Ocaso aconteceu em Portugal com um paciente de 64 anos
que sofria há 5 dias com fortes dores de ouvido, além de uma persistente
coceira e leve sangramento, de acordo com informações da Science Times.
O caso foi relatado pelos médicos do Hospital Pedro
Hispano, em Matosinhos, município português, na prestigiada revista médica The
New England Journal of Medicine.
O paciente não foi identificado para preservar sua
imagem. A médica que o atendeu na emergência encontrou uma grande infestação de
larvas carnívoras que bloqueavam o canal auditivo.
Imagem mostrando em detalhes as larvas da espécie de
mosca Cochliomyia hominivorax
A otorrinolaringologista necessitou usar pinças
auriculares para retirar, pouco a pouco, todos os vermes — revelando que parte
do tímpano havia sido perfurado e comido pelas larvas.
Esta doença parasitária é chamada de miíase e precisa ser
tratada corretamente para não causar graves danos à saúde. Casos como este
podem levar o paciente à morte e devem ser acompanhados por um especialista
para evitar infecção generalizada por bactérias.
Após retirar todas as larvas, todo o ouvido foi
higienizado com medicamentos como ácido bórico — usado para criar um ambiente
ácido hostil para o crescimento microbiano — gotas de antibiótico com
corticoides, além de antibióticos orais.
Foto real do caso do paciente
Carolina Rato, médica que atendeu o caso, comentou que a
mosca entrou no ouvido e depositou seus ovos sem que o paciente percebesse,
possivelmente enquanto dormia.
Larvas carnívoras de moscas
Estas larvas pertencem a mosca da espécie Cochliomyia
hominivorax — muito conhecida e facilmente encontrada nos lares brasileiros.
Suas larvas são famosas por, literalmente, devorarem tecidos de animais vivos e
de sangue quente, como seres humanos e diversos outros mamíferos.
A mosca da espécie Cochliomyia hominivorax é encontrada
facilmente em todo o Brasil
Em geral, as fêmeas botam de 250 a 500 ovos,
especialmente em feridas expostas. Neste caso, a mosca entendeu que o ouvido
era de um animal de sangue quente e oferecia “comida” para as larvas quando
eclodissem.
Estas larvas costumam comer tudo ao redor, se alimentam
fartamente dos tecidos, músculos e, neste caso, até mesmo do tímpano, visando
ter um bom processo de desenvolvimento.
Após 5 ou 7 dias de alimentação, as larvas costumam
“cair” no chão para se enterrarem no solo. A partir deste estágio,
transformam-se em pupas entre 3 e 5 dias para, então, saírem do solo já como
moscas.
Podem ser encontradas em todos os países da América
Central e do Sul, incluindo as ilhas. Mas, também ocorrem em outros países de
outros continentes.
Embora a doença miíase causada pelas larvas carnívoras
seja associada diretamente com países pobres e com baixos níveis de acesso ao
saneamento básico, este não era o caso do paciente citado.
Fonte(s): NewsWeek / The New England Journal of Medicine
Foto(s): Reprodução / Brazilian Journal of Case Reports e Redes Sociais
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