Wellington Macedo de Souza, 47 anos, foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos entre fevereiro e outubro de 2019. Ele é réu por planejar a explosão de um caminhão de combustível em Brasília, em dezembro de 2022.
Wellington Macedo de Souza é um dos responsáveis por arquitetar os atentados antidemocráticos em Brasília. — Foto: Reprodução/Fantástico
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT) reforçou o pedido de condenação do blogueiro cearense Wellington Macedo
de Souza, de 47 anos. Ele é um dos três acusados de envolvimento na tentativa
de explosão de uma bomba instalada em um caminhão-tanque de combustível, nos
arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado.
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As alegações finais apresentadas pelo órgão ministerial
são a etapa final da instrução em um processo judicial, que antecede a
sentença. Dos três envolvidos, dois se entregaram à Polícia, mas o cearense
segue foragido há mais de três meses.
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Na peça, a Promotoria Criminal pediu a condenação dos
três réus, nos termos da denúncia, apresentada em janeiro de 2023.
Os réus respondem na Justiça pelo crime de explosão,
quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos”.
O MP explicou que a pena é de 3 a 6 anos de prisão e
multa. O MPDFT pede o aumento da pena em 1/3, já que o crime foi cometido tendo
como alvo depósito de combustível. George Washington também é acusado de porte
ilegal de arma de fogo.
Notícias alinhadas com o bolsonarismo
Natural de Sobral, a 245 quilômetros de Fortaleza,
Wellington Macedo foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ele teve um
cargo comissionado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da
Criança e do Adolescente entre fevereiro a outubro de 2019.
Wellington Macedo começou a trabalhar no meio da
comunicação cobrindo notícias da região norte do Ceará. Em 2018, passou a
publicar notícias alinhadas com o bolsonarismo.
No mesmo ano, o blogueiro foi alvo de, pelo menos, 59
ações por danos morais movidas por diretores de escolas do município Sobral, no
interior do Ceará, por conta da série de reportagens "Educação do
Mal".
Na produção dividida em quatro reportagens veiculadas em
seu canal no Youtube, Wellington acusava o município de Sobral de um suposto
esquema de fraudes para melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) na cidade.
O blogueiro cearense teve um cargo no governo Bolsonaro e
pediu dinheiro pelas redes sociais para se esconder da polícia quando já estava
foragido.
Participação nos ataques
Exclusivo: veja imagens de radicais bolsonaristas
plantando bomba em caminhão perto do aeroporto de Brasília
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plantando bomba em caminhão perto do aeroporto de Brasília
Câmeras de uma loja e do próprio caminhão onde a bomba
foi plantada, divulgadas pelo Fantástico dia 15 de janeiro, mostram o momento
em que o carro de Wellington se aproxima lentamente do veículo, para que o cúmplice
Alan Diego dos Santos Rodrigues coloque a bomba (veja no vídeo acima). Os dois
homens e George Washington Oliveira de Sousa tiveram as denúncias aceitas pela
Justiça.
Com forte presença nas redes sociais, Wellington teve a
prisão decretada por Alexandre de Moraes por incentivar atos antidemocráticos
no dia 7 de setembro de 2021. Desde então, cumpria prisão domiciliar e usava
tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, frequentava o acampamento bolsonarista.
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Bolsonaristas radicais tentam invadir prédio da PF e
incendeiam carros e ônibus em Brasília; vias são bloqueadas
O blogueiro também coleciona processos por vídeos
atacando políticos locais e professores da rede de ensino de Sobral. O
ex-advogado de Wellington Macedo, Diego Petterson, o defendeu em mais de 60
casos, mas afirmou que não possui mais contato com o cearense. "Atualmente
eu não tenho contato direto com ele desde que foi residir no Distrito
Federal."
De acordo com o delegado da Polícia Civil do Distrito
Federal, Leonardo de Castro Cardoso, o cearense teve participação direta nos
ataques contra o prédio da Polícia Federal em Brasília no dia 12 de dezembro do
ano passado. Na ocasião, bolsonaristas radicais tentaram invadir prédio da PF e
incendiaram veículos.
Participação direta nos ataques
"Nós conseguimos comprovar que no dia 12 de dezembro
o cearense e o outro praticaram também atos de depredação. A prisão dos dois
também foi decretada. Eles têm dois mandados de prisão em aberto em cada um
deles".
"Ficou comprovado que ele participou disso. Ter
colocado a bomba perto do caminhão", explicou Leonardo de Castro Cardoso.
Segundo a investigação, Alan recebeu a bomba de George no
QG do Exército e, então, teve a ajuda de Wellington, que dirigiu até o local do
atentado. Foi o monitoramento da tornozeleira eletrônica dele que permitiu à
polícia refazer os passos dos dois naquela noite, e o Fantástico obteve, com
exclusividade, as imagens da ação dos criminosos.
Wellington Macedo está foragido. Sua prisão foi decretada
pela Justiça do Distrito Federal. — Foto: Reprodução/TV Verdes Mares
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