quinta-feira, junho 21, 2018
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Lula poderá ser candidato se STF soltá-lo na terça (26), diz criminalista
Lula poderá ser candidato se STF soltá-lo na terça (26), diz criminalista
Segundo o professor de Direito Penal Gustavo Bardaró, se a cautelar
pedida pela defesa do ex-presidente for concedida, os efeitos da lei da Ficha
Limpa serão anulados até o julgamento dos recursos, o que pode ficar para
depois da eleição
Uma eventual vitória na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF), na próxima terça-feira (26), poderá dar ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva plenas condições de ser candidato nas eleições presidenciais de
outubro deste ano, ao menos até que os recursos especial e extraordinário sejam
analisados na própria corte e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), avalia o
criminalista Gustavo Badaró.
Segundo o professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo
(USP), caso a cautelar pedida pelos advogados de Lula seja concedida pelos
ministros da Segunda Turma do STF, ela anula os efeitos da lei da Ficha Limpa
até que o julgamento dos recursos sejam concluídos e o prazo para essa
conclusão, no seu entender, pode ficar para depois da eleição.
"Se o Supremo conceder cautelar para o Lula, essa medida terá
duplo efeito: do ponto de vista penal, ele estará solto, e do ponto de vista
eleitoral, enquanto não for julgado recurso no Supremo, ele poderá ser
candidato", disse Badaró, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de
notícias em tempo real do Grupo Estado.
"O artigo 26-C da lei da Ficha Limpa diz que, mesmo condenado
em segundo grau, o réu pode pedir a suspensão do efeito dessa condenação. Se
for dada a suspensão, ela pode se candidatar enquanto o recurso não for
julgado".
Na opinião de Badaró, tanto o recurso ao STF como ao STJ não devem
ser analisados antes das eleições gerais de outubro, levando em conta a
"tramitação normal" dos processos. É praticamente a última chance do
PT. Se eles conseguirem, muda, o status de Lula de "preso não
candidato" para "solto e candidato" resumiu.
A vitória da senadora Gleisi Hoffmann e do ex-ministro Paulo
Bernardo nesse colegiado do STF deu novos ânimos ao PT em relação à situação do
ex-presidente. Por 5 votos a 0, a Segunda Turma - a mesma que vai analisar a
medida cautelar de Lula na semana que vem - absolveu, nesta semana, ambos os
petistas, e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues das acusações de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
Gleisi ainda foi inocentada, por 3 votos a 2, da prática de caixa
2, o que representou uma vitória dos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e
Ricardo Lewandoswki sobre o relator da Lava Jato, Edson Fachin e Celso de
Mello.
Objetos diferentes
O criminalista, no entanto, não crê que o resultado do julgamento
desta segunda-feira, 19, possa indicar uma tendência para o da semana que vem,
uma vez que os objetos são diferentes. "Gleisi e seu marido foram
absolvidos no mérito. Já a maior parte das teses de Lula são de vícios
processuais", argumentou Badaró, lembrando ainda que, no caso da senadora,
o STF teve acesso às provas do processo, o que é vedado no caso do
ex-presidente, que não tem mais foro.
"No julgamento da cautelar, os ministros só poderão tratar de
teses constitucionais, como a alegação de que o juiz Sergio Moro ou o Tribunal
Federal da 4ª Região (TRF-4) violaram a Constituição. São hipóteses muito
diferentes para que possamos traçar um paralelo."
Red; DN
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