quinta-feira, março 01, 2018
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Ceará tem o sexto pior rendimento per capita do País, refletindo baixos salários
Ceará tem o sexto pior rendimento per capita do País, refletindo baixos salários
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
ontem os valores dos rendimentos domiciliares per capita, que significam o
total dos rendimentos (em termos nominais) de todos os moradores, referentes a
2017, para o Brasil e Unidades da Federação. O Ceará manteve a posição do ano
anterior apresentando a sexta pior renda.
O valor, calculado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua), é de R$ 824, ficando bem abaixo da renda
média do País, R$ 1.268. No Nordeste, o Ceará também perde para o Piauí, Rio
Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. O melhor rendimento médio per capita da
região ficou com a Paraíba (R$ 928).
Sobre o assunto
Massa de salário em circulação cresce R$ 6,7 bi em um ano
Renda maior impactaria no crescimento da economia
O que chama a atenção é que nenhum estado do Nordeste tem renda
média domiciliar per capita igual ao salário mínimo vigente (hoje R$ 954) no
País desde 1º de janeiro de 2018. Até dezembro de 2017 o salário mínimo era de
R$ 937.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo,
informa que não se pode comparar o resultado de 2016 com o do ano passado
porque não houve correção da inflação. O valor da renda média domiciliar per
capita do Ceará, por exemplo, era de R. “Calculamos esse rendimento apenas para
enviar para o Tribunal de Contas da União (TCU) e atender o disposto na Lei
Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE)”, comenta.
Cimar avalia que a renda cearense segue uma característica do
Nordeste que tem os menores rendimentos, os menores índices de ocupação, de
escolaridade, de industrialização, além de uma população mais nova. “Demonstra
também que a região não sofreu nenhum impacto a ponto de alterar essa
situação”, afirma.
O supervisor Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Ceará, Reginaldo Aguiar, diz que outros
indicadores como a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) e o relatório de
informações sócio-econômicas do Ministério do Trabalho (Rais) já revelam esse
problema. Existe uma incompatibilidade entre o porte da economia do Ceará, que
tem o 13º maior Produto Interno Bruto (PIB), e uma remuneração muito aquém. “No
Nordeste, o Estado tem a terceira maior economia, mas os salários não
acompanham”, informa, considerando que existe no mínimo um modelo de atração de
empresas ruim, “que produz desigualdade”.
Reginaldo diz ainda que os dados da Rais, que inclui só trabalho
formal, tem um impacto maior. Ali o Ceará tem a segunda pior renda. O professor
da Faculdade CDL, Mardônio Costa, diz que os dados de renda per capita refletem
o nível salarial do Estado, um dos mais baixos do Brasil.
ABAIXO DO MÍNIMO
Nenhum estado do Nordeste tem renda média domiciliar per capita
igual ao salário mínimo vigente (hoje R$ 954) no País desde 1º de janeiro de
2018
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