quarta-feira, março 29, 2017
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CAIXA ECONÔMICA PODERÁ FECHAR ATÉ 120 AGÊNCIAS EM 2017, DIZ PRESIDENTE
CAIXA ECONÔMICA PODERÁ FECHAR ATÉ 120 AGÊNCIAS EM 2017, DIZ PRESIDENTE
A Caixa Econômica Federal informou nesta terça-feira (28) que cerca
de 100 a 120 unidades deficitárias passarão por uma "intervenção"
neste ano. Durante entrevista coletiva em São Paulo, o presidente da
instituição, Gilberto Occhi, disse que as alternativas são fechamento, fusão,
diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local.
Essa intervenção vai acontecer "tão logo tenhamos a
finalização do processo de demissão voluntária (PDV)", disse Occhi. Ele
calcula a adesão de 5 mil funcionários. De acordo com
Marcos Jacinto, vice-presidente de Gestão de Pessoas, a economia com o PDV é
estimada em R$ 975 milhões.
Além disso, a Caixa está recorrendo na Justiça sobre a convocação
de 2 mil aprovados em concursos públicos, segundo Jacinto.
De acordo com Occhi , haverá ainda a reestruturação das áreas da
Caixa, com a participação das vice-presidências no processo.
De acordo com o presidente do banco, não faz parte dos planos da
Caixa qualquer venda de ativos. "O foco do banco é melhorar a eficiência
reduzindo as despesas", ressalta Occhi.
Em todo o país, a Caixa afirma ter 4,2 mil agências e postos de
atendimento.
Occhi lembrou que a Caixa teve um crescimento exponencial depois de
2010, com a abertura de novas agências - o salto foi de 2.300 para 4 mil
unidades no país. "Tomou-se a decisão de ir para o mercado e abrir novas
agências. A Caixa se expandiu no mercado de crédito pois havia demanda",
afirma. Segundo ele, esse cenário mudou e o que o banco busca é a eficiência em
suas operações.
Lucro menor
A Caixa Econômica anunciou mais cedo ter registrado um lucro
líquido de R$ 4,1 bilhões em 2016. No ano anterior, os ganhos haviam chegado a
R$ 7,2 bilhões. A queda é de 43% de um ano para o outro. Só no quarto trimestre
de 2016, o banco teve lucro líquido de R$ 691 milhões.
O índice de inadimplência encerrou dezembro em 2,88%, um recuo de
0,7 ponto percentual em 12 meses. De acordo com o bano, no ano, as despesas de
provisão para devedores duvidosos chegaram a R$ 20,1 bilhões, um crescimento de
2,3% em relação ao mesmo período de 2015.
Em 2016, o saldo da carteira de crédito ampla cresce 4,4%, chegando
a R$ 709,3 bilhões. Segundo a Caixa, o crescimento das operações de habitação,
saneamento e infraestrutura e crédito consignado, que possuem baixo risco,
foram os principais responsáveis para o aumento da carteira. No final do ano, a
Caixa possuía R$ 2,1 trilhões em ativos administrados, com destaque para seus
ativos próprios (R$ 1,3 trilhão).
Mais fechamentos
Em novembro do ano passado, o Banco do Brasil também anunciou um conjunto
de medidas de reorganização institucional, que previa o fechamento de agências
e um plano de extraordinário de aposentadoria incentivada. O Banco do Brasil
conseguiu que mais de 7.000 funcionários aderissem ao plano de aposentadoria.
Habitação
A Caixa poderá reestruturar a taxa de financiamento com a queda da
taxa básica de juros Selic. O banco prevê a retomada de demanda imobiliária com
maior captação da poupança.
A Caixa tem orçamento preliminar de R$ 80,8 bilhões para habitação
este ano, mas que pode ser aumentado dependendo de decisão do Conselho Curador
do FGTS. No ano passado foi de R$ 90 bilhões, sendo que foram usados R$ 81,8
bilhões, garantindo 620 mil unidades contratadas em 2016, de acordo com Nelson
Antônio de Souza, vice-presidente de Habitação da Caixa.
Segundo Occhi, independente dos saques do FGTS e da alteração das
linhas de crédito no programa Minha Casa Minha Vida, o FGTS tem funding
(recursos) suficiente para atender a todas as demandas.
Ele diz que com a redução da taxa Selic para 12,25%, a retomada da
captação líquida da poupança poderá alavancar as operações de crédito no setor.
"Com redução da taxa Selic há retomada da captação líquida da
poupança e a Caixa pode reestruturar uma nova taxa de juros, mas aguardamos
como o reflexo da taxa Selic poderá impactar na captação líquida da
poupança", diz.
Segundo Occhi, a Caixa tem 67% do crédito do mercado imobiliário
brasileiro, e ele prevê que o mercado de crédito terá uma retomada pela demanda
como consequência do aumento dos depósitos da poupança.
Em São Paulo, segundo Occhi, haverá uma série de investimentos em
parceria para crédito habitacional. Entre as iniciativas está a comercialização
das unidades financiadas pelos corretores e o banco fazendo o pagamento da taxa
de corretagem. Além disso, a Caixa não estuda o aumento da cota de
financiamento, mas melhores taxas para financiamento.
Cerca de 24 mil unidades que foram retomadas poderão ser vendidas
de forma direta pelos corretores no país, após passarem por leilões da Caixa,
segundo Souza.
Recessão
Durante entrevista coletiva em São Paulo para falar do balanço,
Arno Meyer, vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, informou que
a queda de 43% no lucro líquido de 2015 para 2016 foi em virtude da recessão
econômica.
Segundo Gilberto Occhi, o banco não trabalha com a hipótese de
recorrer a aporte de capital de seu controlador, que é o governo federal. “Se
pudesse antecipar, 2017 com certeza seria melhor que 2016. Estamos na direção
correta na busca da melhor eficiência e melhores resultados”, disse o
presidente do banco.
Occhi informou que o objetivo para os próximos períodos continua
sendo reforçar a melhoria da eficiência e sustentabilidade com o melhor uso do
capital nas operações de crédito para ter uma carteira mais qualificada. “A
força motriz da Caixa é o crédito”, disse.
De acordo com Arno Meyer, 52% da receita da Caixa vem das operações
de crédito. Dos ativos administrados, a maior parte da receita vem do FGTS. E a
principal fonte de recursos é a poupança, seguida de empréstimos e repasses e
do FGTS. “A redução da taxa Selic não afeta esses recursos”, disse Meyer.
O índice de inadimplência de 2,88% é o menor do mercado, segundo
Meyer, devido à carteira de crédito de baixo risco.
A receita de operação de crédito da Caixa vem principalmente da
carteira de habitação e comerciais.
Segundo Meyer, o lucro é a menor fonte de capital de uma
instituição. “O desafio do banco é aumentar a rentabilidade e fortalecer a
estrutura de capital”, disse.
Fonte: G1
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