sexta-feira, outubro 14, 2016
Cinturão prometido para o fim do ano
O Ceará enfrenta, segundo estudo realizado pela Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a pior seca prolongada desde
1910. Segundo o meteorologista do órgão responsável pelo estudo, David Ferran,
caso em 2017 ocorram novamente precipitações abaixo da média anual (faixa entre
670 e 930 milímetros, com valor central em 800mm), será a primeira vez na
história a se ter seis anos consecutivos de estiagem.
Situação preocupante
A seca impacta drasticamente diversos setores. O mais preocupante
é, sem dúvida, o abastecimento humano. Atualmente, o Estado tem somente 8,5% de
água disponível nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh). A situação é mais grave do que pode parecer, pois o
nível dos reservatórios tende a baixar até o fim do ano, já que neste segundo
semestre, conforme ressaltou o órgão, praticamente não chove no Ceará.
munDiante do preocupante cenário, os sertanejos depositam as
esperanças nas obras hídricas que estão sendo realizadas. A Transposição do Rio
São Francisco espera beneficiar 12 milhões de pessoas em quatro Estados. Já o
Cinturão das Águas (CAC), segundo Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), deve
"aumentar a garantia do abastecimento humano da segunda região mais
populosa do Estado", o sertão do Ceará, com cerca de 720 mil habitantes.
Distribuição
O projeto será fundamental na distribuição de água no sertão. A
partir do CAC, será possível levar as águas do Projeto de Integração do Rio São
Francisco (PISF) de Jati ao Castanhão - responsável por abastecer boa parte da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) -, por meio do Rio Salgado e Riacho dos
Porcos, que deságuam no Rio Jaguaribe. O CAC permitirá a transferência de
vazões excedentes do PISF, não apenas para o Castanhão, mas também para o Açude
Orós.
Diante da importância desta obra, o Governo do Estado se mobiliza
em angariar recursos para que o Cinturão ande concomitantemente às obras da
Transposição do Velho Chico. Há duas semanas, o Governo Federal liberou repasse
de R$ 30 milhões do Ministério da Integração Nacional para execução da obra que
é dividida em cinco lotes os quais integram o Trecho I do CAC, atualmente em
execução, que tem 154,24Km de extensão, e custará R$ 2,08 bi.
Andamento
O principal e mais adiantado canteiro de obras no momento é o lote
I, com 49% já executado. Ele se concentra na área que receberá as águas da
transposição, a partir de Jati. O lote II tem 23% dos serviços executados; o
lote III, 19%; lote IV, 4,26% e o quinto lote (que corresponde aos túneis), com
51% executados.
O Cinturão prevê a construção de 1,3 mil quilômetros de canais,
sifões e túneis que levarão água, por gravidade, sem necessidade de uso de
estações de bombeamento, para 12 bacias hidrográficas do Ceará. Até o momento
foram investidos R$ 654 mi e o prazo de conclusão, segundo a SRH,
"dependerá do sistemático repasse de recursos pelo Governo Federal, por
meio do Ministério da Integração Nacional". Esse repasse, ainda conforme a
pasta, encontra-se normalizado atualmente.
Apesar da SRH não estimar uma data, a expectativa, segundo o
governador do Estado, Camilo Santana (PT), é de que o primeiro trecho de 32
quilômetros seja entregue junto ao PISF, em dezembro deste ano. Com a conclusão
de ambas as obras, espera-se que os principais reservatórios cearenses ganhem
aporte e tragam um pouco de alívio para as regiões mais afetadas, enquanto a
próxima quadra chuvosa ainda é uma incógnita.
"A Funceme ainda não tem previsão para 2017", adverte
Ferran. Ele explica que as condições de neutralidade na temperatura de
superfície do Oceano Pacífico Equatorial tornam difícil um prognóstico precoce.
Diário do Nordeste
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