No último sábado (29), o presidente da república, Jair Bolsonaro
(PL), anunciou a revogação da anulação de decretos de luto de 122
personalidades. Entre elas, o padre Cícero Romão Batista, líder religioso e
político histórico da região do Cariri cearense.
Frei Damião, Dom Hélder Câmara, o rei Balduíno da Bélgica e o
ex-ministro Roberto Campos estão entre as personalidades que, junto com Padre
Cícero, tiveram seus decretos de luto anulados pelo presidente no ano de 2020.
“Até hoje foram revogados 122 decretos relacionados a luto, sendo
25 deles em nosso Governo […] Todas essas revogações foram feitas com amparo
legal: Lei Complementar 95/1998 e Decreto 9.191/2017”, publicou o presidente
nas redes sociais.
“Tendo em vista o apelo popular para que todos esses Decretos
permanecessem vigentes, em respeito à história e à memória dos falecidos,
tornarei sem efeito as revogações dos 122 atos, independente do governo que os
decretou ou da personalidade homenageada”, completou.
Site Miséria
São Miguel em Alta Notícia Arraiá Amigos da Serra - janeiro 31,
2022 Nenhum comentário:
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Taxa de mortalidade de doenças negligenciadas aumenta durante
pandemia
A pandemia de covid-19 trouxe impactos para o atendimento em
relação às doenças tropicais negligenciadas que passaram a registrar aumento da
mortalidade, apesar da queda de internações.
Em 2020, a taxa de mortalidade para malária subiu 82,55%, apesar da
queda de 29,3% nas internações. Doenças como a leishmaniose visceral e a
leptospirose também registraram aumento de mortalidade de 32,64% e 38,98%,
respectivamente. O número de internações por essas doenças diminuiu no período,
com quedas de 32,87% e 43,59%.
Já a dengue registrou aumento de 29,51% nas internações e de 14,26%
na taxa de mortalidade. Os dados fazem parte de um estudo dos pesquisadores
Nikolas Lisboa Coda Dias e Stefan Oliveira, da Universidade Federal de
Uberlândia; e Álvaro A. Faccini-Martínez, da Universidade de Córdoba.
Eles compararam os dados do Sistema de Informações Hospitalares do
Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) durante os primeiros oito meses de 2020 com os
valores médios do mesmo período dos anos de 2017 a 2019. Segundo os pesquisadores,
a queda nas internações é consequência da pandemia e do medo das pessoas de
procurarem assistência à saúde nesse período.
Na avaliação da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT),
houve aumento do número de casos dessas enfermidades durante a pandemia. “Houve
redução dos casos notificados e aumento da letalidade”, disse à Agência Brasil
o presidente da entidade, Júlio Croda.
“Houve uma desassistência às
pessoas que são acometidas por essas doenças e que, geralmente, são populações
mais vulneráveis”, destacou.
Retrocesso
Na avaliação de Júlio Croda, o Brasil retrocedeu de dez a 20 anos
no combate a essas doenças. Segundo ele, será necessário reconstruir os
serviços de saúde já que todos os programas nacionais de controle para essas
doenças sofreram algum impacto. Ele acredita ainda que a curva de redução de
incidência que o país mantinha e de mortalidade associada a essas doenças tende
a entrar em estabilidade até 2030.
“A gente perdeu uma década de combate a essas doenças,
principalmente por conta da pandemia, da desassistência, da falta de
diagnóstico e de um tratamento precoce”, avaliou o especialista.
Procurado pela Agência Brasil para comentar a afirmação de Croda, o
Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento da matéria.
Tuberculose
O presidente da SBMT afirmou que, depois de 15 anos, houve registro
de redução das notificações de tuberculose em todo o mundo e crescimento do
número de óbitos. “No Brasil, não foi diferente”. A tuberculose é a doença
negligenciada responsável pelo maior número de mortes entre as populações mais
vulneráveis, segundo Croda.
Relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), divulgado
em outubro de 2021, relatou que os serviços de tuberculose estão entre os
interrompidos pela pandemia de covid-19 em 2020. O impacto sobre essa doença
foi particularmente grave e, em 2020, 1,5 milhão de pessoas morreram de
tuberculose no mundo.
A OMS estima que 4,1 milhões de pessoas sofrem atualmente de
tuberculose, mas não foram diagnosticadas com a doença ou não notificaram
oficialmente às autoridades nacionais. Em 2019, o número de pessoas afetadas
por tuberculose chegava a 2,9 milhões.
Doenças Negligenciadas
Mais de 1,7 bilhão de pessoas em todo o planeta sofrem com algum
tipo de doença tropical negligenciada.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas somam um
grupo diversificado de doenças transmissíveis que prevalecem em condições
tropicais e subtropicais em 149 países, matam milhões de seres humanos e custam
bilhões de dólares às economias em desenvolvimento a cada ano.
O Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, lembrado hoje
(30), foi criado em 2019, por uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde.
Este é o terceiro ano de celebração da data, em meio à pandemia da covid-19.
Em nota divulgada hoje, o coordenador de Vigilância de Zoonoses e
Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Marcelo Wada, afirma que que a pasta vêm investindo na
vigilância dessas doenças e implementando ações para que se alcance a eliminação
ou controle desse grupo.
“Existem muitos desafios para a eliminação das DTNs, incluindo
mudanças climáticas, ameaças zoonóticas e ambientais, emergentes em saúde
pública. Vamos avançar nas estratégias para controlar essas doenças”, afirmou.
Doenças esquecidas
As chamadas doenças negligenciadas, ou esquecidas, são enfermidades
infecciosas, muitas delas parasitárias, que afetam principalmente as populações
mais pobres e com acesso limitado aos serviços de saúde, em especial pessoas
que vivem em áreas rurais remotas e favelas.
Segundo a OMS, elas integram um grupo diversificado de 20
enfermidades prioritárias de origem parasitária, bacteriana, viral e fúngica.
Causam dor e incapacidade, criando consequências sociais, econômicas e para a
saúde duradouras para indivíduos e sociedades. Impedem as crianças de ir à
escola e os adultos de ir ao trabalho,
prendendo as comunidades em ciclos de pobreza e desigualdade. As pessoas
afetadas por deficiências causadas por essas doenças, muitas vezes sofrem
estigma em suas comunidades, dificultando acesso aos cuidados necessários e
levando ao isolamento social.
No Brasil, leishmaniose, tuberculose, doença de Chagas, malária,
esquistossomose, hepatites, filariose linfática, dengue e hanseníase estão
entre as principais doenças negligenciadas. Elas ocorrem em quase todo o
território. Mais de 90% dos casos de malária ocorrem na Região Norte e há
surtos de filariose linfática e oncocercose. As regiões Norte e Nordeste
apresentam o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e concentram o maior
número das DTNs.
Equidade
A comemoração deste ano do Dia Mundial das Doenças Tropicais
Negligenciadas (DTNs) foi iniciada pela OMS no último dia 26, sob o tema
“Alcançar a equidade em saúde para acabar com a negligência das doenças
relacionadas à pobreza”. A instituição fez um apelo a seus membros para que se
concentrem no fortalecimento das intervenções, visando promover serviços de
saúde equitativos para todos.
Agência Brasil
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