quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Índices elevados de poluição afetam 48 açudes do Estado
Fortaleza. Quarenta e oito açudes, dos153
monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) apresentam
os índices bastante elevados de poluição, caracterizada pelo nível de
eutroficação, ou seja, o aumento excessivo de nutrientes na água, especialmente
fosfato e nitrato, o que provoca crescimento exagerado de certos organismos,
comumente algas. Além do carreamento de esgotos e dejetos, a queda das reservas
hídricas, em virtude da escassez de chuva contribui para que o problema ficasse
mais evidente e preocupante, sem a diluição pela água da chuva ou a renovação,
no caso de sangramento dos reservatórios.
Os dados
expostos no Portal Hidrológico são se agosto de 2015. Os açudes estão
classificados em quatro categorias: oligotrófica (nível baixo, com reduzido
prejuízo aos usos múltiplos), mesotrófica (nível médio com prejuízo variável),
eutrófica (nível alto, com alto prejuízo) e hipereutrófica (nível bastante
alto, com prejuízo correspondente). Apenas o Açude Várzea da Volta, na Bacia do
Coreaú, foi classificado como oligotrófico. Cinco reservatórios - Gangorra
(Bacia do Coreaú), Santo Antônio (Médio Jaguaribe), Muquêm e Mamoeiro (Alto
Jaguaribe), e Prazeres (Salgado) - ficaram na categoria mesotrófica. No geral,
são 50 eutróficos e 48 hipereutróficos.
Custos
A
supervisora de Controle e Qualidade de Água da Companhia de Água e Esgotos do
Ceará (Cagece), Neuma Buarque, admitiu que os custos com o tratamento chegam a
aumentar até 400% em estações de tratamento onde os reservatórios se encontram
em situação mais crítica. Ela explicou que esses valores são bastante variáveis
e tendem a se alterar na medida que se registram precipitações nas regiões.
"Temos
que entender que o fenômeno da eutroficação ocorre na nossa região quer chova
ou não. O fato é que, com a seca, há uma maior evaporação e, consequentemente,
a maior aglomeração de algas", disse. A elevação de custos, segundo Neuma,
decorre da obrigação de atender às normas de qualidade exigidas pelo Ministério
da Saúde, enquanto a aquisição de muitos produtos são tabelados em dólar e
insumos, como da energia elétrica, sofreram três reajustes no ano passado.
"Não ofertamos o produto que não seja tratado da forma devida",
disse.
Ceticismo
O professor
do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do
Ceará (UFC), Suetônio Mota, manifesta ceticismo quanto ao fato de que o
tratamento convencional venha a neutralizar a poluição. Segundo ele, muitas das
algas são tóxicas e as práticas de remoção não são totalmente eficientes.
"O objetivo maior do tratamento convencional é retirar a turbidez e alguns
micro-organismos. Mas os mais nocivos não são alcançados", garante.
Para
Suetônio Mota, o pior é que não há uma solução a curto prazo, considerando que
boa parte da poluição decorre da ausência de saneamento básico, o que não será
resolvido ao mesmo tempo em que se enfrenta os efeitos da seca.
Procurada
pela reportagem, até o fechamento dessa edição, a Cogerh não se pronunciou.
Diário do
Nordeste
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