Ao
todo, 65% dos municípios enfrentam algum problema causado pelo clima ou pela
pandemia. Em 16 deles, contratempos são causados pelas duas situações.
Legenda:
Hospital de Icó, uma das cidades com calamidade pública reconhecida até o fim
deste ano.
Foto:
Honório Barbosa
Situações
difíceis exigem medidas de proteção para evitar maiores desastres. No âmbito
governamental, municípios podem decretar situações de emergência ou calamidade
pública para buscar ações facilitadas de apoio. No Ceará, pelo menos 121 das
184 cidades cearenses utilizam esses dispositivos atualmente, seja por
alterações climáticas ou pela pandemia do coronavírus.
Na
prática, cabe aos prefeitos avaliar a situação e decretar emergência ou
calamidade, casos em que há possibilidade de obtenção facilitada de recursos
federais e estaduais. Hoje, há 16 cidades cearenses tanto com emergência quanto
com calamidade ativas.
Segundo
o Governo Federal, o estado de emergência é motivado pela iminência de danos à
saúde e aos serviços públicos. Já o estado de calamidade pública é decretado
quando essas situações efetivamente se instalam.
Historicamente,
dependendo da quadra chuvosa, o Ceará precisa enfrentar situações adversas
relacionadas ao clima. Atualmente, de acordo com registros da Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil (Cedec), há 22 cidades com decretos de emergência
reconhecidos pelo Governo Federal.
A
maioria se deve à seca ou à estiagem, embora Abaiara e Missão Velha tenham sido
atingidas por “chuvas intensas”. Os decretos têm validade de seis meses e, como
alguns foram efetivados no início do ano, perdem a vigência já no fim de
agosto. Outros, como é o caso de Catunda, estendem-se até o início de 2022.
Legenda:
Em pelo menos 20 municípios, problemas relacionados com a estiagem se acumulam
junto à pandemia.
Foto:
Fabiane de Paula
O
QUE PODE SER FEITO NA CALAMIDADE?
Já
a situação atípica da pandemia da Covid-19, com o aumento brusco de infecções,
também motivou diversos municípios a declararem calamidade pública. No Ceará,
tais procedimentos precisam ser validados pela Assembleia Legislativa do Estado
(AL-CE) por meio de decretos legislativos.
Durante
calamidade pública, as prefeituras podem aumentar gastos públicos sem precisar
seguir limites de gastos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), contratar
serviços e comprar materiais sem licitação, entre outras facilidades, para o
enfrentamento da doença.
Atualmente,
115 municípios estão com calamidade pública validada e em vigor até 31 de
dezembro de 2021. Além dos municípios, em julho, a AL-CE prorrogou a calamidade
pública no Estado do Ceará, também até o fim deste ano.
Segundo
o Governo do Estado, a medida permite maior celeridade nas ações de combate à
pandemia, "como aquisição de equipamentos e contratação de profissionais
para atuação na linha de frente".
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Vacinação
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tem 313 mil faltosos que se cadastraram, mas não buscaram vacinação contra a
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foi responsável por 32% das mortes ocorridas no Ceará em 2021
TRANSPARÊNCIA
DEVE SER MANTIDA
"Não
se pode desconsiderar o fato de que o risco da Covid-19 ainda é real, os números
podem voltar subir caso se arrefeça o controle em relação ao monitoramento
contínuo da doença. Não há como dizer, então, que já superamos a pandemia, o
que acaba tomando necessária, como forma de subsidiar as ações do Estado no
combate à Covid-19, a manutenção do estado de calamidade pública no Estado do
Ceará", explica o documento da AL-CE.
O
regime de calamidade, porém, não dispensa as gestões públicas de manterem a
transparência quanto à aplicação dos recursos.
“Não
houve qualquer flexibilização quanto aos comandos de disponibilização de
informações à sociedade sobre os gastos públicos, permanecendo, assim,
obrigatório as publicações e prazos já praticados em período regular”,
esclarece o Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE). [/citacao]
Confira
abaixo as listas de municípios em situação de calamidade pela Covid-19.
ESPERA
POR APOIO
Legenda:
Com solo seco e pouca água, parte dos agricultores não consegue mais plantar e
precisa vender o rebanho que resta.
Foto:
Honório Barbosa
Faz
mais de mês que nem serena.
Antônio
Valdenor de Araújo
Agricultor
Presidente
da Associação Comunitária do Sítio Jericó, em Pedra Branca, no Sertão Central
cearense, Valdenor vê se acumular a desesperança nas 50 famílias que sobrevivem
da agricultura, no pequeno povoado.
Durante
o primeiro semestre, ainda “deu pra tirar” milho e feijão da terra. Mas, agora,
as nuvens já passaram e o chão rachou. Continua plantando quem tem algum
sistema de irrigação, mas com produção reduzida.
“A
gente vai sobrevivendo. Tem uns com Bolsa Família, tem aposentado, outros criam
galinha e porco, ou têm horta pequena”, enumera as possibilidades escassas.
A
vacina contra a Covid-19, já estão dando. Agentes de saúde têm percorrido as
estradas secas e chegado às comunidades rurais, afirma o agricultor. Só mesmo
com saúde para enfrentar as dificuldades que se impõem.
“A
gente vive da agricultura, fica batalhando, peleja, mas o apoio é pouco. Pense
numa profissão esquecida. Quem não trabalha de roça parece que não sabe que
todo trabalho vem da terra”, sentencia.
MUNICÍPIOS
EM SITUAÇÃO DE CALAMIDADE PELA COVID-19:
Acaraú
Alcântaras
Altaneira
Antonina
do Norte
Aracoiaba
Ararendá
Araripe
Aratuba
Assaré
Aurora
Baixio
Banabuiú
Barreira
Barro
Baturité
Boa
Viagem
Camocim
Campos
Sales
Cariré
Cariús
Cascavel
Cedro
Choró
Chorozinho
Coreaú
Crato
Cruz
Ereré
Eusébio
Forquilha
Fortim
Frecheirinha
Granjeiro
Groaíras
Guaraciaba
do Norte
Guaramiranga
Horizonte
Ibaretama
Ibiapina
Icó
Iguatu
Ipaumirim
Iracema
Irauçuba
Itapajé
Itapipoca
Itapiúna
Jaguaribe
Jaguaruana
Jardim
Jucás
Limoeiro
do Norte
Madalena
Maracanaú
Maranguape
Marco
Martinópole
Mauriti
Meruoca
Milagres
Monsenhor
Tabosa
Moraújo
Mulungu
Nova
Olinda
Nova
Russas
Ocara
Pacajus
Pacatuba
Pacoti
Pacujá
Palhano
Paracuru
Paraipaba
Pentecoste
Pereiro
Pindoretama
Potengi
Quiterianópolis
Quixeramobim
Quixeré
Redenção
Russas
Salitre
Santana
do Acaraú
Santana
do Cariri
São
Gonçalo do Amarante
São
Luís do Curu
Senador
Pompeu
Sobral
Tamboril
Tarrafas
Tianguá
Tururu
Umari
Umirim
Uruburetama
Uruoca
Varjota
Várzea
Alegre
MUNICÍPIOS
EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA PELO CLIMA:
Acopiara
Aracati
Caucaia
Jaguaribara
Missão
Velha
Morada
Nova
MUNICÍPIOS
NAS DUAS SITUAÇÕES:
Abaiara
Aiuaba
Alto
Santo
Canindé
Caridade
Catunda
Crateús
Deputado
Irapuan Pinheiro
Jaguaretama
Milhã
Mombaça
Palmácia
Pedra
Branca
Quixadá
Solonópole
Tauá
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