O número de vítimas do ataque cibernético dos últimos dias superou
os 200 mil em pelo menos 150 países, afirmou neste domingo, 14, o diretor da
agência de polícia (Europol) da União Europeia, Rob Wainwright. Agências,
forças de segurança e companhias atuavam para restaurar as operações normais e
descobrir as causas do ataque.
“Isso é algo que não havíamos visto antes”, disse o diretor da
Europol em entrevista ao canal de televisão britânico ITV. “O alcance global é
sem precedentes”, afirmou.
Wainwright também advertiu que pode haver mais problemas quando
sistemas de computação forem religados na segunda-feira, após ficarem apagados
no fim de semana.
Na Ásia, onde muitos negócios ficaram offline quando o ataque
começou a se espalhar na sexta-feira, os governos pediram cautela. A Indonésia
emitiu um alerta às pessoas, pedindo que se desconectem da internet antes de
atualizar seus softwares de maneira a conter o problema.
“Agora que o fim de semana terminou na Ásia nós podemos esperar
casos que não foram descobertos antes”, disse Matthieu Suiche, fundador da
Comae Technologies, companhia de segurança cibernética nos Emirados Árabes.
Hospitais britânicos estavam transferindo pacientes para lidar com
problemas no sistema de marcação de consultas. Na China, os consumidores dos
postos operadores pela China National Petroleum não conseguiam usar cartões de
bancos e outros sistemas de pagamento, disse a gigante estatal neste domingo.
Até a tarde deste domingo (hora local), quase 20% dos postos estavam fora de
serviço, segundo a companhia.
Foram afetadas uma série de corporações e agências do governo, além
de empresas como a montadora francesa Renault e a companhia de entregas
americana FedEx, bem como o Ministério do Interior russo. A Renault atuava para
retomar a produção em algumas fábricas pela Europa, após seus sistemas de
computadores terem sido atingidos pelo vírus.
O ataque se aproveitou de vulnerabilidades de segurança em um
software da Microsoft. O vírus se instala nos computadores e enviava uma
mensagem com a promessa de restaurar os arquivos após o pagamento de resgates
na moeda virtual Bitcoin. O governo do Reino Unido disse que orientou o Serviço
Nacional de Saúde a não pagar resgate algum, enquanto especialistas em
segurança do governo trabalhavam para interromper a disseminação do vírus.
A equipe de resposta a emergências da Espanha disse que desenvolveu
uma ferramenta disponível para todas as companhias para impedir o problema de
afetar seus computadores. A ferramenta lança um algoritmo que impede a operação
do código, mas não limpa máquinas já comprometidas.
Na Bélgica, o vice-premiê Alexander De Croo disse que o governo
elevará os investimentos em segurança cibernética nos próximos meses. Na
Alemanha, a operadora ferroviária Deutsche Bahn, que anunciou no sábado que
havia sido atingida, disse que ainda trabalhava para resolver o problema.
O ataque também causou problemas em várias universidades chinesas,
bem como em algumas agências do governo.
Com informações O Estado de São Paulo
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