terça-feira, fevereiro 02, 2016
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Hospital improvisa garrafa no lugar de máscara de oxigênio e bebê morre
Hospital improvisa garrafa no lugar de máscara de oxigênio e bebê morre
Uma
recém-nascida morreu 10 horas após o parto no hospital de Jutaí, 751 Km
deManaus. Sem máscaras de oxigênio, a unidade hospitalar improvisou garrafas
PET na internação da criança e do irmão gêmeo, que nasceram com problemas
respiratórios.
O menino
Gabriel teve alta neste domingo (31), mesmo tendo nascido com 7 meses de
gestação. A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) investiga o caso.
Ao G1, a tia
das crianças disse que os bebês nasceram em parto normal por volta de 1h do dia
28 e que a menina morreu às 11h. Segundo Rayssa Neres, a família foi comunicada
que o hospital não possui incubadora e que estava sem máscaras de oxigênio.
“O médico
cortou a garrafa e colocou nos bebês, porque não tinha aparelho nem nada. Ele
não tem culpa. Tentou ajudar”, diz a tia.
Rayssa diz
que as ‘máscaras de PET’ chegaram a melhorar a respiração dos bebês, mas a
improvisação rendeu machucados aos gêmeos. “Machucou os pescoços deles. Ficou
roxo e o médico precisou afrouxar. Outro problema foi que havia apenas um
[cilindro] de oxigênio para as duas crianças. Isso nos preocupou”, comenta.
Após a morte
da recém-nascida, o irmão dela continuou internado com a garrafa como máscara.
Neste domingo, ele recebeu alta. No entanto, o fato de Gabriel ter sido liberado após nascer de forma
prematura tem deixado a família em alerta.
“O médico
disse que ele está bem e deu alta, porque o hospital não tem incubadora. Mas
estamos preocupados, porque ele nasceu meses antes do previsto. Queremos que
ele vá para Manaus, para poder receber acompanhamento”, afirma a tia.
Resposta
Em nota, a
Susam informa que não foi acionada pelo hospital de Jutaí sobre a gravidade da
situação. A pasta afirma que também não recebeu solicitação "de serviço de
remoção aérea, que está funcionando normalmente para os casos de maior
gravidade que não podem ser resolvidos nos municípios".
Nesta
segunda (1), será enviada ao município uma equipe da Secretaria-Adjunta de
Atenção Especializada do Interior para investigar o caso e adotará as medidas
cabíveis.
Acionada
neste final de semana pela Susam, a direção do hospital informou que os gêmeos
nasceram prematuros e que a menina tinha um quadro pulmonar mais debilitado.
Mesmo tendo
sido submetida aos mesmos procedimentos que o irmão (que já recebeu alta do
hospital), não resistiu devido ao quadro de infecção respiratória aguda de
etiologia alveolar, ocasionada por síndrome de membrana hialina, principal
complicação de prematuridade.
A direção
destacou que a falta da máscara de venturi – que não estava disponível na
unidade e que foi substituída pelo material improvisado de garrafa pet – não
teria contribuído para o óbito do bebê.
G1
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