terça-feira, outubro 02, 2018
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ELEIÇÕES 2018 Ceará tem 108 crimes eleitorais sob a mira da Polícia Federal na semana decisiva do Pleito
ELEIÇÕES 2018 Ceará tem 108 crimes eleitorais sob a mira da Polícia Federal na semana decisiva do Pleito
Os ilícitos mais comuns são
falsidade ideológica, propaganda falsa, crime contra a honra dos candidatos e
Caixa 2
O Ceará ocupa o segundo lugar no ranking dos estados com mais
investigações em andamento na Polícia Federal (PF) por supostos crimes
eleitorais, praticados do início do ano até agora. São 108 casos em apuração, o
equivalente a 6,5% do total de 1.659 inquéritos instaurados no Brasil. A
expectativa é de um crescimento de 50% no número de supostos crimes eleitorais
a serem investigados no País nesta semana que antecede o pleito.
O Estado de maior destaque é o Rio de Janeiro, que soma 533
processos investigativos desde janeiro. Depois do Ceará aparecem São Paulo, com
92, e Rio Grande do Sul, com 82 casos. Também foram registrados 11 termos
circunstanciados. Os números foram divulgados ontem (1º) pela PF, durante a
inauguração, em Brasília, do Centro Integrado de Comando e Controle das
Eleições (CICCE).
Segundo a PF, o crime mais comum é o de falsidade ideológica
eleitoral, correspondendo a 60% dos inquéritos neste ano. Já entre os
principais crimes investigados neste período de campanha eleitoral estão
propaganda eleitoral falsa, crime contra a honra de candidatos, caixa dois,
transporte ilegal de eleitores e boca de urna. A produção e a disseminação de
notícias falsas na internet, as fake news, são igualmente investigadas.
Dos 108 casos originados no Ceará, a PF não destacou quais tipos de
crimes foram cometidos ou em quais regiões. Entretanto, o mapa apresentado
durante o lançamento do CICCE mostra a marcação das ocorrências. No Ceará, há
pontos em destaque tanto em Fortaleza e na Região Metropolitana quanto em áreas
do Interior do Estado, como a Serra da Ibiapaba, a região do Cariri e o Sertão
Central.
A maioria dos casos deve ter surgido de fora da Capital, avalia o
promotor de Justiça Emmanuel Girão, coordenador do Centro de Apoio Operacional
Eleitoral (Caopel) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Assim
sendo, os juízes e promotores das 109 zonas eleitorais espalhadas pelo Interior
encaminham os casos à Polícia Federal para investigação.
"A Polícia não pode instaurar inquérito por portaria. Instaura
por flagrante ou por requisição da Justiça Eleitoral ou do Ministério Público
Eleitoral", esclarece Girão. Já o procurador regional eleitoral, Anastácio
Tahim, afirma que "só as investigações que atingem autoridade com foro no TRE"
são demandadas pelo MPF. "A grande massa se concentra nas zonas eleitorais
junto aos promotores eleitorais", informa. Sobre os procedimentos
analisados pela Procuradoria, ele disse que há investigações criminais em
curso, mas não revelou a quantidade de casos.
Integração
Durante a inauguração, o diretor-geral da PF, Rogério Garollo,
destacou a importância do CICCE para o combate aos crimes que ganham volume
durante o pleito. "Você ter todos os órgãos atuando em conjunto e com
acesso aos seus bancos de dados com uma grande rapidez. Se eu tenho um
representante do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ali, ele
vai poder acessar o banco de dados da COAF no momento de uma operação",
explica.
A integração garantirá uma "visão macro" e uma melhor
resposta à demanda da Justiça e da própria população, complementou o
coordenador-geral de Defesa Institucional da PF, Thiago Borelli. "Estamos
acompanhando em tempo real, em todo o território nacional, todos os crimes
praticados e que a Polícia Federal investiga, principalmente os crimes
eleitorais", disse, em entrevista coletiva.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, citou o combate às
notícias falsas como uma das missões do centro. "Este centro vai estar
acompanhando esses dados, e obviamente que, encontrando indícios, tem que
informar ao TSE, que decidirá se a Polícia Federal deve ou não abrir
investigação".
Fique por dentro
Centro atua com apoio de 14 instituições
Para dar maior agilidade e eficácia ao trabalho de Polícia
Judiciária Eleitoral e aperfeiçoar o apoio à Justiça Eleitoral, a Polícia
Federal (PF) criou o Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições 2018
(CICCE). O centro atuará com o apoio de 14 instituições e órgãos públicos
federais, funcionando de forma semelhante à já experimentada durante grandes
eventos ocorridos no Brasil entre os anos de 2013 a 2016, monitorando situações
sob responsabilidade da PF em todo o País.
Segundo o delegado federal Thiago Borelli, a instauração do centro
integrado permitirá às autoridades acompanhar, em tempo real, todos os crimes
que estejam sendo investigados pela PF, principalmente os crimes eleitorais. A
ideia é reduzir o tempo de resposta nos atendimentos às urgências e
emergências.
A expectativa é de que o número de denúncias por crimes eleitorais
cresça nesta semana. Borelli informou que cerca de 40% dos 1.660 procedimentos
investigatórios instaurados durante o período eleitoral de 2014 foram ajuizados
na semana que antecedeu o primeiro turno.
(Colaborou Neliane Macedo)
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