quinta-feira, março 15, 2018
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Gaúcha vence na Justiça batalha para recuperar bens doados à Igreja Universal: ‘Lavagem cerebral’
Gaúcha vence na Justiça batalha para recuperar bens doados à Igreja Universal: ‘Lavagem cerebral’
A gaúcha Carla Dalvitt estava com problemas financeiros quando
começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus, onze anos atrás. A
pequena loja que tinha com o marido estava com pouco movimento, e havia várias
prestações para pagar – ela e o marido, João Henrique, tinham acabado de
comprar um Palio para levar o filho pequeno dos dois à escola. O casal queria
construir uma casa, mas, sem dinheiro, estava morando na residência dos pais
dela.
Mas o que ela esperava que representasse uma saída para sua crise
pessoal acabou se tornando um pesadelo, conta hoje. Carla diz que foi coagida
pela congregação religiosa a doar a ela tudo o que tinha e acabou ficando sem dinheiro,
sem carro e mal falada na pequena cidade onde mora, Lajeado, no interior do Rio
Grande do Sul.
Ela afirma que mudou de ideia logo em seguida, mas que a igreja se
recusou a devolver sua doação. Foi quando decidiu entrar, ao lado do marido,
com uma ação judicial contra a Universal pedindo de volta os valores dos bens e
uma indenização por danos morais.
Em 2012, o grupo religioso foi condenado a pagar uma indenização de
R$ 20 mil e devolver o valor de parte dos bens que a gaúcha diz ter doado. A
igreja recorreu, e o caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ),
corte na qual o recurso da igreja foi negado em uma decisão na semana passada.
Ainda cabem novos recursos.
Procurada pela BBC Brasil para comentar o caso, a Igreja Universal
do Reino de Deus não respondeu às perguntas feitas pela reportagem. Enviou uma
nota dizendo que “o dízimo e todas as doações recebidas pela Universal seguem
orientações bíblicas e legais, e são sempre totalmente voluntários e
espontâneos”.
‘Fogueira Santa’
Carla conta que resolveu começar a frequentar os cultos após ver
pastores falando na TV. “Eram mensagens positivas, de esperança, prosperidade.
Tinha muitos depoimentos de gente que falava que tinha saído de crise, gente
que dizia que devia à igreja tudo o que tinha”, diz.
A gaúcha também conhecia pessoas que frequentavam a igreja – e
falavam sempre bem. Seu marido não a acompanhava, mas também não se opunha à
atividade religiosa da mulher.
Ela diz que as doações que fez à Igreja começaram com o dízimo. O
problema, afirma, é que não pararam por aí.
“Eles diziam que você tinha que dar 10% de tudo o que você ganhava,
e que tudo o que você desse, ia receber de volta”, conta. “O problema é que tinha
um evento especial, a Fogueira Santa, onde as pessoas iam e doavam casa, carro.
E eu não sei o que me deu… Eu estava desesperada.”
Carla afirma que havia um evento em que os fiéis faziam promessas
de doações, no qual ela disse que entregaria suas posses à igreja.
“Depois disso eu fiquei na dúvida, pensei em desistir. Mas eles
sempre falavam que tinha uma maldição para quem prometeu e não doou, que a
pessoa ia ser amaldiçoada”, diz. “E eu fiquei pensando na maldição, com medo da
maldição.”
Carla então vendeu o carro por um valor bem abaixo do valor de
mercado – já que o comprador teria que pagar o resto das prestações – e doou o
dinheiro à igreja.
G1RS
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