O número de municípios cearenses com chuva e o volume
pluviométrico vêm aumentando nestes primeiros dias de maio. Saindo de um fim de
abril escasso de precipitações, o cenário é positivo para as duas primeiras
semanas deste mês, último da quadra chuvosa, segundo a Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Abril terminou como o mês mais chuvoso em nove anos
(215.2 milímetros), número 14,5% maior que o histórico para o mês, e deixou
seus frutos para a recuperação hídrica de açudes cearenses. Para maio,
historicamente com menos chuvas da quadra, ainda é cedo para dizer.
Raul Fritz, meteorologista da Funceme, aponta que a
situação é favorável para a continuidade de boas chuvas, que começaram entre os
dias 29 e 30 de abril. “Essas duas primeiras semanas têm uma tendência boa à
continuidade de chuvas. A predominância de precipitações será nas regiões
Centro-Norte e Litoral, sem descartar o Sul do Estado”.
Com uma média de 90.6 mm, baixa em relação a outros meses
da quadra chuvosa, as precipitações do quinto mês do ano estão surpreendendo.
Nos anos anteriores, o mês não atingiu bons indicativos. Em 2017 ficou 23%
inferior à sua média e, em 2016, 47,7% .
Entre as 7 horas do dia 1º e o mesmo horário de ontem,
choveu em 123 municípios cearenses. O maior registro foi em São Benedito, na
serra da Ibiapaba, com 87,4 mm, seguido de Ererê e Jaguaribe, ambos na região
Jaguaribana, marcando 78 mm e 63 mm respectivamente. Não chovia em tantos
lugares desde os últimos dias 22 e 23 de abril, com precipitação também em 123
municípios.
Até agora, no trimestre de fevereiro a abril, choveu
521,7 mm, quando deveria ser 510,1 mm. Mesmo estando em torno da média, o
resultado poderia ter sido melhor não fossem os baixos volumes de março, mês
historicamente mais chuvoso, mas que acabou 41,1% abaixo do normal. A média de
precipitação para os quatro meses da quadra é de 600,7 mm.
“Estamos dentro da média para o trimestre mas
infelizmente em março houve a redução de chuvas, o que contribuiu para não
estarmos em um nível mais elevado de água. Nós não estamos tão tranquilos para
superar a média. Se não fosse um março ruim, estaríamos em um cenário melhor”,
afirma o meteorologista. No ano passado, o Estado terminou o período chuvoso
8,2% abaixo (551.7 mm).
Maio também será decisivo para a situação hídrica do
Estado. O secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira,
afirma que com as chuvas deste trimestre houve um pouco mais de tranquilidade
hídrica, principalmente para o Interior. “Há pouco mais de 20 dias, no início
de abril, estávamos com cerca de 20 cidades em situação emergencial, à beira de
um colapso. Hoje, várias já tiveram sua situação normalizada para atravessar o
ano”, indica.
(O POVO – Repórter Matheus Facundo/Foto -Mateus Dantas)
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