terça-feira, março 13, 2018
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Ministério da Saúde quer vacinar 10 milhões de jovens e adolescentes contra meningite e HPV
Ministério da Saúde quer vacinar 10 milhões de jovens e adolescentes contra meningite e HPV
O Ministério da Saúde está convocando 10 milhões de jovens e
adolescentes para se vacinar contra meningite e HPV (Papiloma Vírus Humano).
Nesta terça-feira (13), o ministro Ricardo Barros lançou, em Brasília, a
Campanha Publicitária de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do
Adolescente contra HPV e Meningites. Deverão ser vacinadas contra o HPV,
meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Neste ano, o Ministério da
Saúde está ampliando a faixa etária da vacina meningite C, que agora passa a ser
11 a 14 anos de idade. No ano passado, estavam sendo vacinados contra a doença
meninas e meninas de 12 a 13 anos.
“Esta campanha está completamente de acordo com a mudança de foco
que estamos implantando no Ministério da Saúde, que é priorizar a prevenção.
Estamos investindo na prevenção para evitar que as pessoas fiquem doentes. O
recente lançamento das novas práticas integrativas no SUS vai na mesma direção,
nossos foco é o processo de saúde e não a doença”, explicou o ministro Ricardo
Barros, durante o lançamento da campanha.
A campanha publicitária será veiculada no período de 13 a 30 de
março. No filme, dois jovens, um menino e uma menina, fogem do vírus em um
cenário com inspiração nos seriados famosos que são de identificação do público
jovem e dos pais. A fuga termina no momento em que os jovens entram em uma
unidade de saúde e se vacinam. O filme mistura imagens reais e animação.
Com o slogan “Não perca a nova temporada de Vacinação contra a
meningite C e o HPV”, a campanha conta ainda com peças publicitárias como:
jingle para rádios, outdoor, envelopamento em metrô e ônibus, peças digitais e
conteúdos para redes sociais, cartaz, folders. O público da campanha é formato
por adolescentes (homens e mulheres) e responsáveis.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do
Ministério da Saúde, Carla Domingues, enfatiza que as vacinas contra o HPV e a
meningocócica C fazem parte do calendário de rotina disponível nas unidades do
SUS, durante todo o ano e que esta é uma campanha de mobilização. “É importante
ressaltar que esta é uma campanha informativa e de esclarecimento e não uma
campanha de vacinas. A campanha é importante para alertar as pessoas s obre a
necessidade da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações
verdadeiras, baseadas em estudos científicos”, observou a coordenadora.
HPV – Desde a incorporação da vacina HPV no Calendário Nacional de
Vacinação, 4,9 milhões de meninas procuraram as unidades do Sistema Único de
Saúde (SUS) para completar o esquema com a segunda dose, totalizando 48,7% na
faixa etária de 9 a 14 anos. Já com a primeira dose, foram vacinadas 8 milhões
de meninas nesta mesma faixa, o que corresponde a 79,2%. No entanto, o
Ministério da Saúde alerta que a cobertura vacinal só está completa com as duas
doses. Entre os meninos, 1,6 milhões foram vacinados com a primeira dose, o que
representa 43,8% do público alvo. Desde 2014, início da vacinação para o HPV no
SUS, foram distribuídas 32,9 milhões de doses. Para este ano, foram adquiridas
14 milhões de doses da vacina contra HPV.
No Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero
por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de
câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV,
principalmente pelo subtipo 16.
Estima-se que em 3 a 10% dos casos, especialmente entre as pessoas
com um sistema imune comprometido (por exemplo, aqueles que vivem com
HIV/aids), o vírus HPV pode persistir, levando a graves problemas de saúde.
PREVALÊNCIA HPV – Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil
em 2017, a prevalência estimada do HPV no Brasil é de 54,3 %. O estudo
entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país. Os dados da pesquisa mostram
que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o
desenvolvimento de câncer.
O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção
Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no
teste rápido para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão
disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde até o
final do ano.
O projeto POP-Brasil é uma parceria do Ministério da Saúde, o
Hospital Moinhos de Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre (UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP)
– Centro de Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar
Conceição (GHC), Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.
MENINGOCÓCICA C – Desde ano passado, já foram vacinados 32% do
público-alvo, restando ainda 10 milhões de adolescentes. Para este ano, foram
adquiridas 15 milhões de doses da vacina contra meninigite. A meta é vacinar
80% do público-alvo. Além de proporcionar proteção, a ampliação alcançará o
efeito da imunidade de rebanho, ou seja, a proteção indireta das pessoas não
vacinadas. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose
única, conforme a situação vacinal.
Dados recentes enfatizam a necessidade da vacinação de
adolescentes, com o intuito de reduzir o número de portadores da bactéria em
nasofaringe. Recentes pesquisas constatam a ausência de anticorpos protetores
poucos anos após a vacinação de lactentes e crianças mais novas. A vacinação de
adolescentes proporcionará proteção direta impedindo o deslocamento do risco de
doença para esses grupos etários.
VACINAÇÃO NAS ESCOLAS – O Ministério da Saúde considera de
fundamental importância participação das escolas para reforçar a adesão dos
jovens à vacinação e, consequentemente atingir o objetivo de redução futura do
câncer de colo de útero, terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e a
quarta causa de óbito por câncer no país.
“Vamos insistir para ampliar a cobertura vacinal e insistir na
escola, onde podemos fazer uma potencialização da imunização e assim diminuir a
prevalência do HPV, que hoje está muito alta, acima de 50% nos jovens
brasileiros”, ressaltou o Ministro da Saúde.
O Ministério da Saúde enviou ao Ministério da Educação material
informativo sobre as doenças. A ideia é estimular os professores a conversem
com os alunos e familiares sobre o tema. O Brasil é o primeiro país da América
do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina HPV para meninos em programas
nacionais de imunizações.
“Com a publicação da portaria que incluiu a vacinação no Programa
Saúde na Escola, agora temos os marcos legais e a garantia institucional para
levar a prevenção e à saúde às escolas brasileiras. Nesta campanha, vamos pedir
ao MEC que solicite às escolas o envio ao Ministério da Saúde da programação de
vacinação em cada unidade escolar”, explicou o ministro.
Com Ministério da Saúde
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