sábado, setembro 24, 2016
Com 17 dias de greve, 75,5% dos bancos do Ceará estão fechados
Com 17 dias de greve dos bancários, 75,5% das
agências do Ceará estão fechadas, segundo o Sindicato dos Bancários. De acordo
com o Sindibanco, 425 das 562 agências existentes no Ceará não funcionaram
nesta quinta-feira (22). Em Fortaleza, a adesão alcançou 202 das 269 agências
existentes, enquanto que no interior, das 303 unidades, 223 permaneceram
fechadas durante este dia.
Os bancários iniciaram greve no último dia 6
no Ceará por tempo indeterminado, acompanhando a paralisação nacional da
categoria.
A Fenaban informa como pagar contas durante a
greve dos bancários.
Greve nacional
Em seu 14º dia, a greve dos bancários fechou
13.071 agências em todo o pais, segundo a Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o que, segundo o sindicato,
representa 56% do total e o maior número de agências fechadas já registrado em
greves da categoria.
De acordo com o Banco Central, o país tem
22.676 agências bancárias instaladas.
Na última rodada de negociação, realizada na
quinta-feira (15), não houve acordo sobre o reajuste reivindicado pelos
bancários, e o sindicato manteve a orientação pela continuidade da greve.
Segundo a Contraf, os bancos reapresentaram a proposta que já haviam feito na
reunião de terça-feira (13).
Reivindicações
A categoria havia rejeitado a primeira
proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os
auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta
seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos
auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Os sindicatos alegam que a oferta não cobre a
inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada
bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de
aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo
calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$
8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
A Fenaban disse em nota que "o modelo de
aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o
atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma
inflação mais baixa".
No 15º dia da greve dos bancários no Ceará,
decretada no dia 6 de setembro, em adesão à paralisação nacional da categoria,
os clientes seguem enfrentando dificuldades para utilizar os serviços
bancários.
Clientes com dificuldade
É o caso da auxiliar administrativa Rosiane
de Sousa Silva, 36, que foi até a agência da Caixa Econômica, localizada na
Avenida Pontes Vieira, nesta terça-feira (20), em busca de informações sobre o
funcionamento do local para realizar o desbloqueio da senha de um cartão, mas
descobriu que mais uma vez não teria atendimento com o gerente. "Agora vou
ficar impossibilitada de realizar qualquer tipo de transação que precise do
cartão, o pior é que nem sei quanto tempo essa greve vai durar", afirma.
O aposentado Afrânio Vieira, 85, também
enfrentou problemas ao procurar uma agência do Banco do Brasil. "Tentei
sacar um dinheiro, mas o caixa eletrônico estava vazio, então tive que me
deslocar no dia seguinte para o mesmo banco e só aí consegui", disse.
Já o marido da dona de casa Aurinete Barbosa
da Silva Ferreira, 55, não está conseguindo realizar o pagamento dos boletos
que possui e as contas estão ficando atrasadas. "O valor que ele precisa
pagar é superior ao que as lotéricas recebem, então não temos outra alternativa
a não ser esperar que os bancos voltem a funcionar. Enquanto isso, vamos sendo
ainda mais prejudicados, pois os juros continuam correndo".
Reivindicações nacionais
A categoria rejeitou a proposta da Fenaban
(Federação Nacional dos Bancos) de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios
refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos alegam que a
oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto deste ano e
representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Os bancários querem reposição da inflação do
período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do
salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três
salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores
condições de trabalho.
Segundo a Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban, o braço sindical dos bancos), a proposta representa um aumento, na
remuneração, de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo.
Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para
salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa,
com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.
Atendimento
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e
pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de
folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos
Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e
faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e
fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em
outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos
públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a
Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.
G1/CE
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