terça-feira, novembro 07, 2017
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Mais de 1.800 motoristas paralisam Operação Carro-Pipa; 800 mil cearenses serão afetados
Mais de 1.800 motoristas paralisam Operação Carro-Pipa; 800 mil cearenses serão afetados
Mais de 1.800 carros-pipa cadastrados no programa emergencial de
abastecimento d’água para comunidades rurais do Ceará, os Operações
Carros-Pipas, do Governo Federal, paralisaram suas atividades no início da
manhã desta segunda-feira (6). Eles só retornarão às rotas após serem atendidos
pelo comando geral da 10ª Região Militar do Exército Brasileiro, responsável
pelo controle e fiscalização do serviço dos pipeiros no Ceará, informou o
presidente do Sindicato dos Pipeiros do Estado do Ceará (Sinpece), Eduardo
Aragão.
Pelos levantamentos do Sinpece, a adesão foi geral. Além dos 500
proprietários de caminhões-pipa cadastrados no Sindicato, outros 1.300 a 1.500
deixaram de circular nas rotas estabelecidas a partir dos diagnósticos
levantados pelos conselhos de Defesa Civil dos municípios. No Estado são mais
de 20 mil rotas, estimam os pipeiros. Mais de 800 mil habitantes estão sendo
prejudicados com a paralisação.
As maiores concentrações de carros-pipa parados estão em Morada
Nova, no entorno do Canal do Trabalhador, onde os caminhões são abastecidos com
água considerada potável; em Orós, no entorno do segundo maior açude público do
Ceará; em Madelena, no Açude Umari, de onde passou a ser captada água para
abastecimento dos moradores rurais deste município e vizinhos, em Banabuiú,
onde está situado o terceiro maior açude do Estado, o Arrojado Lisboa, e também
em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, onde os carros-pipa abastecem
para atender Canindé e Caridade.
A paralisação está se estendendo por todo o Estado. Em Banabuiú os
pipeiros também aderiram à greve. Foto > Avelino Neto
Falha no Sistema
O principal motivo da paralisação é a falha no sistema eletrônico
de aferição das rotas, o GRipa. Funcionando através de GPS, o equipamento não
registra todos os percursos realizados nos relatórios de conferência do Comando
de Operações Terrestres (Coter) do Exército Brasileiro. Há a necessidade de
confirmação através do print do mapa da rota realizada no dia. Por conta desses
transtornos o pagamento do serviço está demorando até três meses.
Segundo o presidente do Sinpece o serviço de rastreamento por GPS é
realizado por uma empresa que recebe em média R$ 3 milhões mensais. O valor
varia porque o número de carros-pipas contratados também varia de acordo com a
necessidade de demanda. Apesar das constantes reclamações o contrato do Governo
Federal com a prestadora do serviço vem sendo mantido deste 2012.
Bloqueio de rodovias
Além da paralisação, os pipeiros apontam para a possibilidade de
interdição de rodovias estaduais e federais. O bloqueio poderá ser realizado 24
horas após o início da paralisação caso o comando da 10ª Região Militar não
envie representantes para conversarem com os representantes da categoria e
levarem ao órgão responsável pelo programa emergencial, o Ministério da
Integração Nacional, as reivindicações da categoria para a solução do problema.
A 10ª Região Militar informou através da sua assessoria que se
manifestará sobre o problema através de Nota pública.
Até a publicação desta edição a reportagem do Diário do Nordeste
não havia conseguido manter contato com o Ministério da Integração. Os
telefones disponíveis não atendiam as ligações.
Resp; DN
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