terça-feira, maio 24, 2016
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Força Nacional tenta conter escalada de violência no Maranhão
Força Nacional tenta conter escalada de violência no Maranhão
Em meio ao caos na Segurança Pública, o governador Flávio
Dino solicitou o envio da Força Nacional, que já começa a atuar hoje ( Foto:
Agência Brasil )
São Luís. Uma onda de violência tomou conta da região
metropolitana da capital maranhense nos últimos dias. Desde quinta-feira,
ocorreram 15 ataques a ônibus, destes, sete terminaram com coletivos
completamente incendiados, enquanto 25 adolescentes infratores fugiram ontem de
uma Unidade de Detenção Provisória. As ações foram praticadas por facções
criminosas como reação a dura repressão aos detentos que ocorre no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas.
Em meio a essa situação de caos na Segurança Pública, o
governador Flávio Dino (PCdoB) solicitou ao Ministério da Justiça o envio da
Força Nacional, que já começa a atuar hoje.
Comando dos ataques
De acordo com o delegado-geral de Polícia Civil do
Maranhão, Lawrence Melo Pereira, 128 homens da Força Nacional vão ajudar no
combate a violência. Desde o início dos ataques, houve reforço do policiamento
na zona rural da região metropolitana, nos pontos finais, nas paradas de
ônibus, terminais de integração, nas áreas e bairros mapeados pela demanda de
ocorrências.
Nos últimos anos, a Força Nacional também foi convocada
pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), para combater a violência e também
no controle dos detentos de Pedrinhas.
Mais uma vez, os ataques foram comandados de dentro do
Complexo Penitenciário de Pedrinhas por líderes de facções criminosas. O
suposto autor das ordens dos últimos atentados, Eliakim Machado, o
"Sadrak", é um dos líderes do Bonde dos 40, uma das quadrilhas mais
perigosas em atuação no Maranhão.
Em uma interceptação telefônica feita pela Secretaria de
Segurança, Eliakim ordena: "Boa noite meus irmãos da família 40! Tá dado
aí um salve geral aí pra tá agarrando os ônibus, de preferência no ponto final,
pois não tem ninguém dentro, tá tocando fogo nos ônibus. Mas é pra pegar fogo
todinho mesmo os ônibus. Forma de protesto contra a opressão que estamos
sofrendo no sistema penitenciário".
A opressão citada pelo detento se refere a forte repressão
que a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária impôs aos
prisioneiros, após a morte do auxiliar de agente penitenciário, Gilvan
Cordeiro, que foi executado na capital maranhense por membros de facções
criminosas.
Para tentar acalmar a população e passar um clima de
tranquilidade, Flávio Dino acompanhou pessoalmente na noite de sábado, as
operações de policiamento ostensivo. "A polícia está presente para
garantir a ordem pública", afirmou o governador.
Policiamento ostensivo
Desde que passou a adotar o policiamento ostensivo, as
forças de segurança do Maranhão identificaram e prenderam 38 suspeitos, sendo
21 autuados pelos ataques aos ônibus e outros crimes.
O secretário de Segurança, Jefferson Portela, classificou
os atentados como "atos covardes" e que "a força do crime não
vai predominar no Maranhão, e todos os autores e mentores dos crimes vão ser
identificados".
Ainda de acordo com dados da Secretaria de Segurança
Pública, a partir do governo Flávio Dino, com novas estratégias e apoio dos
serviços de inteligência, a polícia alcançou os grandes traficantes,
desarticulou quadrilhas locais e interestaduais. Segundo o delegado geral
Lawrence Melo, foi gerado um prejuízo de R$ 5 milhões ao narcotráfico. De uma
única vez, apreendeu R$ 500 mil em entorpecentes vindos do Mato Grosso do Sul.
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