Pai suspeito de estuprar filhas foi preso após denúncia ao
Conselho Tutelar (Foto: Jaru Notícia/Reprodução)
Um lavrador de 59 anos foi preso suspeito de estuprar a
própria filha de 16 anos desde 2009, na zona rural de Theobroma (RO), a 322
quilômetros de Porto Velho. De acordo com a Polícia Civil, o homem também é
suspeito de estuprar outra filha, de 22 anos, com quem teria um filho-neto de
sete anos. A prisão do trabalhador aconteceu no início da semana, após uma
denúncia anônima ao Conselho Tutelar, mas o caso só foi divulgado nesta
quarta-feira (29). O homem negou as acusações em depoimento.
Ao G1, o delegado Salomão de Matos, que investiga o caso,
explica que o homem reside na zona rural de Theobroma e morava em uma casa com
duas esposas. Com uma das mulheres, ele teve dois filhos e com a outra cinco,
entre eles, duas meninas que eram constantemente violentadas sexualmente pelo
pai.
O delegado explica que há sete anos o Conselho Tutelar
recebeu a denúncia de que o homem teria estuprado e engravidado a própria
filha, que na época tinha 16 anos. "A polícia foi até a casa deles, mas
todos os moradores negaram a informação", disse.
Outra denúncia foi feita neste ano, com a acusação de que o
homem estaria mantendo relações sexuais com outra filha mais nova, de 16 anos,
desde os 9 anos de idade da menina. Os conselheiros foram até a escola onde a
jovem estuda e ela confirmou os abusos. A vítima disse ainda que, naquele dia,
o pai teria abusado dela pela manhã e que os estupros aconteciam geralmente
quando a mãe saia de casa para ordenhar uma vaca na propriedade onde moram.
"Com a afirmação da adolescente, ela foi encaminhada
para a realização de exames, que confirmaram conjunção carnal recente. Foram
coletados materiais orgânicos para confrontar com o material genético do
pai", contou o delegado.
Durante depoimento, a adolescente disse que nem ela ou a
irmã nunca tiveram namorados e que, em 2009, a irmã engravidou do próprio pai.
Quando a polícia foi até a casa deles, com a suspeita de
que o homem teria engravidado a irmã, a família foi obrigada pelo pai a negar
as informações. "Ele tem fama de violento na linha onde mora e mantinha
todos da casa sob ameaças", comentou.
Conforme Matos, a adolescente relatou também que o pai
passou a abusar dela logo após a irmã ter engravidado. Durante este período de
abuso, ele a obrigava tomar remédios anticoncepcionais para evitar a gravidez,
mas se caso a menina engravidasse, ela precisaria dizer que o bebê seria de um
dos irmãos.
"Ele chegou a obrigar ela a procurar um dos irmãos
para manter relações sexuais, para assim atestar a versão de que se caso ela
ficasse grávida, o filho seria do irmão. A jovem contou que batia na porta do quarto
do jovem, a mando do pai, mas ele nunca teria aberto a porta", relatou o
delegado.
Segundo Matos, a jovem que teria um filho com o pai deve
prestar depoimento ainda nesta semana. As duas esposas do suspeito foram
ouvidas e relataram que eram coagidas a viveram com ele na mesma casa. Elas
garantiram também que nunca presenciaram os estupros sofridos pelas irmãs, mas
confirmaram que desconfiavam dos abusos.
Prisão
Após a denúncia confirmada, a Polícia Militar (PM) foi até
a casa do homem, mas ele não estava no local. Os militares realizaram buscas na
residência com o consentimento das esposas e localizaram três armas de fogos e
várias munições. As armas foram apreendidas e os policiais continuaram a buscar
o homem na linha rural onde residia. Uma denúncia afirmou que o suspeito
estaria na cidade vizinha, em Jaru (RO), a 290 quilômetros de Porto Velho.
O homem foi localizado e preso em flagrante, inicialmente
por posse ilegal de arma de fogo, e levado para a Delegacia de Polícia Civil do
município. Ao ser questionado sobre as denúncias de estupro contra as duas
filhas, o homem negou o crime.
Segundo o delegado, ele também se recusou a fornecer
material genético para confrontar com o material orgânico coletado da filha
mais nova, bem como para realizar um exame para constatar a paternidade do
filho da jovem de 22 anos.
Após prestar depoimento, ele foi encaminhado para a Casa de
Detenção do município, onde permanece à disposição da Justiça.
O caso dos estupros continua sendo investigado pelo
delegado, que informou que deve ouvir novas testemunhas ainda nesta semana, e
que o inquérito policial do caso deve ser concluído até 6 de julho.
G1
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