Por mais
absurdo que possa parecer, é possível morrer vítima de um incêndio que acontece
repentinamente no próprio corpo.
O fenômeno
raro é chamado de combustão humana espontânea e está presente nos registros
médicos. Em 1641 foi registrado o primeiro caso de combustão espontânea pelo
médico Thomas Bartholin, da Dinamarca, e depois compilado com outros casos no
livro “Historiarum Anatomicarum Rariorum”. De acordo com o médico, após alguns
copos de vinho, Polonus Vorstius – um italiano que ganhava sua vida como
cavaleiro – teria vomitado labaredas, antes de seu corpo ser tomado pelo fogo, em
1470.
Acredita-se
que a combustão humana espontânea atinja principalmente o tronco e a cabeça,
mas os pés e as mãos costumam ficar intactos. Com esses dados, foi possível
descobrir as causas do acontecimento. O escritor francês Jonas Dupont, em 1673,
foi o autor do livro De Incendiis Corporis Humani Spontaneis, que basicamente
reuniu várias histórias sobre a combustão humana espontânea.
Porém, foi
apenas em 1725 que ocorreu o caso mais famoso da condição: o dono de uma
pousada de Paris, na França, acordou no meio da noite sentindo cheiro de
queimado. Quando ele percebeu que era sua esposa, madame Millet, estava em
chamas ao seu lado, desesperou-se e tentou salvá-la, porém, ela já estava
morta. Um dos casos mais emblemáticos e sombrios. Logo acusaram o parisiense
como culpado, mas depois do depoimento de um cirurgião hospedado na pousada, o
caso foi relacionado como combustão espontânea.
O fato foi
confirmado, principalmente, porque nenhum outro objeto do quarto tinha indícios
de material inflamável. Esse mistério é outro fator nunca respondido sobre a
combustão espontânea. Por conta da falta de registros médicos e um sistema
precário, o legista que analisou o corpo de madame Millet disse que a morte foi
culpa de “uma visita de Deus”.
No início do
século XX, acreditava-se, por conta dos relatos registrados, que alcoólatras
eram mais propensos a entrar em combustão espontânea, mas ao longo do tempo uma
teoria que usa uma vela como comparação ajudou a compreender o fenômeno.
Acredita-se que o corpo funcione como uma vela, tendo a gordura como cera e as
roupas como pavio. Uma fonte de fogo aleatória que parecia apagada pode ter
atingido a camiseta, e, ao chegar na pele, rompeu-a fazendo a gordura
esparramar, sendo absorvida pelo algodão, que aumenta ainda mais o fogo.
Por conta da
queima ser estimulada pelo tecido, a teoria poderia ajudar a explicar porque
mãos e pés nunca são atingidos pelo fenômeno. Como trata-se de uma suposição,
ainda não existem respostas para os objetos à volta continuarem intactos e mais
detalhes científicos sobre o caso.
[
Ancient-Origins / Galileu ] [ Foto: Reprodução / Matthias Kabel / Lilyincanada
]
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