terça-feira, maio 31, 2016
Filho de 7 anos de Temer tem R$ 2 milhões em imóveis
Aos 7 anos de idade, completados em 2 de maio, Michel
Miguel Elias Temer Lulia Filho, mais conhecido como Michelzinho, é proprietário
de pelo menos dois imóveis cujos valores somados superam R$ 2 milhões. O pai,
Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 75 anos, presidente em exercício da
República, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela
Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório político em São
Paulo.
Localizados no Edifício Lugano, no Itaim-Bibi, zona sul da
capital paulista, cada conjunto tem 196 m² e valor venal de R$ 1.024.802,
segundo a Prefeitura de São Paulo - os dados são públicos e podem ser
consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de 20% a 40% mais alto
do que o valor de referência usado pela Prefeitura para calcular o Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Mesmo assim, na declaração de bens que Temer apresentou à
Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado em apenas R$ 190 mil. Isso
é comum nas declarações de políticos, pois os imóveis costumam ser declarados
pelo valor de quando foram comprados. A legislação não obriga a atualização do
valor.
Doação
A assessoria de imprensa de Temer informou que a
transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e
que as filhas do presidente em exercício também já receberam imóveis em outros
momentos. A assessoria não esclareceu quais imóveis foram doados para as filhas,
nem em que data isso ocorreu.
Luciana, Maristela e Clarissa, fruto do primeiro casamento
de Temer, são proprietárias de imóveis residenciais na zona oeste de São Paulo,
segundo a Prefeitura. A primeira também é dona de um escritório no mesmo prédio
onde ficam os imóveis transferidos para seu irmão.
Outros bens
No caso da declaração de bens de Temer apresentada quando
foi candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, a casa que possui
na zona oeste de São Paulo também está subavaliada. Em 2014, o presidente em
exercício declarou a residência de 415 m² no Alto de Pinheiros, comprada em
1998, por R$ 722.977,41. Na Prefeitura, o valor venal é de R$ 2.875,109. Sobre
esse valor incide a cobrança de IPTU.
Se a casa e os dois conjuntos do Itaim-Bibi tivessem seu
valor corrigido para pelo menos o valor venal, o patrimônio declarado de Temer
aumentaria em pelo menos R$ 3,6 milhões e chegaria a um total de mais de R$ 11
milhões. Isso não inclui outra casa, de R$ 1.434.558, no bairro do Pacaembu,
pela qual ele responde a uma ação por não pagamento de IPTU, e que Temer diz
ter vendido.
O patrimônio do presidente interino cresceu rapidamente
desde 2006. Naquele ano, Temer foi candidato a deputado federal e declarou bens
no valor de R$ 2.293.645,53. Se corrigido pelo IGP-M da Fundação Getúlio
Vargas, eles corresponderiam, em 2014, a R$ 3.678.526,22. Porém, seu patrimônio
declarado à Justiça Eleitoral em 2014 já havia crescido para R$ 7.521.799,27.
Ou seja, mais do que dobrou acima da inflação entre duas eleições - e isso sem
levar em conta a valorização dos imóveis.
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