em relação a
2014, houve acréscimos de 6,1% na área da soja e de 0,8% na de milho e redução
de 8,4% na área de arroz. Na produção, houve acréscimos de 1,1% no arroz, 11,9%
na soja e de 7,3% no milho.
Cereais
A região
Centro-Oeste foi a que concentrou o maior volume de produção de cereais,
leguminosas e oleaginosas, com 89,9 milhões de toneladas, seguida da região
Sul, com 76 milhões de toneladas, Sudeste (19,3 milhões de toneladas), Nordeste
(16,6 milhões de toneladas), e Norte (7,7 milhões de toneladas).
Na safra de
2015, houve altas de 22,1% na região Norte, de 5,4% na região Nordeste, 5% na
região Sudeste, 7% na região Sul e 8,3% na região Centro-Oeste. Na avaliação de
2015, Mato Grosso liderou como maior
estado produtor de grãos, com 24,9%, seguido pelo Paraná (18%) e Rio Grande do
Sul (15,2%). Somados, representaram 58,1% do total nacional.
As
informações indicam, ainda, que, entre os 26 produtos pesquisados, oito tiveram
alta na estimativa de produção em relação a 2014, com destaque para arroz em
casca (1,1%), aveia em grão (4,8%), batata inglesa 3ª safra (1,6%), cana-de-
açúcar (2,4%), milho em grão 2ª safra (15,0%), soja em grão (11,9%) e triticale
em grão (75,6%).
Houve 18
produtos em queda. Neste caso, os destaques ficaram com algodão herbáceo em
caroço (2,7%), amendoim em casca 1ª safra (10,2%), amendoim em casca 2ª safra
(38,8%), cebola (11,2%), cevada em grão (26,4%), feijão 1ª safra (4,5%), feijão
2ª safra (7,9%), feijão 3ª safra (2,4%), laranja (3,9%), mandioca (2,1%), milho
em grão 1ª safra (4,8%), sorgo em grão (7,1%) e trigo em grão (13,4%).
Cana-de-açúcar
Após um ano
de 2014 ruim, quando a produção de cana-de-açúcar do país retraiu 4% na relação
com 2013 – em função dos preços externos e de um ano muito seco e quente nas
principais regiões produtoras -, em 2015 a estimativa da produção cresceu 2,4%
na comparação com 2014, devendo alcançar 755 milhões de toneladas.
A área
plantada recuou 3,2% e a ser colhida 1,5%, mas o rendimento médio aumentou
3,9%, fruto de mais investimentos e de um ano mais chuvoso. Os destaques da
recuperação da produção de cana-de-açúcar, em termos de volume de produção em
2015, em relação a 2014, foram o estado de São Paulo com incremento de 14,6
milhões de toneladas na comparação com o ano anterior; Mato Grosso do Sul, com
aumento de 7,2 milhões de toneladas e Paraná – 3,3 milhões de toneladas.
Já a cebola,
um dos produtos que mais contribuíram para a alta da inflação do grupo
alimentos e do IPCA de 2015 (10,67%), fechou em queda de 11,2% na produção. “O
ano se iniciou com a queda da produção no sul do País e com a quebra de safra
de cebola na Argentina, principal exportador de cebola para o Brasil. Com isso,
pela primeira vez, as importações da Europa foram maiores que as da Argentina.
Os altos custos dessa importação foram repassados aos consumidores, fazendo os
preços dispararem e elevando o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA)”,
ressaltou o IBGE.
Ausência de
chuvas
A baixa
oferta foi agravada, no primeiro semestre, “pela queda de 19% da produção na
Bahia, onde a falta de chuva reduziu o rendimento em 16,4%. Já Goiás e Minas
Gerais foram os principais beneficiados com a elevação do preço da cebola.”
Com exceção
ao Centro-Oeste, todas as outras regiões brasileiras tiveram redução da área
plantada durante a primeira safra, na qual os principais produtores foram o
Paraná (332,2 mil toneladas), Bahia (239,5 mil toneladas) e Minas Gerais (162,0
mil toneladas). Paraná e Minas reduziram as suas produções em 18,3% e 20,0%,
respectivamente. Já na Bahia, a produção aumentou em 152,6%.
A redução de
área plantada foi observada em todas as regiões, com exceção ao Centro-Oeste.
Os principais estados produtores de feijão desta temporada seguem a mesma ordem
da primeira safra: Paraná (30,1% da produção), Bahia (15,0%) e Minas Gerais
(12,1%). Todos estes estados tiveram queda na produção em relação a 2014.
Milho e soja
Milho, arroz
e soja respondem por 93,1% da produção total do país e por 86,3% da área a ser
colhida, terão comportamento distinto em 2016, com o primeiro voltando a
apresentar queda e o segundo fechando com novo recorde.
Segundo o
IBGE, a produção de soja de 2016 deverá superar a do ano passado em 5,9%,
devendo atingir 102,7 milhões de toneladas. A alta na produção deve resultar da
valorização da soja no mercado interno.
Mato Grosso
se mantém líder nacional na produção da leguminosa. Com expectativa de área de
9,2 milhões de hectares e de rendimento médio em 3.106 kg/ha, estima-se que a
produção mato-grossense seja de 28,5 milhões de toneladas, 2,5% maior que a de
2015. O Paraná trouxe estimativa de produção de 18,3 milhões de toneladas,
maior 6,7% quando comparado a 2015.
Já o milho
1ª Safra (em grão), segundo o atual prognóstico, virá com mais um decréscimo na
produção em 2016. Esta queda de produção é consequência da valorização da soja,
concorrente direto por área. São esperadas para esta primeira safra 28,1
milhões de toneladas, 4,6% menor que o obtido em 2015 e 2,4% menor que a
estimativa do prognóstico anterior. A área plantada sofreu contração de 7,4%
quando comparado com 2015.
Segundo o
IBGE, os levantamentos de cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados
em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do
Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, continuando um processo de
harmonização das estimativas oficiais de safra das principais lavouras,
iniciado em outubro de 2007.
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