Nas caatingas dos emaranhados galhos, cipós e espinhos os vaqueiros
nordestinos verdadeiros desbravadores do sertão árido enfrentam com coragem
todos os perigos.
Em suas montarias ao pôr do sol a Ave Maria, momento de fé e
agradecimento, o aboio triste soa pela profundeza da planície, cai a noite
recolhido ao lugar esmo a pastorar o seu rebanho, estendido no lajeiro a
contemplar a lua alva e o cruzeiro do Sul, noites longas de proteção do rebanho
das onças evitando o estouro da boiada.
O vaqueiro enfrenta o problema maior, que é seca e as longas
estiagens, para sobrevivência do rebanho corta xiquexique, macambira, mandacaru
e outros cactos do sertão. Pela sobrevivência, em sua ciência matuta, a água
escassa, o vaqueiro tira água das raízes do imbuzeiro para beber e comer, dessa
árvore adaptada ao sertão.
Falar de todos os problemas vividos, um permanece até os dias de
hoje, certamente, o mais doloroso, que gera a impunidade e a desigualdade, a
barbárie social, a violência do rio de sangue no sertão nordestino.
. Aos vaqueiros foram entregues as fazendas, eles cuidam como
fossem os próprios donos do gado e das fazendas. Homens corajosos e tementes a
Deus. Eles desbravadores, criadores de uma cultura pastoril, fundaram povoados,
vilas, cidades costumes e tradições
Hoje destes bravos sertanejos temos orgulho de sermos filhos ou
descendentes de quem com muita fé em Deus nosso protetor, desbravarão o
Nordeste, criarão uma cultura pastoril, formaram povoados, vilas, cidades,
costumes e tradições. Principal figura da pecuária nordestina.
A modernização da pecuário nordestina decretou a extinção de uma
das mais originais tradições d pastorear. A tradição das mais lindas e belas o
aboio, aboiado com as vogais, ô õ-õ, ê ê ê, ô ... quem aboiava eram os
vaqueiros do alto médio sertão nordestino.
Hoje resta uma ramificação do aboio modificado aboiado, cantado ou
entoado, improvisado nos dias de vaquejadas a grande festa dos vaqueiros.
Hoje resta uma ramificação do aboio modificado aboiado, cantado ou
entoado, improvisado nos dias de vaquejadas a grande festa dos vaqueiros. É
contagiante essa paixão que corre nas veias dos nordestinos.
Em minha veia poética, quero em versos homenagear o vaqueiro
Raimundo Jacó, assassinado pela bala traiçoeira. Pelo ódio dos coronéis, não
era doutor, não senhor! Traga a sua lembrança que um dia eu tenho esperança, em
vida o homem vaqueiro, doou por inteira com amor e vocação as causas do sertão.
Todo mundo comemora, em meu lembrar, vem agora, O vaqueiro que a vida toda
pelas estradas tangia a boiada, do seu canto de aboiador gemendo justiça a dor.
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