sábado, janeiro 30, 2016
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Tropa de paz da ONU é acusada de mais abusos na Rep. Centro-Africana
Tropa de paz da ONU é acusada de mais abusos na Rep. Centro-Africana
A ONU
denunciou nesta sexta-feira (29), em Genebra, um novo escândalo de abusos
sexuais cometidos por soldados estrangeiros contra crianças na República
Centro-Africana, onde opera uma missão de paz internacional desde 2014.
Os supostos
delitos teriam ocorrido principalmente em 2014, mas não se tinha noção deles
até as últimas semanas, explicou o Alto Comissário das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Zeid Ra´ad Al Hussein, que se declarou alarmado pelas
acusações.
Uma equipe
da ONU no país africano falou com várias crianças e adolescentes, que
declararam ter sofrido abusos sexuais ou exploração de parte de soldados
estrangeiros.
Segundo
quatro meninas, com idades entre os 14 e os 16 anos no momento dos fatos, os
agressores pertenciam a contingentes da força da União Europeia (Eufor-RCA).
Três delas
acreditam terem sido abusadas por membros das tropas georgianas da Eufor-RCA.
Também há
suspeitas sobre soldados de "outro país" que operam na Eufor, mas a
ONU não quis fornecer mais informações antes de obter alguma comprovação.
Sexo em
troca de água e biscoitos
Uma das
meninas entrevistadas afirmou ter praticado sexo oral com soldados franceses em
troca de uma garrafa de água ou um pacote de biscoitos.
A ONU já
anunciou a abertura de uma investigação sobre as novas acusações de abusos
sexuais por soldados da Missão da ONU na República Centro-africana (Minusca).
"Os
soldados não foram identificados" no momento, informou uma fonte europeia,
que disse que as acusações envolvem "pelo menos dez soldados".
O ministério
da Defesa da Geórgia prometeu "fazer tudo o possível para assegurar que
aqueles que cometeram esses crimes sejam responsabilizados".
Cerca de 150
soldados georgianos participaram da Eufor-RCA, que contava com cerca de 700
homens entre fevereiro de 2014 e março 2015, com a missão de restaurar a
segurança em Bangui.
Segundo a
ONU, dois irmãos, uma menina e um menino que tinham 7 e 9 anos,
respectivamente, na época dos fatos denunciados, relataram terem sido vítimas
de abuso sexual em 2014, supostamente cometidos por membros das tropas
francesas Sangaris.
O ministro
da Defesa francês, Jean Yves Le Drian, anunciou que apresentou à justiça as
novas acusações.
Soldados
franceses
Em 2014, um
primeiro escândalo envolvendo soldados franceses veio à tona. Os incidentes
ocorreram dentro ou no entorno de um campo de refugiados em M´Poko, perto do
aeroporto de Bangui, sob a proteção da Eufor e das Sangaris.
Essas forças
europeias não pertenciam ao contingente sob o comando da ONU.
No início de
janeiro, o escândalo atingiu soldados que faziam parte da missão da ONU,
Minusca. Estes soldados pertencem a cinco países, segundo a investigação. As
vítimas seriam cinco meninas.
O chefe da
Minusca, o gabonês Parfait Onanga-Anyanga, prometeu "sanções duras"
depois de considerar como "absolutamente inaceitável que um soldado de
manutenção da paz esteja envolvido nestes atos horríveis".
Na França,
cinco soldados tiveram de depor perante a justiça em dezembro por outros casos
de supostos abusos que ocorreram entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.
No entanto,
nenhum dos soldados foi formalmente acusado e as audiências não contribuíram
para o avanço da investigação, de acordo com uma fonte próxima à investigação
francesa.
Durante os
interrogatórios, os soldados disseram ter entregue rações alimentares às
crianças sem pedir nada em troca, indicou.
Uma
funcionária da ONU de nacionalidade francesa foi quem fez as denúncias.
Outra investigação
está em curso na França sobre o suposto estupro de uma mulher centro-africana
no verão de 2014 por um militar francês.
Fonte: AFP
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