sexta-feira, fevereiro 05, 2016
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DISTRITO BASTIÕES/IRACEMA-CE, TRADIÇÃO (COSTUMES), RELIGIÕES E CULTURA NA VIVÊNCIA DESSE POVO
DISTRITO BASTIÕES/IRACEMA-CE, TRADIÇÃO (COSTUMES), RELIGIÕES E CULTURA NA VIVÊNCIA DESSE POVO
2. HISTÓRIA
DA COMUNIDADE DOS BASTIÕES
A comunidade
Bastiões, distrito rural do município de Iracema, está localizada
no sudeste
do estado do Ceará, no médio Jaguaribe. Situada em uma região serrana o
distrito é
cercado por uma vasta área verde, com vegetação predominante de caatinga
.
O Distrito
dos Bastiões desenvolve atividades de agricultura de subsistência
como o
cultivo de milho, feijão e fava. Para tanto é utilizando o sistema de meia, em
que o dono
da terra cede espaço para os agricultores plantarem e recebem uma parte da
produção.
Outra atividade desenvolvida na comunidade é o artesanato que é
popularmente
chamado na comunidade por “tela”.
Os relatos
orais acerca da fundação da comunidade indicam que os primeiros
moradores a
ocuparem aquele território foram três homens negros da família Bastião,
por isso o
nome da comunidade seria o mesmo, que vieram fugidos da Bahia. Essa
cercado por
mato. Segundo relatos dos mais velhos, havia nesse período uma única casa
no centro da
comunidade onde hoje está fixado o cruzeiro, na praça do distrito.
A família
Bastião, posteriormente, negociou suas terras com duas mulheres
negras,
Maria Bribiana e Feliciana. Essa família povoou a comunidade e deu origem de
descendentes
com o surgimento de outras cinco famílias: Sá, Jacob, Assis, Tomé e
Rafael. Não
existe registros de quando ocorreram essas negociações.
Com o passar
do tempo um desses descendentes, Raimundo Assis, tornou-se o
nem o padre
o respondia. Esse não vendia suas terras para brancos, pois acreditava que
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quando eles
estivessem na comunidade submeteriam os negros à condição de
submissão.
Não vender
terra era, segundo eles, um critério para impedir que os
negros fi
cassem submetidos aos brancos, como revela uma antiga
moradora de
Saco do Frade ou Aquinópolis, sítio pertencente ao
município de
Jaguaribe e que, na ocasião da pesquisa, residia em
Bastiões.(Bezerra,
2012,p.53)
Só depois da
morte de Raimundo Assis é que seus herdeiros iniciaram a venda
de parte de
suas terras para famílias constituídas por não negros, e novas famílias foram
incorporadas
na vida social da comunidade.
Com essa
nova configuração essas famílias passaram a ser maioria na
comunidade,
e de certo modo o receio de Raimundo Assis se concretiza, pois, esses
das terras,
tendo assim maior poder de decisões na comunidade.
2.1.
Comunidade Bastiões: tradições e costumes
É muito
peculiar, que com o passar do tempo, as pessoas vão identificando mais
fortemente
suas raízes e muitas delas se fortificam cada dia mais. Existe o desejo de
tentar mudar
uma realidade que perdura dentro da comunidade, a de que, ao final da
formação
escolar o jovem ter que sair do seu lugar de origem em busca de emprego,
melhor
acesso à saúde, formação acadêmica e mais comodidade em relação a tudo. E
ainda há
casos de jovens que por terem que ajudar em casa desistem dos estudos e ficam
desestimulados,
sem haver sequer algum tipo de incentivo ou meios que os amparem.
De uma forma
geral a juventude da Comunidade encontra duas possibilidades: ou serão
trabalhadores
rurais ou viajam para o sudeste do país em busca de melhores
oportunidades.
Como filha
de moradores da comunidade há tempos, tendo que me ausentar
devido à
busca de formação acadêmica, tenho boas lembranças desse cotidiano.
Atualmente,
com tanta informação à disposição de todos, enxergo mais claramente que
nós jovens
somos e temos que fazer as mudanças acontecerem em nosso lugar e percebo
que,
diferentemente de tempos atrás, a juventude já busca meios de se manter dentro
da
sua
comunidade, pois sabe da importância de estar mais presente, tanto na sociedade
local como
em meio aos amigos e familiares. Ao mesmo tempo há o desejo de tentar
mudar uma
realidade que perdura dentro da comunidade, a de que, ao final da formação
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escolar o
jovem ter que sair do seu lugar de origem em busca de emprego, melhor
acesso à
saúde, formação acadêmica e mais comodidade em relação a tudo. E ainda há
casos de
jovens que por terem que ajudar em casa desistem dos estudos e ficam
desestimulados,
sem haver sequer algum tipo de incentivo ou meios que os amparem.
Vi de perto
uma geração que tinha clareza do que se faria depois do Ensino Médio,
tendo eu
percebido duas opções: ou seriam trabalhadores rurais ou faziam como a
grande
maioria faz, sair de sua comunidade e viajar para o sudeste do país.
Tenho um
apreço incondicional pelo lugar onde minhas raízes se fixam. Mas
temos que
abrir os olhos para os problemas que nos cercam buscando meios e pessoas
que possam
trazer os benefícios para uma vida social digna. Saneamento básico,
estrutura
escolar mais adequada, fornecimento de água, ensino de qualidade, meios que
possibilitem
à comunidade formas de subsistência, além da agricultura, são alguns dos
problemas
que rodeiam a nossa comunidade. Pode até parecer que esse tipo de assunto
não esteja
relacionado à juventude, que deveria está focada em outros assuntos, mas,
pelo
contrário, os jovens querem crescer dignamente com uma estrutura social que
lhes
permita ter
os mesmos direitos que quaisquer outros jovens.
Sobre o
cotidiano, ao passo que alguns costumes se modernizaram, outros
ficaram mais
fortes e presentes na nossa cultura e em nossas tradições. Fato que ainda
observamos é
que, dependendo da época do ano, a forma de diversão dos jovens muda,
assim como a
comida típica, o trabalho do roçado. A diversão é intercalada entre banhos
de riachos e
cachoeiras nos meses chuvosos; as festas juninas, a comemoração da
tradicional
festa da padroeira no meio do ano; e durante o restante do tempo, de forma
fazem teatro
de rua e ficam conectados à internet sempre que podem.
O clima
privilegiado, agradável, com temperatura amena na maior parte do ano e
fria durante
os períodos chuvosos, proporciona uma diversidade de atividades lúdicas e
comerciais/turísticas.
Em um ponto alto que fica acima da comunidade de onde se tem
uma vista
privilegiada, denominado de Santo Cruzeiro, costuma-se fazer piqueniques.
Consideramos
que é um ponto turístico do lugar, não há quem o visite e não tire uma
fotografia.
Outro lugar bastante visitado por jovens é uma bica d’água na descida da
serra, local
bastante visitado nas épocas chuvosas.
A comunidade
quilombola, Bastiões, é um distrito do município de Iracema,
localizado
no sudeste do estado do Ceará, no Vale do Jaguaribe. A comunidade rural
pratica a
agricultura de subsistência, utilizando para isso o “sistema de meia”, que se
realiza da
seguinte maneira: o proprietário da terra disponibiliza uma parte da mesma
para o
arrendatário plantar e “cuidar” (limpar o terreno e deixá-lo pronto para o
plantio),
na colheita
os arrendatários precisam deixar uma parte da produção para o proprietário.
A divisão da
colheita na Comunidade acontece de duas formas diferentes de acordo com
o produto
produzido. No caso do milho a cada três carreiras plantadas os donos da terra
ficam com
uma carreira, nesse caso os proprietários têm que pagar funcionários para
colher seu
produto, pois os trabalhadores só têm a obrigação de colher a própria parte.
Em relação à
divisão do feijão entre os agricultores e os proprietários das terras é
feita
através da contagem de quilos: a cada três quilos colhidos um é destinado aos
donos das
terras. Para ser feita essa contagem os agricultores precisam colher toda a
produção nos
pés, e na volta da colheita levar até aos proprietários, para ser feita a
pesagem e a
divisão.
O dia de
quem trabalha nos roçados começa bem cedo, logo de madrugada os
trabalhadores,
mulheres, homens, jovens e idosos já estão de pé. As mulheres que, além
de trabalhar
na roça também são donas de casa precisam deixar tudo organizado para
que as
crianças possam ir à escola. Por volta das quatro horas da manhã elas iniciam a
caminhada
com destino ao trabalho. Se na casa há muitos filhos, algumas delas são
escolhidas
para permanecer em casa e realizar os afazeres domésticos.
A caminhada
é longa, a maioria dos roçados são distantes da comunidade.
Vestidos com
camisas de mangas longas, calças jeans, botas, e chapeis nas cabeças,
para se
protegerem do sol e dos espinhos, eles seguem caminhando, carregando no
corpo o
borno (uma espécie de bolsa grande, feita de panos resistentes como o jeans)
por entre as
matas, superando os espinhos e se equilibrando nos desníveis presentes nos
terrenos
irregulares. Dentro dos bornos estão alguns utensílios que auxiliaram os
trabalhadores
na atividade como as sementes, os fósforos, o facão. Lá também são
carregadas
duas garrafas uma com água e outra com café, um lanche, o fumo e o papel
para o
cigarro também não podem faltar. Nas mãos carregam outros instrumentos de
trabalhos
como a enxada e a foice, importante dentre outras coisas para limpar o mato
que cresce
no meio das plantações.
Chegando ao
destino, procuram um lugar na sombra para prender o jumento, e
outro com
uma distância razoável para deixar o borno com os utensílios para o consumo
dos
trabalhadores. Durante as horas de trabalho pesado, os trabalhadores dão pequenas
pausas, para
isso aproximam-se do espaço onde haviam deixado a bolsa com os
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utensílios
para o consumo. Os intervalos são rápidos, porém regados de muitas
conversas,
cafezinhos e tragadas em cigarros de palha.
A volta para
casa acontece por volta das treze e quatorze horas da tarde, com o
sol em seu
horário mais quente. No período da colheita, o retorno para casa torna-se
mais difícil
ainda, pois além do cansaço físico resultante do trabalho pesado e do forte
sol, os
trabalhadores precisam carregar sacas de feijão e milhos na cabeça, pois o
animal
não consegue
carregar tudo.
Além de todo
esse trabalho, em alguns momentos surgem outros problemas que
dificultam
ainda mais a vida dos agricultores rurais da comunidade, como nos períodos
em que as
plantações são invadidas por pragas.
Nessas
ocasiões, os moradores, mesmo que de forma individual, porém
organizada,
conseguem combater a praga chamada por eles de cascudo, com venenos
próprios
para as plantações de feijão. O material utilizado no combate às pragas
precisam ser
compradas em outros municípios, pois a comunidade não está preparada
para esse
acontecimento.
2.2.
Tradições, religiosidade e festas
O ambiente
nos Bastiões é tranqüilo, é uma comunidade pacata, não se vê muitas
confusões,
apenas alguns desentendimentos comuns na convivência próxima entre os
moradores.
Na maior parte do ano não existe muita movimentação na Serra, há uma
circulação
de pessoas razoável nos encontros religiosos. Nas grandes festas, porém, esse
panorama se
transforma e a comunidade entra em outro ritmo.
A
religiosidade é algo que consegue movimentar e transformar o ritmo de vida
dos
moradores. São três as religiões cultuadas nos Bastiões: duas delas fazem parte
da
história da
comunidade pelo longo período em que faz parte do distrito. Uma delas é o
catolicismo
que, segundo relatos de moradores antigos, é presente desde o início da
comunidade;
outra é a religião de matriz africana que na serra é chamada de Xangô, que
também é
presente na comunidade há bastante tempo. O culto evangélico é parte da
comunidade
há aproximadamente dez anos.
As
manifestações religiosas voltadas para o catolicismo é um dos símbolos da
comunidade,
que tem como padroeiros, Nossa Senhora do Carmo, e São Sebastião. Os
dois grandes
eventos do distrito que os fazem ser reconhecidos nas cidades vizinhas são
as festas em
homenagem a esses santos.
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Uma das
versões que narra do surgimento da padroeira da comunidade conta que
foi durante
uma dessas pescarias que teve início a relação da comunidade com Nossa
Senhora do
Carmo, pois um dos Bastiões, ao lançar a rede de pesca, puxou a imagem
santa. Essa
relação religiosa se consolida com as duas negras que habitaram a
comunidade
posteriormente.
Outra versão
também oriunda da tradição oral da comunidade narra que a
imagem da
Santa foi comprada pelas duas novas donas das terras junto aos frades
pernambucanos
que passavam por lá durante uma viajem que faziam.
A festa de
Nossa Senhora do Carmo que acontece no mês de julho, é o principal
evento da comunidade.
Nessa época do ano o ritmo dos Bastiões fica frenético, pois é o
momento em
que ela recebe um grande número de visitantes e é também para esse
período que
os moradores preparam-se o ano inteiro.
Também
conhecida na região do vale do Jaguaribe como Festa de Julho dos
Bastiões, os
festejos de Nossa Senhora do Carmo duram dez dias, pois inicia-se no dia
sete de
julho e termina no dia dezesseis do mesmo mês. Durante esse período, a
quantidade
de gente circulando pela cidade, noite e dia é incalculável.
Sons de
carros ligados a toda hora e a toda altura, os barres cheios, a praça e a
rua (centro
da comunidade) lotados de barracas vindas de outras cidades para vender de
imagens de
santos a calçados. A criançada correndo nas ruas, os jovens circulando com
suas
melhores roupas e com a aparência do momento. Os idosos em algumas calçadas
de bares ou
de casas observando o movimento. Esse é o ambiente da comunidade
durante os
dias de festa do mês julho.
Antes do
início da festa e durante, a Igreja organiza procissões com o objetivo de
arrecadar
donativos para serem leiloados durante a festa. Essas procissões acontecem
tanto na
comunidade como nos municípios e vilarejos vizinhos, da seguinte forma: um
grupo grande
de pessoas saem nas ruas cantando as ladainhas da Igreja específicas para
aquele
momento, os moradores que desejam contribuir, entregam o que desejarem para
as pessoas
que carregam grandes sacos. O dinheiro arrecadado é destinado à Igreja.
Por volta de
cinco horas da tarde as pessoas começam a se arrumar para
acompanhar
as novenas e posteriormente a missa, para só depois aproveitarem a noite
de festa.
Das nove noites de festa (no dia dezesseis, ultimo dia não tem festa é a missa
da padroeira
que acontece as dez horas da manhã) durante oito dias fazem homenagem a
algumas
famílias da região, algumas tradicionais outras por poder político e/ou
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financeiro.
A família homenageada da noite é que organiza a festa e os festejos de sua
noite.
Dentro desse
período festivo acontecem outras manifestações culturais, também
em homenagem
à Santa como a Moto Romaria, que é uma passeata de moto, cavalgada
onde se
reúnem em Iracema vários animais para cavalgar com a imagem da padroeira na
frente. No
dia quinze de julho acontece o leilão e os materiais leiloados são os que
foram doados
nas procissões. Após o dia dezesseis a comunidade volta aos poucos à
normalidade.
Outra
manifestação religiosa que mesmo que em menor proporção chama
bastante
atenção da comunidade e de alguns municípios vizinho é o xangô do pai de
Santo Luiz,
bastante conhecido na região Jaguaribana. Mesmo sem data certa para
acontecer, a
não ser na festa de Tia Maria, que acontece no dia vinte e cinco de
dezembro, a
casa dele fica sempre lotada.
Os trabalhos
de Luiz são conhecidos na região do Vale do Jaguaribe, por essa
razão,
pessoas de toda a região sobem a serra para pedir sua ajuda. Esse
reconhecimento
de seu
trabalho, levou-o a fechar temporariamente sua casa na comunidade e mudar-se
para a
cidade de Jaguaribe. Interrompendo os cultos de matriz africana por um longo
período,
porém quando retornava para visitar a comunidade e a família, ele reabria sua
casa
espiritual.
Um dos
momentos que mais movimenta a casa de xangô de Luiz, é na realização
da festa de
Tia Maria, que acontece no dia vinte e cinco de dezembro. Nesse momento a
casa fica
lotada, os jovens vão para dançar e comer, durante o ritual eles dançam
cantam e a
entidade responde algumas perguntas dos visitantes e diz algo sobre o ano e
vai começar,
também são distribuídos alimentos doces e frutas.
Outra
religião com um número razoável de adeptos na comunidade é a
evangélica,
essa que é relativamente recente, tem seus dias de culto pelo menos duas
vezes na
semana, dependendo da época, independente do que esteja acontecendo na
cidade ele
acontecerá.
A
religiosidade do povo mostra-se também na comunidade através de outros
fatores com
a presença das parteiras que na comunidade recebem o nome de
cachimbeiras
e das rezadeiras. Há aproximadamente trinta anos atrás com as dificuldade
de locomoção
e a ausência de médicos no distrito como já relatamos os problemas eram
resolvidos
também através da espiritualidade.
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Os partos na
comunidade assim como em tantas outras, eram realizadas com a
ajuda das
parteiras, essas durante o partos realizavam rituais para tirar as dores das
mulheres.
Enquanto faziam o parto as parteiras fumavam um cachimbo com fumo,
durante o
trabalho elas soltavam a fumaça em cima das mães, segundo elas para tirar as
dores. Por
essa razão, na comunidade elas recebem o nome de cachimbeiras.
Outro
elemento importante para o cotidiano da comunidade que é um símbolo da
religiosidade
e da fé do povo, são as rezadeiras, mulheres que através da reza, com
algumas
folhas de pinhão roxo conseguem curar espiritual e fisicamente os moradores.
As reflexões
desenvolvidas neste relato nos levam a constatar que ao falarmos
de
comunidades quilombolas, precisamos considerar as particularidades de cada
povo,
cada lugar,
visto que cada uma delas guarda na sua história o que lhes torna diferente, o
que é
particularmente seu.
Os valores
sociais dessa comunidade foram construídos através da
ancestralidade
e sobrevivem nos dias atuais e mesmo sofrendo a concorrência desigual
da
tecnologia, as novas gerações colocam suas novas experiências nesses valores,
porém a
essência deles permanece. A valorização da família, do trabalho e a
manutenção
dos rituais religiosos, são alguns desses ideais facilmente observados.
As
manutenções das suas tradições, de sua cultura foram e continuam sendo a
forma de
resistência das comunidades negras, especialmente através das tradições orais
que permitem
que essa cultura perpasse às gerações futuras.
2. ÁGUA NA
SERRA: BOAS LEMBRANÇAS, MUITAS DIFICULDADES
A vida na
comunidade é regada por muitas dificuldades, provocadas
principalmente
pela falta ou a escassez de serviços básicos como o abastecimento de
água que
influencia, desde muitos anos atrás, a forma de vida dos Bastiões. Há décadas,
o problema
mudou apenas a forma como se apresenta, mas permanece até os dias atuais.
As
dificuldades para ter acesso à água são um problema para os Bastiões há
bastante
tempo, a água encanada, por exemplo, só chegou na comunidade há
aproximadamente
dez anos. Antes disso, a comunidade teria que ir diretamente aos rios
e açudes da
região para ter acesso à mesma.
Há
aproximadamente quinze anos atrás para ter acesso à água os moradores
precisavam
buscá-la nos rios ou no açude, dependendo da utilidade que dariam a ela. A
comunidade,
em virtude da necessidade de beber, buscava água para o consumo em
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cacimbas e
no açude santo Antonio, situado em um vilarejo próximo aos Bastiões. Água
para outras
necessidades era retirada principalmente do rio (intermitente) que havia
dentro do
distrito.
A maioria
das famílias consome água de cacimbas e cacimbões. São poucas as reservas
d’águas no
povoado, ocasionando caminhadas diárias de até 2 Km para algum
abastecimento.
Quando não há escassez, o cacimbão mais procurado era aquele que
pertencia aos
Assis...(Bezerra,1999,p.55)
Nessa época
lembro que meu avô tinha um jumento. Ele foi essencial para a
família,
pois possibilitava que nós tivéssemos acesso à água com mais rapidez, era
através dele
que conseguíamos carregar o maior volume de água para armazenar.
Também era
ele quem carregava a maior parte do peso dos trabalhos no roçado.
Para
conseguir água, a fim de atender às necessidades da família, tínhamos que
cumprir um
processo longo e cansativo, que começava quando íamos buscar o jumento
próximo ao
roçado onde ele ficava, para que pudesse se alimentar. O caminho até lá era
distante e
de difícil acesso como já relatamos, mas como íamos em grupos, brincávamos
o caminho
inteiro e essas dificuldades eram mais facialmente superadas.
A caminhada
até o açude levava bastante tempo, por isso meus tios não perdiam
tempo com
conversas prolongadas, cumprimentavam rapidamente quem estava pelo
caminho, mas
seguiam a passos firmes em direção a seu destino.
Quando lá
chegavam, normalmente já estava repleto de pessoas com os mesmo
objetivos.
Eles então posicionavam o jumento, pouco afastado da água para não sujá-la,
e iam os
dois enchendo as âncoras e eram necessários muitos baldes de água para
enchê-las
por completo. Quando isso acontecia meus tios tampavam-nas, cada um
enchia seus
dois baldes, prendia-os nos galões e com eles sobre ombros e o Jumento na
frente
iniciavam a caminhada de volta para casa.
No retorno,
os passos eram mais lentos, por causa dos pesos que carregavam,
mas não
podiam desviar a atenção do animal, pois corria o risco de ele jogar todo o
trabalho
fora se encrespasse com outro de sua raça. A água retirada do açude era
utilizada
para o consumo (beber) e nas casas das comunidades ela era, em alguns casos,
ainda, é
armazenada em potes feitos de barro. Quando chegávamos, em casa com a
água,
encontravam o pote já lavado e as âncoras eram descarregadas. Para retirar as
impurezas
que por ventura tivessem vindo junto, colocava-se um pano limpo na “boca”
do pote
antes de colocar água em um processo de coar a água. Esses trabalhos repetiamse
algumas
vezes para atender às necessidades da família.
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O clima na
comunidade na maior parte do ano é frio. Por se localizar em uma
região
serrana a água armazenada nos potes ficam na maioria das vezes em uma
temperatura
agradável, nem muito quente e nem muito gelada, por essa razão ainda hoje
algumas
pessoas preferem beber a água dos potes do que, as retiradas das geladeiras.
Algumas
atividades relacionadas à água movimentaram a vida social da
comunidade e
deram um sentido cultural às atividades cotidianas, no período em que
não havia
água encanada. A lavagem das roupas é um exemplo disso: existia nessa
época todo
um processo para que de fato fossem lavadas.
Essa era uma
atividade esperada pela molecada, que aguardam o momento para
acompanhar
suas mães até o rio e brincar a manhã inteira ao redor dele, principalmente
os meninos,
pois só teriam que colocar água junto às mães, diferente das meninas que
ajudavam na
lavagem por mais tempo.
Recordo que
nos dias que antecediam ao dia da lavagem das roupas, a
expectativa
que se formavam junto às crianças era enorme: os meninos iniciavam o
processo de
convencimento para que as mães os levassem, mas certo mesmo é que as
meninas
iriam, então nos especulávamos e deixávamos eles mais ansiosos.
Quando o
grande dia chegava, acordávamos bem cedo, por volta das quatro e
meia da
manhã, as mães preparavam o café. Enquanto tomávamos o café, as mulheres
pegavam uma
colcha de cama grande, estiravam no chão da sala e iam juntando ao
centro todas
as roupas que seriam lavadas. Por fim elas colocavam alguns materiais de
limpeza,
como os sabões e fechavam e amarrando as pontas.
Minha mãe
colocava a trouxa na cabeça e saíamos todos em direção ao rio da
comunidade.
No caminho encontrávamos outras famílias que iriam fazer o mesmo, as
mulheres
então iam conversando, cada uma com sua trouxa na cabeça e as crianças
caminhavam,
corriam e cantavam na frente, carregando baldes que continham alguns
materiais de
limpeza e de consumo dentro e as bacias.
Ao chegar no
rio cada mulher escolhia uma das muitas pedras grandes que lá
existiam,
escolhiam a que considerassem melhor para bater as roupas mais grossas nela.
Ao redor
dessas pedras elas colocavam os materiais de limpeza necessários para lavar as
roupas, um
pouco mais afastado alguns alimentos que foram levados para o lanche,
fumo e papel
para fazer o cigarro.
Com o
ambiente todo organizado pelas mães, as crianças começam a pegar água
no rio para
encher as bacias. Depois de fazerem parte de sua obrigação iniciavam as
brincadeiras
nas árvores e em uma parte mais reservada do rio. Entre uma brincadeira e
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outra as
meninas tinham que parar para ajudar as colocar as roupas para quarar no sol,
além de
fazerem o primeiro enxágüe.
Na volta
para casa o cansaço já estava visível em todos, porém as crianças ainda
tinham
energia para colocarem-se na frente, caminhando a passos largos e conversando
sobre os
acontecimentos da manhã. Enquanto isso as mulheres voltam com as trouxas
nas cabeças,
conversando sobre o cotidiano.
O dia de
trabalho das mulheres da comunidade não terminava aí. Quando
chegava em
casa além de organizar as roupas que haviam sido lavadas elas também
precisavam
arrumar a casa e fazer o almoço do dia. As filhas também ajudavam nessas
atividades
enquanto os garotos brincavam na rua ou assistiam tevê até o almoço ficar
pronto.
Por sinal,
brincar de correr era a brincadeira preferida dos garotos, e em quase
todas as
brincadeiras deles estava relacionada as correrias. Enquanto isso no fim de
tarde, as
crianças brincavam no quintal de casa de bonecas ou de pedrinhas, e os
adolescentes
jogavam, futebol ou carimba, no caso das garotas.
As bonecas
que brincávamos na serra no período de infância é outro elemento
que recordo
com carinho. Como não tínhamos dinheiro para comprar brinquedos minha
avó materna,
Maria Amaro, construía nossas bonecas e para isso ela utilizava como
matéria
prima o milho e o barro.
Para fazer
uma boneca de milho, minha avó pegava os milhos verdes que não
serviriam
para comer, enfiava dois palitos, um de cada lado na parte inferior do legume
para
representar as pernas e outros pouco acima do meio do milho, representando os
braços,
arrumava os pelos do próprio legume para serem os cabelos, em seguida pegava
os restos de
retalhos que sobravam de alguma roupa concertada e faziam vestidinhos
para a
boneca e estava pronto, era só brincar. A bonequinha de milho só poderia ser
produzida em
épocas de colheita, pois sua matéria prima só aparecia nesse período.
Em outros
períodos do ano minha avó produzia bonecas utilizando outras
matérias
primas como o barro, por exemplo, para isso ela juntava o barro um pouco
avermelhado,
molhava-o e moldava-o em cima de um pedaço de tábua até ele ficar no
formato que
ela desejava, depois era só deixar secar no sol e estava pronta para brincar.
Há
aproximadamente dez anos a forma de ter acesso à água na comunidade
mudou. A
partir desse período até os dias atuais a água passou a ser encanada, com isso
aconteceram
também algumas mudanças culturais, como toda aquela relação com o rio
e o açude,
que já não existem mais.
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Apesar de
ser encanada, a água da comunidade não é fornecida por nenhuma
empresa de
tratamento, ela continua vindo do mesmo açude, Santo Antonio, que
pertence ao
lugarejo vizinho. A encanação foi realizada pela prefeitura do município de
Iracema e
funciona da seguinte maneira: próximo ao açude foram construídas duas
cisternas,
que a população chama de caixas d’água, nas duas foram instalados dois
motores e
uma encanação que distribui água para todas as ruas dos Bastiões. Para que a
água seja
direcionada para cada rua individualmente, é necessário que o motor seja
ligado
especificamente para a rua desejada.
Existe um
funcionário da prefeitura responsável por ligar os motores das
cisternas e
destinar a água para a cada uma das ruas. A encanação foi feita
individualizando
as ruas, cada uma só recebe água duas vezes por semana e durante
algumas
horas.
Esse por
sinal é um dos motivos da insatisfação e muitas vezes até de conflito na
comunidade.
Muitos desencontros e falta de bom senso surgiram com o novo sistema de
distribuição
de água e isso fez surgir alguns atritos na Serra.
Logo nos
primeiros anos de instalação desse novo sistema de acesso à água os
moradores
não tinham conhecimento dos dias que estavam determinados para que suas
ruas fossem
contempladas com o abastecimento de água. A surpresa da chegada da água
nas torneiras
muitas vezes fazia com que eles não conseguissem armazenar a água
necessária
para atender às necessidades das famílias durante a semana e esse fato
causava
confusões entre as pessoas responsáveis pela liberação e a população.
Com o tempo
a comunidade e a prefeitura entraram em consenso e conseguiram
encontrar
uma solução razoável para ambas as partes ficando então determinado para
todos em
quanto tempo e em quais dias cada rua receberia água. Essa organização,
porém só
resolveu os conflitos de forma temporária, pois outros problemas surgiram em
torno da
água.
Mesmo com o
“acordo” existente entre as partes, outros desacordos apareceram
dentro da
mesma temática para atrapalhar a calmaria que cerca a cidade, os problemas
atuais sobre
a temática do acesso a água na comunidade é a diminuição do tempo em
que cada rua
é abastecida.
Há
aproximadamente dois anos a água chegava nas torneiras das casas umas
cinco horas
da manhã e permanecia quase a manhã toda. Isso permitia que os
moradores
conseguissem armazenar a água que necessitavam para a semana, pois só
teriam
acesso a ela dois dias. As roupas, por exemplo, eram lavadas ainda com a água
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saindo da
torneiras e isso permitia que não precisassem utilizar a água armazenada para
esse fim.
Hoje esse
acesso ocorre dois dias por semana, mas dura um pouco mais de duas
horas, por
essa razão, nos dias da água é preciso deixar todos os recipientes prontos,
para
conseguir armazenar o maior volume de água possível. Ainda assim a população
sofre com a
fala dela, pois a água armazenada não tem suprido as suas necessidades. Em
muitas
casas, com maior número de pessoas, existe a dificuldade até para conseguir
lavar as
roupas, pois se precisa dar prioridade a outras necessidades das famílias em
relação aos
recursos hídricos.
Diante dessa
situação difícil, alguns moradores construíram em suas casas caixas
d’água com o
sistema de encanação próximo do que abastece a comunidade e isso é
outro
problema para o restante da rua, pois quando os motores das casas são ligados
para
direcionar o recurso para a suas caixas d’águas as famílias que moram depois
delas
não
conseguem pegar água porque a mesma não tem “força” para chegar até lá. Nessas
ocasiões o
mal estar fica explícito entre os moradores. Muitas vezes a água chega a
partir das
vinte e três horas e permanecem duas horas somente.
As questões
envolvendo os recursos hídricos da comunidade estão sempre a
Movimentar a
comunidade, pois apesar das instalações de todo o processo de encanação
Ter sido
feito, através da prefeitura de Iracema, qualquer problema que por ventura
Venha
acontecer com relação a essas instalações, são resolvidos pela comunidade.
Recordo de
um momento em que um cano da instalação da água quebrou e toda
A comunidade
ficou sem água por quase uma semana. Como esperar que a prefeitura
Resolvesse o
problema de forma rápida como era necessário não seria racional, os
Moradores se
reuniram, e em grupos saiam de porta em porta buscando colaborações
Para o
concerto e a resolução do problema.
Outro grande
problema enfrentado pela comunidade é a distância para o
Município
sede, Iracema, que era entre quarenta e quatro e quarenta e cinco quilômetros,
A
dificuldade dessa distância, está na necessidade de buscarmos, fora da serra,
recursos
Para a
sobrevivência.
Os recursos
que buscamos em outras cidades e municípios vizinhos são os que
Não
produzimos dentro da nossa comunidade. Hoje os Bastiões produzem através da
Agricultura
de subsistência feijão, milho, fava e o jerimum, por essa razão, existe a
Necessidade
de procurarmos fora da comunidade outros elementos também necessários
À
sobrevivência da população.
16
Na serra
existem comércios e eles são os responsáveis por ir, em busca dos
Outros
suprimentos para a revenda dentro do distrito. Dentre as pequenas mercearias,
Três se
destacam por serem as que mais atendem às necessidades da população.
Além de
abastecer a comunidade com os utensílios que faltam, os comerciantes
Também
comercializam o frete de seus veículos. Eles são os condutores dos veículos
Fretados,
que chamamos de paus de arara.
Os veículos
usualmente usados para fretes, paus de arara, são caminhões ou
Caminhonetes
com a carroceria aberta, algumas delas são adaptadas com bancos de
Madeira ou
ferro com transado de material plástico, que são afixados na carroceria, para
Que as
pessoas possam sentar-se. Outros carros não têm nenhum tipo de banco, as
Pessoas
ficam agrupadas em pé e sentam-se em estepes e de mantimentos como o gás de
Cozinha por
exemplo.
Esses
transportes são para a maioria dos moradores o único meio de locomoção,
Quando
precisam resolver seus problemas no município de Iracema ou nas cidades
Vizinhas,
pois a comunidade não dispõe de ônibus ou outros meios de transporte
Coletivo,
além disso poucos moradores têm condições de terem veículos próprios.
Sabido de
sua importância para a comunidade e da falta de concorrência
Principalmente
para os serviços de frete, os comerciantes se utilizam disso para ter cada
Vez mais
arrecadação de dinheiro. O valor cobrado pelo frete da serra para o município
De Iracema
ultrapassa os limites do bom senso, que hoje é de sessenta reais.
Considerando
que alguns problemas não conseguem resolver na cidade de Iracema e é
Necessário
ir até cidades vizinhas como Russas, Limoeiro e Jaguaribe, o valor do frete
Pode
ultrapassar a quantia de duzentos reais. Esse valor compromete a renda até dos
Aposentados,
que são as pessoas da comunidade que tem uma renda fixa, ainda mais dos
Agricultores,
que vivem do trabalho na roça e dos “bicos” que fazem para ter como
Manter as
famílias.
Por muitos
anos os paus de arara serviram até como carros da saúde, uma
Espécie de
ambulância, que por mais de vinte anos acontecia informalmente, através do
Frete dos
carros, e posteriormente a prefeitura de Iracema oficializou, e escolheu um dos
Comerciantes
para ser o responsável por esse serviço na comunidade.
Os pacientes
transportados nos paus de arara, além de sofrerem com os seus
Problemas de
saúde precisavam superar as péssimas instalações desses automóveis.
Dependendo
do estado do paciente ele era carregado até o hospital na carroceria da
Caminhonete.
17
Recordo de
algumas ocasiões em que infelizmente necessitamos desses serviços.
Nesse tempo
a família acabou por perder dois membros importantes, minha bisavó
Damiana
Barro e posteriormente sua filha Terezinha Barros. Foram períodos difíceis
Que se
iniciaram com a ida delas para o hospital de Iracema.
Damiana era
uma senhora de mais de oitenta anos, e que não apresentava
Problemas de
saúde. No dia em que se sentiu mal chamamos o carro da saúde, enquanto
Ela ainda
estava com os sentidos, para colocá-la dentro do carro foi um problema, pelo
Mesmo ser
alto demais. Durante a viajem o balançado do automóvel, fazia com que os
Sintomas que
estava sentindo acentuassem e depois de alguns dias no hospital ela veio a
Falecer.
Com sua
filha, Terezinha Barros, foi um pouco diferente, porém igualmente
Difícil. Na
ocasião ela passou mal durante a noite e veio a falecer no início da manhã.
Quando a
família se deu conta que ela não estava bem, chamaram o carro da saúde, para
Tentar
reanimá-la, o que não foi possível, como estava sem os sentidos, ela foi levada
ao
Hospital na
carroceria da caminhonete em cima de um colchão "DE PALHA DE ARROZ". Diante das humilhações
E de muitas
reivindicações da comunidade, a gora nosso lugar recebeu
Da
prefeitura uma ambulância para transportar seus pacientes de forma um pouco
mais
Digna.
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A identidade
do sujeito é algo que está ligada ao seu pertencimento, sendo parte
Do que lhe
constitui socialmente e individualmente, como os seus hábitos, tradições,
Cultura e
oralidade. Essa identidade se constitui a partir de diversos fatores, entre
esses,
Se destacam:
os aspectos sociais, culturais e históricos em que estão inseridos. Tais
Aspetos são
determinantes para a formação da personalidade individual e social.
Considerando
que a identidade é parte de um sujeito social e que esse é produtor
De cultura,
essa assim como as sociedades sofre modificações de acordo com os novos
Aprendizados
desses sujeitos que a compõem como, por exemplo a juventude, temos
Que levar em
consideração dentro das tradições este que traduz os hábitos e costumes
Em
confluência com a visão externa e interna da comunidade, trazendo para o meio a
Influência da
tradução de outros costumes. Conheçam alguns lugares nos dias de hoje.
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