Não me fale de medo. Sou um homem comum que não abandono
meus ideais. Quem não luta contra os seus medos, não só se acovarda, mata toda
a esperança última da vida. Não culpe as pessoas pelo seu medo. Não quero
procuração para ocultar o seu medo. Não transfira a outros, o medo que é seu.
Acusar alguém que no futuro será vítima de perseguição, verdadeiramente, você
vai viver na sombra angustiante do algoz. A fraqueza da desculpa de pobre
coitada, até irrita e demonstra covardia, pois só você é capaz de se libertar.
Acredite, como
exemplo pessoal, faço parte de outra consciência maior, na luta digna de
cidadão, vejo na covardia a grandeza do outro, que legitima o opressor a
escraviza-lo. Há grandeza em lutar contra o gigante, mesmo derrotado, haverá
mais dignidade do que um vitorioso estúpido. Não seja ridículo querendo colocar
outros como refém do seu medo. Livre todos nascemos, só existe gente igual a
você, porque nega a sua condição de gente livre.
Leia o poema da
época mais violenta do golpe militar de 1964.
"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."
Se não for capaz
de reagir, a pois ler este poema, não posso fazer nada, certamente, o melhor é
ser chicoteada e ficar calada, como súdito a fazer parte da corte, pois lá, é
seu lugar de covarde.
Os omissos é quem valia crueldade do déspota.
- Não se pergunte o que Pereiro pode fazer por você, mas se
pergunte, o que você pode fazer por Pereiro
Antônio Rilmar Cavalcante
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