quarta-feira, novembro 22, 2017
CEARÁ TEM QUASE 25% DE ÁREA EM SECA INTENSA
Historicamente, os meses de setembro e outubro são os de menor
volume de chuvas no Ceará. Com precipitações abaixo da média nesses meses — e
também em agosto deste ano —, cresceu para 24,61% a área do Estado que se
encontra em situação de seca excepcional. Ou seja, quase um quarto do
território do Ceará está com estiagem intensa. Em agosto, antes dos meses com
menos chuvas, a situação atingia 5,28% do território.
O dado é do Monitor das Secas do Nordeste e foi publicado ontem
pela Agência Nacional de Águas (ANA) com informações da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e da Agência Pernambucana de Águas e
Clima (Apac).
De acordo com a Funceme, a classificação de seca excepcional é
feita em áreas onde ocorrem perdas de cultura e escassez de água nos
reservatórios, córregos e poços, criando situações de emergência. Embora o
aumento tenha sido significativo nos últimos meses, a área de seca excepcional
em 2017 ainda é menor que a do ano passado. Em 2016, neste mesmo período, ela
correspondia a mais da metade do Estado (55,49%), segundo a Funceme.
O levantamento, que é feito mensalmente, aponta ainda que as
consequências dessa seca são de curto e longo prazos, com efeitos presentes
tanto em um período de três meses quanto de dois anos. No Ceará, a mancha de
estiagem mais intensa era de 10,75% em setembro. Em um mês, o aumento foi de
128%. A área onde pode ser observado aumento dessa faixa está principalmente
saindo do sudoeste do Ceará partindo para o centro e, também, em direção ao
sudeste. É onde estão as regiões do Cariri, Sertão Central e dos Inhamuns. Os
municípios mais afetados são Campos Sales, Assaré, Farias Brito, Crato,
Milagres, Várzea Alegre, Missão Velha, Juazeiro do Norte e Iguatu.
Na região Norte, onde a estiagem é mais branda, houve uma expansão
da área de seca moderada.
“No caso do Ceará, a situação da porção Centro-Sul nada mais é do
que o impacto desta grande seca e fruto do 6º ano de chuvas abaixo da média.
Portanto, ao chegar ao segundo semestre, a severidade da seca aumenta porque
são meses de maior evaporação”, explica, via assessoria de imprensa, Francisco
Teixeira, secretário de Recursos Hídricos. Chuvas e açudes
Os dados preliminares da Funceme indicam que a pré-estação chuvosa
pode superar a média histórica. Com pouco mais de dois terços de novembro
corridos, choveu no Ceará 5,4 milímetros (mm), valor próximo aos 5,8 mm da
série histórica.
“Se as chuvas da pré-estação vierem a ocorrer em torno da normal
climatológica de dezembro, espera-se uma redução para uma situação menos
crítica no Sul do Estado, principalmente no Cariri cearense”, afirma Raul
Fritz, supervisor da unidade de Tempo e Clima da Funceme.
Atualmente, os reservatórios do Ceará têm 8,2% da capacidade. Maior
açude do Estado e principal abastecedor da Região Metropolitana, o Castanhão
está com 3,3% do volume.
Números
10,7% do território cearense se encontrava em seca excepcional no
fim de setembro.
O Povo
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