sábado, agosto 26, 2017
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ECONOMIA BRASILEIRA PERDE R$ 1 BILHÃO POR CAUSA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
ECONOMIA BRASILEIRA PERDE R$ 1 BILHÃO POR CAUSA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Falta de concentração, dificuldade de tomar decisões, erros ou
acidentes e grande número de faltas são os impactos mais significativos da
violência doméstica na vida profissional de milhares de mulheres no Brasil.
Pela primeira vez, esses impactos foram contabilizados: a economia do Brasil
perde cerca de R$ 1 bilhão devido às consequências da agressão sofrida pelas
trabalhadoras dentro de suas casas.
O dado foi apresentado hoje (24) em coletiva na reitoria da
Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como parte do segundo
relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e
Familiar, que acompanhou a vida de 10 mil mulheres nas nove capitais
nordestinas desde 2016.
As 250 pesquisadoras identificaram e quantificaram o peso dos
diferentes tipos de violência na vida laboral feminina. O estudo foi feito em
parceria com o Instituto Maria da Penha e com a participação de pesquisadores
dos Estados Unidos e da Europa. Segundo o estudo, 48% das entrevistadas de
Teresina (PI) disseram ter a saúde mental afetada por conta das agressões
sofridas em casa. Em seguida, vem Aracaju (SE), com 42% e Natal (RN), com 40%.
A própria noção de felicidade fica impactada com a convivência com
uma pessoa violenta dentro de casa. Somente metade das entrevistadas que
sofreram violência doméstica disseram se sentir felizes, contra 74% das que não
passam por situações de agressão.
“Eu tinha que ter uma programação em casa que me afastasse dele o
máximo possível. Quando ele estava para chegar em casa, eu pegava as crianças
para levar para a escola, fazia um lanche antes de ir para o trabalho, porque
não tinha almoçado em casa. No trabalho, em alguns momentos, eu estendia o
horário para poder compensar algum distanciamento meu”, relata Maria da Penha
Fernandes, farmacêutica que deu nome à lei que pune a violência doméstica
praticada contra mulheres, sobre o dia a dia no trabalho e os maus-tratos
praticados pelo marido.
A pesquisa revelou que, em média, as mulheres que são agredidas
dentro de casa faltam 18 dias por ano. Além disso, elas também passam menos
tempo empregadas em um local de trabalho: são, em média, 58 meses, contra os 78
meses que uma mulher que não sofre violência permanece empregada.
Por tabela, a situação reflete no salário, que fica reduzido em
cerca de 10%. Esse impacto é maior em Fortaleza (CE), onde a trabalhadora
vítima de violência ganha o equivalente a R$ 5,98 por hora trabalhada, contra
R$ 9,11 das que não são vítimas de violência. Além disso, mulheres negras que
vivenciam violência doméstica chegam a ganhar 22% menos do que mulheres brancas
que passam pela mesma situação.
“A violência deprecia o capital humano da mulher. Grande parte do
empoderamento feminino vem da capacidade de trabalho. O homem produz a
violência contra a mulher, causa todos esses impactos, cria uma sequela na
economia e retroalimenta essa relação: ele sabota a mulher como trabalhadora e
ela perde esse empoderamento. Os setores públicos e privados não fazem
praticamente nada para reverter isso”, diz o professor José Raimundo Carvalho
Júnior, coordenador da pesquisa.
Como sugestões de mudanças para esse cenário, os pesquisadores
defendem políticas de recursos humanos para identificar e apoiar empregadas
vítimas de violência. O professor cita como exemplo experiências
norte-americanas que promovem, entre outras possibilidades, a mudança de local
de trabalho ou de horário como forma de evitar a exposição da trabalhadora ao
seu agressor.
“Essas são iniciativas de altruísmo, mas também de bons
empresários, pois eles sabem o impacto dessa violência nos seus negócios. Se a
situação de violência cessar, essa empregada voltará a ser produtiva. Essa é a
lógica econômica e não se pode ter medo disso. No Brasil, ao contrário disso,
essas empregadas são demitidas.”
Como política pública possível, uma vez que o Brasil não dispõe de
um mecanismo que compreenda a violência doméstica como risco de trabalho, os
pesquisadores defendem a aprovação do Projeto de Lei 296, em tramitação no
Congresso Nacional desde 2013, que cria o auxílio transitório em decorrência de
risco social provocado pela situação de agressão no âmbito familiar.
Por: Ceará Agora
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