sábado, julho 28, 2018
Coceira na pele nem sempre é uma doença dermatológica
Existem diferentes razões
para o surgimento de coceira ou irritação na pele. Entre as mais comuns estão
as alergias, picadas de inseto, dermatites e outras. Mas uma doença rara e
pouco conhecida pode ser a causa, especialmente em mulheres de 35 a 60 anos.
Trata-se da Colangite Biliar Primária (CBP), uma disfunção hepática autoimune
caracterizada por destruição progressiva dos canais biliares presentes no
fígado.
"Um dos principais
sintomas da CBP é o prurido, também conhecido como coceira ou comichão, sem
causa aparente. A coceira excessiva surge, habitualmente, com mais intensidade
à noite ou em dias quentes", explica a médica ginecologista Patrícia de
Rossi.
A especialista esclarece
que existem diversas causas para esse incômodo, o que leva muitas pessoas a
procurarem imediatamente o dermatologista. Porém, como o ginecologista é o
médico que acompanha a saúde da mulher, pode ser o primeiro a ser consultado
sobre o sintoma. "Por isso, a indicação de um exame de sangue específico,
principalmente em mulheres acima dos 35 anos, é essencial", explica.
Não existe ainda uma
explicação científica que justifique o porquê da CBP ser predominante no sexo
feminino. O que se sabe é que as doenças autoimunes são mais frequentes neste
sexo.
Dra. Patricia afirma que,
geralmente, a suspeita de Colangite Biliar Primária surge quando se observam
alterações no funcionamento do fígado. Para diagnosticá-la é necessário que o
paciente comece realizando dois exames de sangue simples: fosfatase alcalina e
a gama glutamiltransferase (Gama GT), que mostram se pode haver lesão nos
canais biliares. Após a suspeita, complementa-se a pesquisa com outros exames
realizados, mediante a solicitação médica como a pesquisa dos anticorpos
antimitocôndria.
Se os resultados estiverem
elevados, o paciente deve ser encaminhado ao hepatologista para avaliar o que
está causando essas alterações. O especialista poderá pedir outros exames de
sangue e ultrassom, biópsia do fígado ou uma colangiografia, que avalia todo o
caminho da bile e permite a identificação de obstruções ou lesões dos canais.
"É importante que a
mulher peça ao seu médico ginecologista e também ao dermatologista a
investigação do funcionamento hepático quando surgir algum desses
sintomas", finaliza.
Se você quer saber mais
sobre a doença, procure seu médico.
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