Antes de ser preso, um homem acusado de estuprar a
própria filha teria sido “perdoado” pela mãe da jovem, que explicou ser
“testemunha de Jeová”, denominação cristã cujos fiéis baseiam sua crença em uma
interpretação literal da Bíblia. As testemunhas de Jeová acreditam que o ato de
perdoar “abre o caminho para a salvação”.
A versão foi dada pela tia materna da criança, em
depoimento à polícia, e consta em acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo
(TJSP), que negou, em setembro do ano passado, absolver o réu. O homem foi
preso em 2019 e, em seguida, condenado a 24 anos de prisão.
A tia relatou que, após saber dos abusos sexuais sofridos
pela garota, dos 6 aos 12 anos, resolveu contar para a mãe da menina, a qual
afirmou que já sabia dos fatos.
“[A tia] contatou sua irmã, genitora da vítima, que respondeu
que já sabia dos fatos e chegou a indagar ao réu, oportunidade em que ele teria
admitido os atos libidinosos. Mas a mãe resolveu perdoar o acusado, ‘por ser
testemunha de Jeová’”, narra o acórdão judicial.
A tia afirmou ainda que a irmã teria um “amor doentio
pelo réu, com elevada dependência emocional”, e que poderia estar fechando os
olhos aos fatos para não ter que se separar do marido. Foi a tia que teria
ajudado a menina a procurar uma delegacia e denunciar o pai.
Metrópoles
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