A partir de segunda-feira, 1º de março, os restaurantes de
Fortaleza só poderão funcionar até às 19h. Aos sábados e domingos, segue o
horário até às 15h (Foto: BARBARA MOIRA)
Após o governador do Ceará Camilo Santana (PT) ter dito que
anunciaria medidas de apoio ao setor de alimentação fora do lar, o presidente
da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Ceará, Taiene
Righetto, confirmou que entidade se reunirá neste fim de semana com o governo
do Estado para debater propostas de socorro ao segmento. A expectativa é que as
definições do encontro sejam divulgados na próxima semana.
Conforme Righetto, foram registradas 2 mil demissões em Fortaleza,
apenas nos últimos 20 dias. Segundo ele, o temor de novas demissões e falências
se acentuou por conta das novas restrições divulgadas pelo governo do Estado na
sexta-feira, 26, e que devem vigorar até o dia 7 de março, como forma de tentar
diminuir a velocidade de propagação do novo coronavírus. No caso específico de
bares e restaurantes, o horário de funcionamento foi reduzido durante os dias
de semana e tais estabelecimentos precisarão encerrar as atividades, a partir
das 19h. Aos sábados e domingos, segue a permissão para funcionar até às 15h.
Camilo deve anunciar medidas de apoio ao setor de bares e
restaurantes na próxima semana
O segmento já soma 10 mil postos de trabalho perdidos, durante a
pandemia, e emprega outras 30 mil pessoas na Capital, de acordo com a Abrasel
no Ceará. “Estamos em negociação com o governo do Estado, com quem nos
reuniremos ainda neste fim de semana. A gente vê com otimismo o fato de o setor
ter sido procurado, pois estávamos sem negociação nenhuma e sabendo das coisas
quando os decretos eram publicados. Esse problema todo estava só na nossa
conta. Nós esperamos, realmente, que agora saiam decisões que possam fazer o
setor sobreviver”, ressalta Taiene Righetto.
Ele avalia, porém, que o “setor está muito fragilizado e a
continuidade das medidas restritivas deve ampliar, de forma exponencial, o
fechamento de postos de trabalho e de falências, além de trazer outro fenômeno
complicado que é o do encolhimento dos grandes restaurantes. A gente,
infelizmente, projeta ter o setor com a metade do tamanho que ele tinha há um
ano, falando em números de empregos e de estabelecimentos”.
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Quanto às propostas que a entidade deve levar ao governo do Estado,
Righetto lista entre as principais: auxílio aos trabalhadores do setor que
perderam o emprego, renegociação de impostos estaduais, isenção de IPTU,
suspensão dos cortes de água e energia e renegociação de dívidas com as
companhias que prestam esses serviços, além de um plano de retomada gradual
para o funcionamento completo de bares e restaurantes.
‘Fim do jantar’
O presidente da Abrasel no Ceará avalia que o impacto mais imediato
das medidas mais restritivas anunciadas pelo governador Camilo Santana sobre o
setor, será o fim do atendimento noturno de estabelecimentos que costumavam
funcionar no período diurno e que com a pandemia haviam ampliado seu horário de
atendimento até às 20h.
“Essa hora a menos tem um fator importante. Os que abriam só à
noite, não tem mais conversa: ou já fecharam ou vão fechar. Aqueles que abriam
de dia e à noite, muito provavelmente vão deixar de abrir à noite, também. Essa
redução de uma hora foi o limiar entre abrir ou não à noite. Então, o jantar
acabou na cidade”, projeta Righetto.
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