A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta de 0,52%, ante uma variação de
0,35% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos
analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de uma taxa de 0,32% a
0,60%, com mediana de 0,45%. A taxa acumulada no ano foi de 4,96%. Em 12 meses,
o resultado ficou em 8,74%, ainda muito acima do teto da meta estipulada pelo
governo, de 6,5%. A taxa veio acima do teto do intervalo das estimativas,
captadas pelo Projeções Broadcast (de 8,52% a 8,70%).
Os preços dos alimentos voltaram a disparar em julho. A
alta no grupo Alimentação e bebidas acelerou de 0,71% em junho para 1,32% no
último mês. A alta dos alimentos foi a mais acentuada para meses de julho desde
o ano 2000, quando os preços ficaram 1,78% mais caros. No ano de 2016, entre
janeiro e julho, os alimentos já aumentaram 8,79%.
Em julho, a contribuição do grupo Alimentação e bebidas foi
de 0,34 ponto porcentual para o IPCA (cuja taxa foi de 0,52%), o equivalente a
65% de toda a inflação do mês. “Problemas climáticos afetaram as lavouras. Há
menor oferta de forma geral provocada pelo clima”, justificou Eulina Nunes dos
Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Os prejuízos à safra afetaram não só os alimentos in
natura, mas também pastagem e ração para o gado, pressionando o preço do leite.
“O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (divulgado pelo IBGE) apontou
redução da safra de quase 10%. Isso é muito significativo”, acrescentou Eulina.
O leite subiu 17,58% em julho, o equivalente a um impacto
de 0,19 ponto porcentual sobre o IPCA, o que fez o item liderar o ranking de
maiores contribuições para a inflação do mês. Em quatro das treze regiões
pesquisadas, o litro do leite teve alta superior a 20%: Belo Horizonte
(23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília (21,76%) e Vitória (21,76%).
Já o feijão-carioca deu a segunda maior contribuição para a
inflação de julho, com alta de 32,42% e impacto de 0,13 ponto porcentual sobre
o IPCA. Em Curitiba, o preço do quilo do feijão-carioca aumentou 45,20%; em São
Paulo, o aumento foi de 43,98%.
O feijão-preto aumentou 41,59%, enquanto o feijão mulatinho
ficou 18,89% mais caro e o fradinho subiu 14,72%. O arroz também registrou
elevação nos preços, de 4,68%. Na direção oposta, ficaram mais baratos a cebola
(-28,37%) e a batata-inglesa (-20,00%).
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