A mãe afirmou que tentou abortar a criança, pois temia ser criticada por não ter condições financeiras de criar mais um filho.
Por g1 CE
Condenação foi dada pelo tribunal do júri do Fórum Dr. Alcimor Aguiar Rocha, da Comarca de Camocim — Foto: Google Street View
Uma mulher foi condenada a 14 anos e três meses de prisão por homicídio qualificado após enterrar viva a própria filha recém-nascida. A decisão do Tribunal do Júri da Comarca de Camocim, a 357 quilômetros de Fortaleza, foi proclamada nesta terça-feira (27).
De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), Raimunda Nonata Laurinda da Silveira teria planejado todos os detalhes do crime com antecedência. Ela escondeu a gravidez de nove meses dos familiares e a afirmou que tentou abortar a criança, pois temia ser criticada por não ter condições financeiras de criar mais um filho.
A 1ª Promotoria de Justiça de Camocim considerou a
motivação do crime "fútil e desproporcional" e pediu a condenação de
Raimunda Nonata por homicídio qualificado. A mulher, que está solta desde
setembro de 2021, vai poder recorrer da decisão em liberdade.
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O crime aconteceu em março de 2019 na localidade de Buriti, na zona rural do município litorâneo. Conforme a polícia informou ao g1 à época, moradores da região teriam chegado a ouvir o choro da bebê, procuraram a criança, mas já encontraram a recém-nascida sem vida e com diversos ferimentos pelo corpo.
"Ela morreu por asfixia, foi encontrada areia na traqueia, depois ela foi comida pelos bichos. Na perícia, a recém-nascida não tinha mais nenhuma víscera, nem coração, nem pulmão", revelou o auxiliar de perícia do Núcleo da Perícia Forense (Pefoce), Antônio Veras Nogueira.
Ainda conforme o auxiliar da Pefoce, Raimunda Nonata
“estava completando nove meses de gravidez e tomou chá de boldo para abortar.
Foi para o quintal de casa, que é grande, na zona rural, e teve o bebê. A
menina nasceu, chorou e depois parou, pensou que estava morta e enterrou”.
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