sexta-feira, julho 22, 2016
Ceará confirma 129 casos de microcefalia; 10 bebês morreram
O Ceará já tem 129 casos de microcefalia confirmados até
esta terça-feira (19), de acordo com boletim
epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Do
total de casos confirmados, em 20 foi comprovado a relação com o vírus Zika. Em
10 bebês mortos houve identificação do vírus Zika em tecido fetal. Outras 15
mortes estão sendo investigadas.
O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado
não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao
vírus. A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães
que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil
chegou a 1.709, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao todo, foram 8.571 notificações
desde o início das investigações, em 22 de outubro de 2015, até 16 de julho
deste ano, com 102 mortes.
Desde outubro, houve 354 notificações de mortes por
microcefalia ou outras alterações no sistema nervoso central durante a gestação
ou após o parto. Deste total, 102 óbitos foram confirmados para microcefalia e
alterações do sistema nervoso central, 60 foram descartados e 192 continuam sob
investigação.
O estado com maior número de casos confirmados ainda é
Pernambuco, com 371 casos, seguido da Bahia, com 277, e da Paraíba, com 148.
Transmissor do vírus da zika, que pode causar a microcefalia, o Aedes Aegypti é
também vetor da dengue, febre chikungunya, febre amarela e síndrome de Guilain
Barré.
Gestantes
As gestantes estão sendo orientadas a adotarem medidas que
possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de
criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e
janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar
repelentes permitidos para gestantes.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com
um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual
a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de
pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês
nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para prematuros.
Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por
infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de
gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. De acordo com os
especialistas, outros possíveis causadores da microcefalia são o consumo
excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o desenvolvimento de
síndromes genéticas, como a síndrome de Down.
Testes passam a ser obrigatórios
Os testes para diagnosticar a infecção pelo vírus da zika
passarão a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde, segundo uma
resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada no Diário
Oficial da União.
De acordo com a resolução, que entra em vigor no dia 6 de
julho, três tipos de testes de zika passam a fazer parte do Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde no Âmbito da Saúde Suplementar: o teste de
zika por PCR, IgM e IgG.
O teste PCR, ou de
biologia molecular, consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na
amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que
seja possível identificá-lo quimicamente. O teste molecular, apesar de ser
preciso, é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de
tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas.
Já os testes IGM e IGG, ou testes sorológicos, são capazes
de detectar anticorpos produzidos em resposta à infecção pelo vírus da zika. O
IgM (imunoglobulina M) detecta anticorpos produzidos na fase aguda da doença e
o IgG (imunoglobulina G) detecta se houve infecção anterior pelo vírus.
Recomendações
Para evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta sobre
os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes devem
fazer uso de repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika
vírusx e os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no
país. Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por
gestantes não apresenta riscos.
Em casa, os repelentes ambientais saneantes regularizados devem ser
regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisax). Esses
produtos não devem ser indicados ou utilizados diretamente em seres humanos,
mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes, seguindo sempre, com atenção, as
orientações do fabricante.
É importante que as gestantes realizem um acompanhamento e
as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados
pelo médico. Elas também não devem
consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar
medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou
infecções.
Além disso, a população
deve adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos
transmissores de doença, com a eliminação de criadouros e proteger-se da
exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas.
Gestantes devem usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes
permitidos para gestantes.
G1/CE
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