Há pelo menos dez formações rochosas em formato de cone
vulcânico, chamados de 'necks' entre Fortaleza, São Gonçalo do Amarante e
Maranguape.
Por G1 CE
"Nós não temos vulcões no Ceará nem no Brasil. Há
essa ideia de que existem vulcões em função da morfologia de alguns corpos
vulcânicos que aqui nós temos no Ceará. Quando nos deslocamos de Fortaleza para
Canindé, na altura do km 30, nós temos um corpo vulcânico chamado Pão de
Açúcar. Esse corpo tem uma geometria cônica que se formou a partir da queda
lateral de blocos. É uma estrutura linear que chamamos de 'neck', que foi
preenchido por líquido magmático", explica.
Serrote Pão de Açúcar: relevo vulcânico desenvolvido por
processos intempéricos/erosivos sobre rocha de natureza tefrito-fonolítica com
idade de aproximadamente 28 milhões de anos — Foto: Luiz P. Maia/Arquivo pessoal
Serrote Pão de Açúcar: relevo vulcânico desenvolvido por
processos intempéricos/erosivos sobre rocha de natureza tefrito-fonolítica com
idade de aproximadamente 28 milhões de anos — Foto: Luiz P. Maia/Arquivo
pessoal
As formações de corpos vulcânicos, os chamados 'necks'
estão presentes por toda a extensão entre Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do
Amarante, Itaitinga e Maranguape, alguns deles em propriedades privadas, como
fazendas, que necessitaram de autorização para a entrada de pesquisadores que
estudam esse tipo de rocha.
O professor esclarece que não há nenhuma evidência de que
esses corpos tenham algum dia sido vulcões, são rochas vulcânicas decorrentes
da cristalização de magma.
"O edifício vulcânico é construído pela lava quando
ela extravasa, as formas dos nossos corpos vulcânicos foram produzidos por
processos secundários muito posteriores ao processo de vulcanismo quando da
passagem de água que fragiliza o corpo, fazendo os blocos caírem lateralmente
formando a estrutura de cone, mas isso não caracteriza a construção de um
edifício vulcânico em nosso estado", afirma.
Sem riscos de erupção
Para Vanda Claudino Sales, professora do Mestrado
Acadêmico em Geografia da Universidade do Vale do Acaraú (UVA), não há motivo
para preocupação da população com uma possível erupção de vulcão no Ceará.
"Alguns pesquisadores avaliam que não houve
extravasamento de lava. A quantidade de magma não era suficiente para gerar um
vulcanismo explosivo. Ela é um neck vulcânico, a lava consolidada no interior
do cone vulcânico. Nenhum dos dez corpos vulcânicos do Ceará tem risco de
liberar magma, esse ponto quente está no meio do oceano, portanto não há esse
risco de termos magmatismo nesses corpos vulcânicos", diz.
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