domingo, fevereiro 10, 2019
Aplaudido de pé, Anderson sabe: chegou o final da genial carreira
Dois anos afastado do octógono e perto dos 44 anos, Anderson Silva
fez ótimo combate com Adesanya, seu ‘sucessor’.
Mas a incrível carreira está no fim
Foi a luta do presente contra o passado.
Um choque de gerações.
Ambos provocadores, talentosos, imprevisíveis.
Inegável que o invicto nigeriano Israel Adesanya, especialista em
kickboxing e boxe, tem Anderson Silva como ídolo.
Além do talento natural, a explosão muscular, o improviso, a
impressionante rapidez de movimentos, vários movimentos de luta foram copiados
do brasileiro.
Adesanaya não nega. Pelo contrário, descobriu um caminho para
seguir no MMA.
E Dana White soube muito bem escolher o adversário para o retorno
daquele que foi o maior lutador de todos os tempos no UFC. Colocou no caminho
de Anderson Silva não um clone. Mas um lutador dotado de inúmeros recursos,
imprevisível, provocador e efetivo. Cuja semelhança de estilo é inegável.
Como o ranking do UFC não tem valor algum, diante do poder
financeiro do pay-per-view, Dana já prometeu que o vencedor da luta disputaria
o cinturão dos médios. Atropelou sem dó os melhores rankeados que Anderson. E
acertou nos dois alvos.
No choque de gerações, havia a torcida para Anderson que, em abril,
completará 44 anos. Diante do nigeriano, com apenas 29 anos. Não só os
australianos que estavam em Melbourne, acompanhando o confronto, como os fãs de
mais de 200 país que acompanhavam o combate. Todos sabiam que Silva estava
disputando uma das últimas lutas na carreira. E que ela só seria prolongada se
viesse a vitória, com mais uma disputa de título.
E também daria chance para a confirmação do talento de Israel
Adesanya. Se vencesse uma das grandes lendas do MMA, se tornaria ainda mais
importante, mais atraente financeiramente em um confronto pelo cinturão.
A expectativa e o respeito pela volta de Anderson Silva, depois de
dois anos afastado, era tanta que até o motivo que deixou um dos brasileiros
longe do octógono ficou para trás. Ter sido pego pela segunda vez nos exames
antidoping.
O que importava era o combate.
E o que se viu foi surpreendente.
Anderson Silva mostrou porque é um dos maiores lutadores de todos
os tempos.
Ele sabia muito bem que estava sem ritmo e que não tinha a mesma
explosão muscular, velocidade, força e agilidade do ótimo Adesanaya.
E o que fez?
Aproveitou que era ídolo assumido do nigeriano e se impôs
psicologicamente. O intimidou. O desconforto do adversário, quase 15 anos mais
novo, quando o brasileiro o chamava para a trocação e ordenava que fosse lutar
o encurralando, de propósito, na grade, era evidente.
Não há a menor dúvida. Israel Adesanya copia o estilo de Anderson
Não há a menor dúvida. Israel Adesanya copia o estilo de Anderson
Mas se tinha o domínio emocional do confronto, Anderson era
derrotado pelo implacável tempo. A juventude se impôs na troca de golpes. O
décimo de segundo que Adesanya tinha de vantagem nos chutes, nos jabes,
cruzados, nas cotoveladas, foi decisivo. Nos três rounds, a vantagem mínima
pesou.
E Anderson ajudou o rival.
Seguindo sua tola mania de baixar a guarda, para mostrar que o
movimento em pêndulo é mais rápido que os diretos e cruzados dos adversários,
ele ofereceu o rosto para vários golpes do nigeriano.
A histórica luta contra Forrest Griffin, quando humilhou o
norte-americano só com a movimentação do seu corpo, com os braços abaixados,
aconteceu em 2009, há dez anos.
Adesenaya se aproveitou nas duas vezes que Anderson Silva quis
brincar. O acertou e, como os juízes tinham obrigação de fazer, deram pontos ao
lutador africano.
O brasileiro teve uma performance impressionante. Mostrou porque
será respeitado para sempre. Mereceu toda a torcida, os gritos de “Silva,
Silva, Silva”, dos australianos, torcendo muito pelo brasileiro. Mereceu ser
aplaudido de pé. Com sua técnica impressionante, acertou jabes, cruzados em
contragolpes velozes. Faltou a contundência que desapareceu com a idade. E,
ousado, tentou vários chutes rodados, que passaram raspando a cabeça do
nigeriano. Se um deles acertasse, a história seria outra.
Não houve nenhum golpe contundente, a não ser um cruzado de
Adesenaya no início do combate. Mas a vitória do africano, por pontos, foi
incontestável: 29-28, 30-27, 30-27.
A hérnia do campeão dos médios Robert Whittaker, que exigiu duas
cirurgias às pressas, cancelou o confronto com Kelvin Gastelum, na luta que
seria a principal do UFC 234.
O destino fez com que toda a atenção, em um card fraco, ficasse
para o combate de Anderson.
E ele fez muito mais do que se esperava.
Foi, com toda a justiça, aplaudido de pé.
Pelo seu passado, por vitórias incríveis no UFC.
Os pecados mortais, como a perda do cinturão por brincar, com a
guarda baixa diante de um adversário inferior, como Chris Weidman, e os dois
dopings confirmados, foram esquecidos.
“Eu estou muito feliz, caras. Quero agradecer a Deus por me dar
mais uma chance de vir e fazer meu melhor. Amo meu trabalho. Sei que é duro,
este cara é incrível, é forte. Mas este é meu coração, por isso continuo
lutando. Muito obrigado a cada pessoa que veio aqui hoje.
Quero lutar em Curitiba, minha cidade.”
Pediu Anderson, com o olho direito inchado. Ele quer participar do
card de maio, na capital do Paraná.
Muito provavelmente para se despedir do UFC.
Sabe que seu tempo no maior evento de MMA do mundo passou. Não há
como disputar o cinturão. Lutadores importantes que enfrentou já saíram da
competição. Como Vitor Belfort, Michael Bisping, Dan Henderson, Rich Franklin e
Chael Sonning.
E o brasileiro, por sua carreira espetacular, já está milionário
faz tempo.
“É como se, se eu jogasse basquete, se eu jogasse contra Michael
Jordan. Anderson, obrigado, meu amigo, você vem fazendo isso há muito tempo”,
disse, honrado, Israel Adesanya.
Anderson Silva fez história.
Mostrou seu talento impressionante outra vez.
Quem viu o seu auge não esquecerá jamais.
O tempo passou rápido demais…
R7
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