segunda-feira, julho 02, 2018
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Ciência avança e homens já podem engravidar através de transplante de útero!
Ciência avança e homens já podem engravidar através de transplante de útero!
Pesquisadores da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, esperam
realizar, nos próximos meses, o primeiro transplante de útero. O intuito é que
o transplante seja temporário.
O útero seria removido após a mulher ter um ou dois bebês, pois é
preciso tomar medicamentos regularmente para que ele não seja rejeitado pelo organismo.
Claro que sempre existe a possibilidade da adoção e a maternidade não é uma
obrigação. Muitas mulheres, por questões pessoais, culturais ou religiosas,
acabam deixando isso de lado.
Os úteros seriam retirados de mulheres já mortas, o que significa
uma necessidade em tomar especial cuidado com sua condição. A gestação, em um
caso desses, seria arriscada demais; especialmente devido à medicação
necessária contra a rejeição do útero, levando em conta que o feto também
estaria sujeito a ela.
Oito mulheres americanas já estão em exames na clínica, esperando
por uma possibilidade de realizar o transplante. Uma delas, uma jovem de 26
anos com duas crianças adotadas, diz que ainda quer ter a chance de
experimentar a sensação de estar gravida e dar à luz.
Foto: Reprodução / New York Times
“Eu quero o mal-estar pela manhã, as dores, os pés inchados. Eu
quero sentir o bebê se mexer. Eu quero isso há muito tempo, nem sei dizer desde
quando”, afirma. Ela estranhou o fato de não ter menstruado até os 16 anos,
quando descobriu que não tinha útero. A falta de útero afeta uma em cada 4.500
mulheres.
O médico Andreas Tzakis, que participa do projeto, afirma que as
mulheres foram informadas sobre os riscos e benefícios. A ideia é fazer o
transplante dez vezes e avaliar os resultados. Ele acredita que as drogas
antirrejeição não afetarão mais as mulheres com transplante de útero do que
aquelas que já engravidaram depois de receber rins ou fígado, por exemplo.
Ainda não se sabe qual é a verdadeira relação das drogas com esses
acontecimentos, entretanto, nesses casos, há um maior risco de pré-eclâmpsia
(uma alteração na pressão arterial da mãe) e de o bebê nascer um pouco menor do
que a média.
Homens grávidos?
Considerando as possibilidades citadas acima, surge a questão:
seria possível trocar a mulher por um homem no processo? E a resposta,
surpreendentemente, é positiva.
“Seria uma enorme iniciativa cirúrgica e endócrina e envolveria não
só a criação de uma vagina, mas também uma reconstrução cirúrgica de toda a
pélvis por algum especialista em cirurgia transgênera”, informou a doutora
Rebecca Flyckt, ginecologista-obstetra e especialista em endocrinologia
reprodutiva.
“Depois desse procedimento e do enxerto de um útero doado, seria
necessário um complexo regime hormonal para suportar a gravidez antes e depois
da transferência do embrião. ”
No procedimento tradicional, a mulher só depende de esperma doado,
uma vez que já tem seus próprios óvulos. Entretanto, os embriões seriam criados
usando esperma do próprio paciente e os óvulos de um doador, enquanto o que
ocorre atualmente é o contrário.
A Dr.ª Flyckt já antecipou que tal descoberta levantaria esse tipo
de curiosidade. “Eu imaginei que haveria interesse nessa aplicação (…) pela
comunidade transexual. Todavia, pelo menos na presente situação, nosso
protocolo é limitado apenas a mulheres sem úteros funcionais.”
*imagem ilustrativa.
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