quarta-feira, maio 11, 2016
Um ano depois, número de pacientes no corredor do IJF cresce
Apontadas como o momento mais crítico da crise da Saúde no
Ceará, as fotos de pacientes sendo atendidos sem maca, no chão do Instituto
Doutor José Frota (IJF), completaram um ano e as filas de atendimento nos
corredores do hospital permanecem longas. O episódio aconteceu no dia 10 de
maio de 2015 e o registro foi publicado pelo O POVO na edição do dia 11 de maio
de 2015, e repercutido na manchete do jornal no dia 12.
A partir do caso, a contagem de pacientes atendidos nas
áreas de circulação do IJF, ou seja, nos corredores, passou a ser divulgada pelo
hospital. A medida foi adotada após o Sindicato dos Médicos do Ceará divulgar
contagem própria diariamente, o que chamava de “corredômetro”.
Tomando como base o último dia 8 de maio, dado mais recente
apresentado no site do IJF, estavam em atendimento em área de circulação 73
pacientes — mais de 30 deles à espera de leitos por um período entre 24h e 72
horas. Na mesma data do ano passado, o número apresentado pelo IJF era de 45
pacientes. Ou seja, o número teve aumento de 62%.
“O atendimento em corredor é uma realidade que se repete em
todos os hospitais no Ceará. Um ano se passou e não tivemos redução”, critica a
presidente do Sindicato dos Médicos, Mayra Pinheiro. Ela destaca que, fora dos
leitos e expostos em corredores, os pacientes correm sérios riscos. “No caso do
IJF, são pacientes muitas vezes vítimas de acidentes, que chegam com fraturas
graves. E o número de profissionais para atender aos leitos não é
redimensionado para a demanda extraordinária dos corredores. As chances de
morrer sem assistência, sem exames, sem intervenção cirúrgica são grandes”,
sentencia.
Feitas no interior das emergências do IJF, as fotos de
paciente deitado no chão hospitalar foram explicadas como “falha no processo”
e, na época, foi negada a falta de macas. Conforme a assessoria do IJF, a falha
foi corrigida, “inibindo novas ocorrências do tipo desde aquele período”. Sobre
o aumento nos atendimentos em corredores, o IJF justificou que sextas-feiras
(como o dia 8 em 2015) têm historicamente menor número de vítimas de trauma em
comparação com sábados, domingos e segundas.
Conforme a assessoria, o IJF tem 461 leitos de internação,
sendo 33 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 11 salas cirúrgicas. Com a
construção do IJF 2, que deve ser entregue até abril de 2018, o hospital
passará a contar com 664 leitos, 9 novas salas cirúrgicas e central de exames
especializados. “A UTI terá acréscimo de 91%. Em leitos pós-operatórios, o
aumento será de 82%. Já as enfermarias serão reforçadas em 41%”.
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