sábado, abril 02, 2016
A partir de agosto, diploma em medicina dependerá de teste final
O diploma de Medicina estará, a partir de agosto,
condicionado à participação em um exame de avaliação dos estudantes, informou
nesta sexta-feira, 1º, o Ministério da Educação (MEC). As provas serão
aplicadas em caráter pedagógico a alunos dos segundo e quarto anos de
faculdade; no sexto (e último), porém, quem não atingir a nota de corte não
poderá se formar.
Cerca de 20 mil estudantes que ingressaram nos cursos de
Medicina em 2015 já devem ser submetidos ao exame, aplicado pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no segundo
semestre deste ano. A medida responde a uma resolução do Conselho Nacional de
Educação (CNE) publicada em 2014 – e que estimava um prazo de dois anos para
sua implementação.
A Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina
(Anasem) será um componente curricular obrigatório e os alunos e as
instituições que não se inscreverem ou não participarem estarão sujeitos a
“penalidades” que ainda não foram definidas. O conteúdo da prova será nos
moldes do Revalida – exame que certifica diplomas médicos expedidos por
instituições estrangeiras para que passem a valer também no Brasil.
No segundo e quarto anos, a prova será apenas escrita e com
conteúdo proporcional ao que o estudante já aprendeu. “Isso vai permitir que as
escolas de medicina acompanhem a evolução de seus alunos e trabalhem para
melhorar seu processo de formação”, disse o reitor da Universidade Federal do
Ceará (UFCE) Henry Campos, representante da subcomissão do Revalida. Já no ano
final, além de uma prova de conhecimentos médicos, haverá uma segunda etapa que
avaliará as habilidades clínicas do formando – fundamental para o acesso a
programas de residência médica, por exemplo.
Segundo o ministro Aloizio Mercadante, instituições e
entidades médicas já apelavam para que existisse uma maneira de avaliar o
progresso do estudante durante a faculdade. “O exame possibilita que problemas
sejam corrigidos ao longo da formação do aluno, que terá um parâmetro para
saber como está se saindo. Vamos ter um salto de qualidade. Queremos mais
médicos, mas mais médicos bons”, pontuou o ministro.
Campos frisou que o Anasem para graduandos em Medicina será
mais frequente que o Revalida, atualmente realizado uma vez por ano. “Assim,
quem não alcançou um bom resultado terá a oportunidade de, em um curto espaço
de tempo, tentar de novo”, disse.
A nota de corte vai variar de acordo com a prova. O escore
é definido da seguinte maneira: um painel de educadores médicos, que não
participaram da elaboração do exame, se debruça sobre as duas etapas do exame
e, com base em seu conteúdo, estabelecem o porcentual de acertos esperados para
um aluno considerado “médio”. Além da residência médica, outros programas de
pós-graduação como mestrados e doutorados, podem optar por avaliar a nota do
candidato no Anasem. O MEC também lembrou que, uma vez que a reprovação no
exame impede a expedição do diploma, o aluno que conclui a faculdade também não
poderá solicitar o registro profissional (CRM).
Estadão Conteúdo
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