domingo, maio 20, 2018
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Caminhoneiros autônomos fazem paralisação nacional a partir de segunda-feira
Caminhoneiros autônomos fazem paralisação nacional a partir de segunda-feira
A Associação Brasileira
dos Caminhoneiros (Abcam) convocou os caminhoneiros autônomos do País a
participar de paralisação nacional a partir das 6h de segunda-feira contra os
impostos sobre o óleo diesel. "A decisão foi tomada após esperar por uma
resposta do governo federal, que até o momento não tomou qualquer iniciativa em
relação aos pleitos feitos pela categoria", disse há pouco, em nota, a
Abcam.
Ao Broadcast Agro,
serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da Associação
Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que até as
18h aguardava um posicionamento do governo. A principal reivindicação, segundo
Lopes, é a retirada dos encargos tributários sobre o óleo diesel. A Abcam
protocolou na segunda-feira ofício na Presidência da República e na Casa Civil
pedindo que o governo zere a carga tributária sobre operações com óleo diesel e
também a isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide)
sobre a receita da venda interna de óleo diesel a ser usado pelo transportador
autônomo de cargas.
"A necessidade que
temos é essa, e a nossa perspectiva é levar isso até o fim", disse Lopes,
ressaltando que a paralisação não tem data para terminar. "Estamos
taxativos e objetivos. Se não tirar tributos do diesel, não tem acerto,
continuamos parados." Segundo ele, o diesel representa 42% do custo dos
transportadores autônomos.
A associação também
busca discutir a política de ajuste do preço do diesel da Petrobras, que,
segundo o representante da Abcam, prejudica o planejamento dos caminhoneiros
autônomos. O mais recente reajuste do combustível ocorreu hoje, com o valor
médio nacional do litro do diesel A subindo para R$ 2,3488 (+0,80%).
A Abcam tem 600
sindicatos e 7 federações filiadas e representa de 600 mil a 700 mil
caminhoneiros no Brasil. Lopes projeta adesão em torno de 60% a 70% da
categoria no Brasil até o meio-dia de segunda-feira. Segundo o representante,
nos primeiros dias a maior adesão deve ser no Sul e Centro-Oeste do País para
depois se estender para Norte e Nordeste. Outras entidades também vão aderir à
paralisação, segundo a Abcam: União Geral dos Transportadores Escolares
(Ugtesp), Cooperativa de Turismo do Distrito Federal (Coopetur), Sindfrete,
Unitrans Brasil, Sindicato de Escolares de Pernambuco e Sindicato de Taxistas
de São Paulo e Nordeste.
Lopes ressaltou, ainda,
que a associação prevê manifestações pacíficas, com apenas interrupção do
transporte de cargas, diferentemente do que aconteceu em 2015. "Queremos
todo mundo em casa e, quem não puder chegar em casa, que pare em um posto de
abastecimento. A gente não gostaria de ver ninguém trancando rodovia, queimando
pneu e quebrando caminhão. Caso contrário, não vamos conseguir atingir os
nossos objetivos."
Abastecimento
O presidente da Abcam
disse também que, mesmo que o governo decida chamar os caminhoneiros para
conversar na segunda-feira, o diálogo vai ocorrer em meio à paralisação.
"Não vamos aceitar pedidos para suspender o movimento e vir conversar, de
maneira nenhuma. Temos hora e dia para começar, mas não temos hora e dia para
parar." Ele ressaltou que, se a greve se estender por cinco a seis dias, o
comércio e o agronegócio devem ser afetados pelo desabastecimento de produtos.
Caminhões que na segunda-feira estejam em trânsito com carga viva terão a
passagem liberada para descarregar.
Agência Estado
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