O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)
confirma cinco mortes por chikungunya no Estado até 12 de maio de 2017. As
vítimas tinham entre 10 dias de idade e 74 anos. Entre os óbitos, um foi de
pessoa do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Outros 40 casos estão sob
investigação.
De acordo com a Sesa, desde janeiro de 2017, foram notificados
41.723 casos de chikungunya, dos quais 13.312 foram confirmados e 3.744
descartados. A maioria dos casos confirmados (66,8%) são em pessoas entre 20 e
59 anos e do sexo feminino.
A mortes confirmadas até agora aconteceram na cidade de Beberibe
(1), Caucaia (1), Pacajus (1) e Fortaleza (2). As áreas mais atingidas no Ceará
são Região Metropolitana e Maçiço de Baturité. Para os casos confirmados, os
municípios de Catarina, Baturité, Aracoiaba, Pentecoste, Caucaia, Tejuçuoca,
Ocara, Cascavel e Fortaleza apresentaram as maiores incidências.
O boletim também atualizou os números de casos de zika e dengue,
transmitidas pelo mesmo mosquito. Em 2017, até 12 de maio, foram notificados
1.249 casos suspeitos de zika, dos quais 125 (10%) foram confirmados e 275
(22%) descartados.
Dos casos notificados de zika, 32,5% são de mulheres gestantes.
Entre os 125 casos confirmados, 13 são grávidas, cuja preocupação é a
microcefalia nos bebês. Quanto ao período gestacional da fase aguda, sete
mulheres estavam no segundo trimestre de gravidez e três no primeiro trimestre.
Dengue
Em 2017, foram notificados 32.682 casos de dengue, dos quais 7.170
foram confirmados, em 110 municípios. Até maio, estão confirmadas três mortes
pela dengue. Das vítimas, uma é do sexo feminino e duas do sexo masculino, em
idades de 51 e 71 anos (dois casos). Os óbitos aconteceram nas cidade de
Fortaleza, Maracanaú e Tabuleiro do Norte.
Fortaleza
Governos fazem alerta para que população se engaje em matar o
mosquito nas residências. (Arte: Tribuna do Ceará)
Governos fazem alerta para que população se engaje em matar o
mosquito nas residências. (Arte: Tribuna do Ceará)
A secretária da Saúde da Prefeitura de Fortaleza, Joana Maciel,
confirmou que a Capital passa por um surto epidêmico de chikungunya, durante entrevista
na rádio Tribuna BandNews FM, na manhã desta sexta-feira (12). Os dados
oficiais até a manhã de hoje contabilizam mais de 11 mil casos notificados da
doença, dos quais cinco mil estão confirmados.
Questionada se já é possível classificar o cenário como epidêmico,
Joana afirmou que sim. Segundo ela, ainda que seja necessário um acompanhamento
de série histórica de uma doença para identificar uma epidemia, a alta taxa de
infecção do vírus mostra que o quadro deve ser tratado como um surto.
A situação mais preocupante, de acordo com a secretária, é das
faixas etárias abaixo de 1 ano e acima de 60, além das pessoas com comorbidades
(doenças relacionadas), e problemas como doenças do coração, do fígado, dos
rins, dentre outras.
“Temos alguns aspectos da febre chikungunya diferentes da dengue.
Dengue é uma doença aguda, ela se resolve naquele momento. Com a chikungunya,
na fase aguda, temos que ter a preocupação com o risco de morte, principalmente
na faixa etária acima dos 60 anos e abaixo de 1 ano, os extremos de faixa
etária nos preocupam”, afirmou Joana Maciel.
A secretária afirmou que a Prefeitura de Fortaleza tem 109 postos
de saúde os quais a população deve procurar em casos menos graves das doenças.
Entre eles, 19 estão habilitados a atendimento mais rápido. “Se ela teve dor e
febre baixa, ela vai para o posto. Se ela estiver se sentido muito mal, ela
deve ir para UPA. Na UPA, a depender do caso clinico, será encaminhada para um
hospital”, orientou.
“Tem outro aspecto que (a chikungunya) difere da dengue que é a
cronificação. Em muitos casos o paciente fica com os sintomas por mais de três
meses e por um período de tempo muito elevado, uma dor que incomoda, incapacita
nas extremidades, principalmente dores de mão. Estamos levando isso em
consideração no nosso manejo clínico”, ressaltou.
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