sexta-feira, junho 22, 2018
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Mergulhador se perde de barco durante tempestade e nada por 13 horas até o Porto do Pecém
Mergulhador se perde de barco durante tempestade e nada por 13 horas até o Porto do Pecém
aposentado e mergulhador recreativo Luciano Marconi, 56, se perdeu
do barco de apoio durante uma prática de apneia no mar de Fortaleza, e nadou
por cerca de 13 horas ininterruptas para se salvar. Ele mergulhava com um amigo
quando os dois foram surpreendidos por uma tempestade, na segunda-feira (18).
Marconi usou como referência para voltar à terra firme serras e luzes da
cidade.
Italiano radicado em Fortaleza, Marconi pratica apneia há 30 anos,
modalidade em que o mergulhador desce a grandes profundidades sem utilizar
cilindros de ar. Ele e o amigo estavam há cerca de 25 km da costa, de frente
para a Barra do Ceará, quando o outro mergulhador notou que se aproximava uma
tempestade, e voltou ao barco para observar o tempo.
Os dois utilizavam um cabo-guia, equipamento que fica entre a
superfície e o fundo do mar e ajuda a orientar os mergulhadores.
Por volta de 13h30, Marconi diz que ficou a mais ou menos 50 metros
do cabo, deu um mergulho e, quando subiu, viu chuva, vento e neblina, e não
avistou mais o barco. Ele acredita que foi arrastado pela correnteza.
O homem ficou à deriva enquanto chovia e conta que esperou o amigo
aparecer por cerca de 40 minutos. Posteriormente, o amigo relatou que mergulhou
à procura do italiano, temendo que algo grave tivesse ocorrido no fundo do mar.
'Esperança'
Luciano Marconi, 56, italiano radicado em Fortaleza, se perdeu no
mar durante prática de mergulho e nadou por 13 horas até ser salvo. (Foto:
Arquivo Pessoal) Luciano Marconi, 56, italiano radicado em Fortaleza, se perdeu
no mar durante prática de mergulho e nadou por 13 horas até ser salvo. (Foto:
Arquivo Pessoal)
Luciano Marconi, 56, italiano radicado em Fortaleza, se perdeu no mar
durante prática de mergulho e nadou por 13 horas até ser salvo. (Foto: Arquivo
Pessoal)
Para se orientar, Marconi relata que olhou para a costa e avistou
uma serra. “Pensei: não sei aonde vou chegar, mas não posso ficar à deriva.
Olhei pro lado da terra e dava pra ver a serra, peguei a direção dela e comecei
a nadar pra lá”, conta. Para economizar energia, ia se deixando arrastar pela
correnteza e, de tempos em tempos, olhava para a serra para ajustar a direção.
“Ficou de noite, começaram a acender as luzes da cidade e peguei
como referência.”
Depois de horas nadando, o mergulhador diz que avistou a plataforma
da Petrobras e percebeu que estava se aproximando do Porto do Pecém.
“Aí minha esperança aumentou, comecei a nadar ligeiro e consegui
chegar no paredão de pedras. Mas minha mente tava meio fraca, pensava que o
porto já tinha passado, tentei subir nas pedras, mas o mar tava muito violento
e não dava certo”, relembra.
O mergulhador se deu conta de que tinha chegado ao Porto ao
encontrar um pescador, que lhe ofereceu ajuda. Após ser resgatado na jangada do
pescador, recebeu os primeiros socorros no Porto.
“Eu imaginava minha família e os amigos. Porque a primeira coisa
que a pessoa ia pensar é que eu tinha morrido”, comenta.
Marconi chegou ao Porto do Pecém na madrugada de terça-feira (19),
por volta das 3h. Além de cansaço extremo, estava desidratado e com ferimentos
nos pés. Foi atendido, recebeu água e comida, e passa bem.
"Queria passar pra outras pessoas que gostam do mar que nunca
se esqueçam da segurança em um lugar abençoado por Deus", alerta o
mergulhador.
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